Cianeto de hidrogênio

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Cianeto de hidrogênio
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC Formonitrilo
Outros nomes Ácido prússico
Ácido cianídrico
Gás cianídrico
Zyklon B
Cyanwasserstof
Evercyn
Ácido hidrociânico
AC (Código militar)
Aéreo Cianeto
Identificadores
Número CAS 74-90-8
PubChem 768
Número EINECS 200-821-6
Número RTECS MW6825000
SMILES
Propriedades
Fórmula molecular HCN
Massa molar 27,03 g/mol
Aparência Gás incolor ou levemente azulado,
líquido altamente volátil
Densidade 0,69 g·cm-3[1]
Ponto de fusão

-13 °C[1]

Ponto de ebulição

26 °C[1]

Solubilidade em água completamente miscível [1]
Pressão de vapor 816 hPa (20 °C)[1]
Acidez (pKa) 9,21[2]
Índice de refracção (nD) 1.2675 [3]
Viscosidade 0.201 cP
Estrutura
Forma molecular Linear
Momento dipolar 2,98 D
Termoquímica
Entalpia padrão
de formação
ΔfHo298
-4.999 kJ/g
Entalpia padrão
de combustão
ΔcHo298
-24.6 kJ/g
Capacidade calorífica
molar
Cp 298
1.328 J/g K (gás)
2.612 J/g K (líquido)
Riscos associados
Classificação UE Extremamente inflamável (F+)
Muito tóxico (T+)
Nocivo ao meio ambiente (N)
Índice UE 006-006-00-X
Principais riscos
associados
Altamente tóxico e inflamável.
NFPA 704
4
4
2
 
Frases R R12, R26, R35
Frases S S1, S2, S7, S9, S16, S36/37, S38

, S45, S60, S61

Ponto de fulgor −17.78 °C
Temperatura
de auto-ignição
538 °C
LD50 TDLo (humano, peroral): 1,471 mg·kg-1[4]
TDLo (humano, i.v.): 0,055 mg·kg-1[4]
LC50 (humano, inalativo):[5]
3030 ppm em 1 min
270 ppm em 6–8 min
181 ppm em 10 min
135 ppm em 30 min
Compostos relacionados
Outros aniões/ânions Ácido ciânico
Outros catiões/cátions Cianeto de sódio
Cianeto de potássio
Compostos de H, C e N relacionados Metanimina (H2C=NH)
Metilamina (H3CNH2)
Cianeto de metila (H3C-C#N)
Compostos relacionados Cianogênio (N#C-C#N)
Cianeto de metila
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Cianeto de hidrogênio (ou cianureto de hidrogênio) (HCN) é um composto extremamente volátil. Puro pode ser encontrado tanto na forma líquida quanto gasosa, devido ao seu baixo ponto de ebulição (25,7 °C) e grande volatilidade. Borbulhando-o em água, produz-se uma solução chamada de ácido cianídrico ou ácido prússico, um composto químico que contém o aníon cianeto (CN). Tem um forte cheiro de amêndoas amargas, e encontra-se em certas plantas, como a mandioca (Manihot esculenta), e no caroço de certas frutas (maçãs, pêssegos e cerejas). Os sais do ácido cianídrico são chamados cianetos, sendo os mais comuns o cianeto de potássio (KCN) e o cianeto de sódio (NaCN). Os cianetos iónicos são extremamente venenosos a vários seres vivos, em especial, aos humanos, neste caso, devido à habilidade do íon em se combinar com o ferro da hemoglobina, bloqueando a recepção do oxigênio pelo sangue, matando a pessoa exposta por sufocamento. A sua constante de acidez é relativamente baixa.

Propriedades físicas[editar | editar código-fonte]

A sua temperatura de fusão é de –14 °C, e a temperatura de ebulição é de 25,7 °C. É solúvel em água, álcool e éter. É altamente inflamável.

Propriedades químicas[editar | editar código-fonte]

Além de ser um poderoso veneno, quando em contato com o ar e sob certas condições, torna-se altamente explosivo.

Outra característica do HCN é sua alta mobilidade e capacidade de penetração em qualquer substância ou material poroso, aí incluído paredes e muros (isto devido à sua baixa massa molecular).

O HCN é também altamente persistente em sua estabilidade. Quando aplicado em ambientes mal ventilados, adere em objetos úmidos mantendo sua ação nociva por horas e dias.

