Congresso Internacional da Arquitetura Moderna

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Weissenhof Estate em Stuttgart 1927. A CIAM promoveu a arquitetura moderna no "estilo Cubista": a Bauhaus, Weissenhof, De Stijl e projetos modernos do Palácio das Nações em Genebra. Movimentos paralelos dos anos 1920 incluem o Expressionismo, o Construtivismo, o Art Deco e o Traditionalismo.

Os Congressos Internacionais da Arquitetura Moderna (do francês Congrès Internationaux d'Architecture Moderne ou simplesmente CIAM) constituíram uma organização e uma série de eventos organizados pelos principais nomes da arquitetura moderna internacional a fim de discutir os rumos a seguir nos vários domínios da arquitetura (Paisagismo, Urbanismo, Exteriores, Interiores, Equipamentos, Utensílios, entre outros).

Influências[editar | editar código-fonte]

Fundados em 1928 na Suíça, os CIAM foram responsáveis pela definição daquilo que costuma ser chamado international style: introduziram e ajudaram a difundir uma arquitetura considerada limpa, sintética, funcional e racional. Os CIAM consideravam a arquitetura e urbanismo como um potencial instrumento político e econômico, o qual deveria ser usado pelo poder público como forma de promover o progresso social.

Talvez o produto mais influente dos CIAM tenha sido a Carta de Atenas, escrita por Le Corbusier baseada nas discussões ocorridas na quarta conferência da organização. A Carta praticamente definiu o que é o urbanismo moderno, traçando diretrizes e fórmulas que, segundo seus autores, são aplicáveis internacionalmente. A Carta considerava a cidade como um organismo a ser planejado de modo funcional e centralmente planejada, na qual as necessidades do homem devem estar claramente colocadas e resolvidas. Entre outras propostas revolucionárias da Carta está o de que todo a propriedade de todo o solo urbano da cidade pertence à municipalidade, sendo, portanto público.

A cidade de Brasília, cujo plano piloto é de autoria do arquiteto e urbanista Lúcio Costa é considerada como o mais avançado experimento urbano no mundo que tenha aplicado integralmente todos os princípios da Carta.

Críticas[editar | editar código-fonte]

Com a revisão do movimento moderno empreendida a partir dos anos 70, os CIAM e todo o seu ideário passaram a ser duramente criticados, seja pela dita "monotonia" das paisagens urbanas por ele criadas, seja pelo fato de a Carta alegadamente exagerar na quantificação das necessidades dos indivíduos. Experiências diversas ao redor do mundo que adotaram os ideais modernos em geral tenderam a criar "espaços-de-ninguém", nos quais a definição abstrata entre o espaço público e o espaço privado não fica clara, fazendo com que todo o espaço que teoricamente é de todos, passe a não ser de ninguém. Os críticos dos CIAM alegam que seus autores foram ingênuos ao confiar exageradamente nas possibilidades do estado de bem-estar social, ao qual o modernismo, segundo aqueles, é um projeto de mundo indissociável. Ainda segundo estes críticos, os CIAM, acreditando no poder mediador do Estado, ignoravam o aspecto conflitivo essencial à sociedade capitalista, propondo um mundo que não se encaixa nem no Capitalismo nem no Socialismo.

A demolição do conjunto residencial de Pruitt-Igoe em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos é considerada por muitos como o golpe fatal ao modernismo dos CIAM. O Pruitt-Igoe foi um premiado projeto residencial da década de 1950 que testemunhou elevações preocupantes na taxa de violência interna e durante 20 anos passou por um grave processo de degradação. Na década de 1970 o conjunto foi demolido por ordem judicial, em um processo apoiado pela comunidade que ali vivia. Este episódio é também considerado como o ponto de início do Pós-Modernismo.

Conferências realizadas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • BARONE, Ana Cláudia Castilho; Team 10: Arquitetura como crítica; São Paulo: Annablume, 2002 ISBN 85-7419-273-2
  • LE CORBUSIER (org.); Carta de Atenas; São Paulo: Editora Hucitec, 1989
  • MUMFORD, Eric; The CIAM discourse on urbanism, 1928-1960; Cambridge, Mass.: MIT Press, 2000 ISBN 0-262-13364-4

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]