Centro de Estudos de História do México Carso

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O Centro de Estudos de História do México Carso (CEHM-Carso) é uma instituição cultural do México dedicada ao resgate, conservação e difusão de impressos e documentos da história mexicana, bem como à investigação sobre os mesmos.[1][2] Pertencente à Fundação Carlos Slim, possui um acervo que vai desde o século XVI ao XX. Sua sede localiza-se em Chimalistac, na parte sul da Cidade de México. Foi um dos membros fundadores da Biblioteca Digital Mundial da Unesco, em 2009.[3] Seu arquivo tem 700 fundos documentais, com perto de 2 milhões de páginas, sua biblioteca compõe-se de mais de 80 mil livros, dos quais 18 são incunábulos americanos[4]

História[editar | editar código-fonte]

Catecismo Testeriano, c. 1524. Acervo do Centro de Estudos de História do México Carso

O centro foi fundado pela empresa Condutores Mexicanos (Condumex) com o fim de resgatar fundos bibliográficos e documentais de grande valor histórico que perder-se-iam por falta de conservação ou que seriam vendidos a bibliotecas e arquivos fora do México.[5] Este primeiro centro foi inaugurado em 1965 por iniciativa de Ricardo García Sáinz, aconselhado pelo bibliófilo Luis Gutiérrez Cañedo. Sua primeira aquisição foi a coleção formada por este último, composta por 10 mil volumes principalmente do século XIX e proveniente de fundos como a Diocese de Guadalajara e correspondência de personagens envolvidos na Guerra da Independência do México.[5][5] A partir da primeira coleção comprada inaugurou-se o Centro de Estudos de História do México em 19 de agosto de 1965 na sede da empresa na Industrial Vallejo, dividindo-se desde então entre arquivo e biblioteca.[5]

Seu primeiro conselho de administração foi composto por Jesús Reyes Heroles, Ignacio Bernal, Silvio Zavala, Antonio Martínez Báez e Alfonso Noriega, entre outros.[5] Em 1969 o centro teve sua primeira sede na Avenida Poente 739.

Não todos os fundos adquiridos pelo centro têm permanecido sob sua guarda. É o caso da carta da promulgação da Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos por Venustiano Carranza, assim como do Diário histórico de Carlos María de Bustamante, os quais foram entregues a suas autoridades e restituídos à nação.[5]

Em 1976 recebeu as suas primeiras bolsistas, Josefina Moguel e María de Lourdes Martínez, provenientes da Faculdade de Filosofia e Letras da UNAM. Em 1977 tomou-se a decisão de transladar o centro a outra sede, localizada no bairro de Chimalistac, ao sul da Cidade do México.[5]

A Casona de Chimalistac[editar | editar código-fonte]

Os terrenos onde se assenta a Casona de Chimalistac, como se conhece o imóvel, provavelmente foram hortas e pomares do convento dos carmelitas descalços de San Ángel.[5] Foi uma zona que muitas pessoas, tanto na Nova Espanha como no México independente, escolheram como um lugar de recreio e habitação.[5] O terreno teve como limites o cemitério do templo dominicano de São Sebastião Mártir, o rio Magdalena ao sul, e o caminho real que ligou Coyoacán com San Ángel e o povoado de Chimalistac.[5] Foi o lugar de inspiração de Federico Gamboa para a ambientação de sua novela Santa. Depois de passar por diferentes mãos e permanecer construído como um único imóvel, com o passar das décadas, foi comprado em 1938 por Elizabeth Bredeé e Federico Tamm.[5] Em 1979 a Condumex comprou a casa de Bredeé, que procurava um comprador que desejasse manter íntegra a Casona de Chimalistac, com o fim de alojar o CEHM Condumex. A ampliação e adequação dos espaços correu a cargo de José de Yturbe.[5]

Bibliotecas[editar | editar código-fonte]

O fundo da biblioteca está constituído por mais de 80 mil volumes. Algumas de suas coleções especiais são:

  • Biblioteca Ernesto da Peña: conformada pelo acervo bibliográfico do dito pesquisador, que se caracterizou por ser poliglota e conhecer cerca de 30 línguas, pelo que este acervo possui exemplos em muitas delas.[6]
  • Biblioteca Espiritista de Madero
  • Biblioteca Vicerreinol
  • Biblioteca Pagliai
  • Biblioteca Poblana

Incunábulos americanos[editar | editar código-fonte]

Os denominados incunábulos americanos são aqueles textos impressos a partir da chegada da imprensa aos territórios americanos que, no caso do México, foi em 1534. No CEHM a coleção destes textos soma 18 exemplares.

Referências

  1. «¿Quiénes somos?». www.cehm.com.mx. Consultado em 11 de dezembro de 2015 
  2. «Biblioteca Digital Mexicana - Conaculta». bdmx.mx. Consultado em 11 de dezembro de 2015 
  3. «Listo megaproyecto Biblioteca Mundial Digital». eleconomista.com.mx. Consultado em 11 de dezembro de 2015 
  4. «Biblioteca Cehm». www.cehm.com.mx. Consultado em 11 de dezembro de 2015 
  5. a b c d e f g h i j k l Ramos, Manuel (2015). «Breve historia del Centro de Estudios de Historia de México Carso». México: Fundación Carlos Slim. 50 años. Centro de Estudios de Historia de México Carso. ISBN 978-607-7805-11-3 
  6. CEHM Carso. «Biblioteca Ernesto de la Peña». cehm.com.mx (em espanhol). Consultado em 12 de fevereiro de 2015