Cianótipo
Cianotipia, ou Cianótipo, é um processo de impressão fotográfica em tons azuis, que produz uma imagem em ciano, descoberto em 1842 pela botânica e fotógrafa inglesa Anna Atkins e pelo cientista e astrônomo inglês Sir John Herschel. Usado principalmente como processo de baixo custo para copiar desenhos e diagramas durante os séculos XIX e XX, também é usado para reproduzir fotografias. O processo era utilizado por engenheiros até o século XX como um processo simples e de baixo custo para produzir cópias de projetos, conhecidos como blueprints. O processo utiliza dois produtos químicos: Citrato de amônio e ferro (III) e ferricianeto de potássio.
História
[editar | editar código-fonte]O cientista e astrônomo inglês Sir John Herschel descobriu o processo em 1842,[1] que ficou conhecido como blueprint.[2] No entanto, a botânica Anna Atkins passou a utilizá-lo em fotografia, criando uma série de imagens documentando samambaias e outras espécies do reino vegetal.[3] Atkins colocava os exemplares diretamente sobre papel sensitizado, produzindo fotogramas. Anna Atkins é considerada a primeira mulher a praticar a fotografia.[4]
Processo
[editar | editar código-fonte]O cianótipo usa basicamente dois compostos químicos: o citrato férrico amoniacal e o ferricianeto de potássio. Tipicamente, mistura-se duas partes iguais de solução de ferricianeto de potássio (8.1%) e citrato de férrico amoniacal (20%). A base usada geralmente é o papel, sendo o para aquarela o preferido pelos artistas, dando à imagem final uma aparência fosca, mas é possível usar outras bases, como o algodão e a lã, ou papel de gelatina (proporcionando um efeito lustroso).
O efeito final depende da exposição à luz ultravioleta, que provoca mudanças na cor do composto final (Azul da prússia), tornando a cor mais ou menos fria e acinzentada. O tempo ideal seria de 10-20 min. num dia nublado.
A revelação é feita com água, podendo ser usada uma pequena concentração de ácido para neutralizar o papel (caso este não seja neutro). A cor azul escurece com o tempo, por isso é possível acelerar o processo com outros compostos, como o peróxido de hidrogênio, bem como aumentar o contraste com dicromato de potássio (6 gotas de 1% para cada 2 mL de sensitizante). O tom pode ser alterado ainda mais, com o uso de diversos compostos e substâncias.
Preservação
[editar | editar código-fonte]Cianótipos não reagem bem a meios básicos.
Possuem a característica de se regenerarem: mesmo quando desbotados devido à exposição à luz. Podem recuperar a cor original permanecendo por algum tempo no escuro.
Se impressos em tecido, podem ser lavados à mão, com sabão livre de fosfatos, para não amarelarem.
Referências
- ↑ «V&A: Exploring Photography : Photographic Processes : Cyanotype». Vam.ac.uk. 13 de novembro de 2012. Consultado em 22 de dezembro de 2012
- ↑ «VERNACULAR PHOTOGRAPHY The Cyanotype». Vernacularphotography.com. 12 de dezembro de 2012. Consultado em 23 de abril de 2014. Arquivado do original em 30 de março de 2013
- ↑ «Anna Atkins, British, 1799-1871». Leegallery.com. Consultado em 23 de abril de 2014. Arquivado do original em 29 de agosto de 2010
- ↑ «V&A: Exploring Photography : Photographers : Anna Atkins». Vam.ac.uk. 13 de novembro de 2012. Consultado em 22 de dezembro de 2012 [ligação inativa]
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Cyanotype», especificamente desta versão.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- AlternativePhotography.com- gallery of over 100 artists working in cyanotypes
- «V&A: Exploring Photography : Photographic Processes : Cyanotype» (em inglês). Vam.ac.uk. 13 de novembro de 2012