Outra característica do HCN é que ele reage quimicamente com o óxido de ferro (III) formando o Azul da Prússia, um composto altamente estável que se manifesta através de manchas azuladas em paredes decorrentes da reação do HCN com o ferro utilizado na construção de objetos de alvenaria. A umidade atua como catalisador da reação. Antigamente, o azul da Prússia era utilizado na fabricação de tinta para escrever.

Síntese[editar | editar código-fonte]

O HCN é sintetizado principalmente através da reação de metano e amônia na presença de platina como catalisador a temperatura de 1200°C, conforme a equação:

2 CH4 + 2 NH3 + 3 O2 → 2 HCN + 6H2O

Essa síntese é creditada a Leonid Andrussow.[6]

Histórico[editar | editar código-fonte]

O HCN começou a ser usado em larga escala durante a Primeira Guerra Mundial quando os dois lados o utilizaram na fabricação de projéteis para artilharia fazendo com que os ataques com gás fossem rotineiros no front (ver artigo sobre guerra química).

Foi também o HCN o gás utilizado nas câmaras de gás estadunidenses, quando estas passaram a executar prisioneiros condenados à pena capital a partir de 1924. Estas câmaras de execução instaladas nas penitenciárias estadunidenses contavam com janela de vidro reforçado, porta maciça e com sistema para fechamento hermético, poderoso sistema de ventilação e de queima do gás dispensado e tratamento químico no interior da câmara após sua utilização para eliminar qualquer traço do veneno. Na câmara de gás, o carrasco colocava pastilhas de cianeto de potássio (cianureto) em ácido sulfúrico. Desta reação resultava sulfato de potássio e cianeto de hidrogênio[7]:

H2SO4 + 2KCN → K2SO4 + 2HCN

primeiros socorros[editar | editar código-fonte]

Ingestão: Quebrar uma ampola de nitrito de amilo. Colocar próximo à narina do acidentado durante 15 segundos. Se a respiração não voltar ao normal, repetir a operação a cada 2 minutos. Limitar a 6 operações (ou seja, 6 ampolas). Se a respiração da vítima não se reestabelecer, assegurar-se que há passagem de ar e instituir reanimação cardiopulmonar. Caso a respiração permaneça difícil, administrar oxigênio, se estiver disponível. Prover cuidados médicos imediatos.

Contato com a pele: Lavar a área de contato completamente com sabão e água. Remover a roupa contaminada imediatamente. Colocar a roupa contaminada em um recipiente fechado para armazenagem até que seja lavada ou descartada. Se a roupa tiver que ser lavada, informar à lavanderia sobre as propriedades perigosas do agente contaminante. Descartar os artigos de couro contaminados. Obter atenção médica imediata.

Contato com os olhos: Lavar imediatamente com grandes quantidades de água durante pelo menos 15 minutos. As pálpebras devem manter-se separadas do globo ocular para assegurar uma lavagem completa. Obter atenção médica imediata

Inalação: Remover a pessoa exposta da fonte de exposição. Levar para local ventilado e acomodar deitado. O Socorrista deverá evitar o contato com a roupa contaminada. Quebrar uma ampola de nitrito de amilo. Colocar próximo à narina do acidentado durante 15 segundos. Se a respiração não voltar ao normal, repetir a operação a cada 2 minutos. Limitar a 6 operações (ou seja, 6 ampolas). Se a respiração da vítima não se reestabelecer, assegurar-se que há passagem de ar e instituir reanimação cardiopulmonar. Caso a respiração permaneça difícil, administrar oxigênio, se estiver disponível. Prover cuidados médicos imediatos[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Registo de Cyanwasserstoff na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA.
  2. SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.
  3. Pradyot Patnaik. Handbook of Inorganic Chemicals. McGraw-Hill, 2002, ISBN 0070494398
  4. a b (en) « Cianeto de hidrogênio » em ChemIDplus.
  5. Department of Health: Hydrogen Cyanide. Version 1.2 vom 4. Februar 2004.
  6. L. Andrussow (1935). «The catalytic oxydation of ammonia-methane-mixtures to hydrogen cyanide». Angewandte Chemie. 48: 593–595 
  7. José Geraldo Covre. Química. O Homem e a Natureza Primeira Edição, página 282.
  8. Mascarenhas, Crislei. «FISPQ UNIGEL ácido cianídrico» (PDF) 
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[1]

  1. SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.