Cegueira de faixa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Os tamanhos comuns para banners e anúncios

Cegueira de faixa (banner blindness em inglês) é um fenômeno caracterizado pela habilidade (consciente ou inconsciente) de um indivíduo em ignorar propagandas, anúncios[1], ou qualquer outro elemento visual[2] inclusive fora do ambiente web[3].

O termo foi criado por Benway e Lane em 1998 como resultado de sua pesquisa de usabilidade na web[4][5].

Segundo especialistas, dentre os motivos para a cegueira de faixa, destaca-se o interesse específico em determinada informação, que leva o usuário, baseado em suas experiências anteriores, a focar, mesmo que inconscientemente, nas regiões onde crê que a informação estará. Consequentemente, todo o resto é ignorado mesmo que apresente destacadamente a informação desejada.[6][7][8]

A Pesquisa de Benway e Lane[editar | editar código-fonte]

Método[editar | editar código-fonte]

A pesquisa se deu através de dois experimentos, utilizando pessoas reais acessando páginas especificamente desenvolvidas, que simulam páginas reais, com até 4 níveis de profundidade hierárquica, apresentando diversos modelos de banners, anúncios, inclusive links destacados, e links de texto puro[4].

Resultados Observados[editar | editar código-fonte]

  • Alguns usuários dirigiram-se aos anúncios apenas quando não obtiveram êxito na busca por informações de outra maneira. Nos demais casos, os anúncios foram completamente ignorados[4];
  • Uma pequena quantidade de animações agrupadas em determinada região não diminuiu os efeitos da cegueira[4];
  • Os efeitos da cegueira são muito mais fortes quando os usuários procuram por links específicos; neste caso, a cegueira não se restringe apenas a publicidade, mas ocorre sobre todos os links destacados, inclusive os de textos simples, mesmo que não possuam aparência de anúncios (banner). Os usuários simplesmente os ignoraram[4].

Conclusão[editar | editar código-fonte]

Em sua pesquisa, Benway e Lane, concluíram que através de experiências anteriores, o cérebro elabora modelos mentais e cognitivos que identifica os elementos visuais considerados irrelevantes pelo usuário marcando-os como pontos cegos[2]. Desta forma os usuários tendem a ignorar faixas coloridas e grandes, com texto ou imagem, animadas ou não, mesmo que estas possuam informações de interesse do usuário[9][4]. Porém isto não contradiz necessariamente os resultados do estudo de Briggs e Hollis, Tedeschi, e outros, que demonstram que anúncios em banners são eficazes[10][11]. Mas demonstra que os usuários estão menos propensos a perceberem e clicarem em banners ou anúncios do que em links relevantes ou itens de menus[4].

Referências

  1. UOL. «A Capacidade de não reconhecer propaganda». Consultado em 17 de junho de 2012 
  2. a b Locaweb. «Revista Webdesign, nº 11, de 2004, pag. 50.». Consultado em 17 de junho de 2012 
  3. Nielsen, Jakob. «Banner Blindness in Ballot Design» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012 
  4. a b c d e f g Benway, JP, Lane, D.M., Internet Technical Group, Rice University. «Banner Blindness: Web Searchers Often Miss "Obvious" Links, 1998» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012 
  5. Organized Shopping, LLC. «Banner Blindness» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012 
  6. Techtarget. «Banner blindness definition» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012 
  7. Pagendarm, M., Schaumburg, H.,. «Why Are Users Banner-Blind? The Impact of Navigation Style on the Perception of Web Banners» (em inglês). Consultado em 17 de junho de 2012 
  8. Nielsen, Jakob. «Banner Blindness: Old and New Findings» (em inglês). Consultado em 26 de setembro de 2012 
  9. José Paulo de Araújo. «Linguagem em Discurso». Consultado em 17 de junho de 2012 
  10. Tedeschi, B. (1998, Oct. 7). Study finds ad banners make an impression. The New York Times.
  11. Briggs, R., & Hollis, N. (1997). Advertising on the Web: Is there response before click-through? Journal of Advertising Research, 37(2), 33-45.

Ver também[editar | editar código-fonte]