Cidades Mortas (Síria)

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Aldeias Antigas do Norte da Síria 

Vista de Serjilla

Tipo Cultural
Critérios iii, iv, v
Referência 1348
Região Ásia e Oceania
Países Síria Síria
Coordenadas 36° 20′ 50″ N, 39° 03′ 36″ L
Histórico de inscrição
Inscrição 2011

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

As Cidades Mortas são um grupo de 700 povoados abandonados no noroeste da Síria entre Alepo e Hama. Datam de antes do quinto século DC e contêm muitos remanescentes da arquitetura cristã bizantina. As Cidades Mortas importantes incluem Qal'at Sim'an, Serjilla e Bara. As Cidades Mortas estão situadas em uma região elevada de pedra calcária conhecida como Maciço de Belus. Espalham-se sobre um território de aproximadamente 40 km de largura por 140 km de comprimento.[1]

Chris Wickham, em seu pormenorizado estudo do mundo pós-romano, 'Framing the Early Middle Ages (2006) defende a ideia de que estes povoados habitados por camponeses prósperos tinham poucas características especificamente urbanas. O grande número de inscrições encontradas indica que seus habitantes constituíam uma comunidade bilíngue, que utilizava o grego, então língua franca do mediterrâneo oriental, para assuntos religiosos e administrativos e o aramaico nas relações familiares e comerciais locais. Os exemplos impressionantes da sua arquitetura doméstica são o resultado de uma economia beneficiada por um importante comércio internacional com base no azeite de oliva ao término de Antiguidade. Outros defendem que sua prosperidade estava ligada à proximidade de importantes rotas de comércio. Quando a área foi conquistada pelos árabes, estas rotas mudaram e as cidades perderam a maior parte dos negócios de que suas economias dependiam.

Os colonos acabaram abandonado suas cidades e migrando para as poucas grandes cidades que agora floresciam sob domínio dos árabes. A maioria das cidades mortas está muito bem preservada e os turistas podem aceder aos locais com bastante liberdade apesar das contínuas escavações arqueológicas e eventuais trabalhos de restauração. Algumas das Cidades Mortas, entretanto, são bastante difíceis de alcançar sem auxílio de um guia.

Sítios arqueológicos[editar | editar código-fonte]

Kharab Shams Basílica

Os principais sítios arqueológicos nos Monte Simeon e Monte Kurd incluem:

  • Basílica de Kharab Shams, uma das estruturas cristãs mais antigas e mais bem preservadas do século IV d.C. no Levante.[2] A igreja bizantina está localizada a 21 km a noroeste de Aleppo.
  • O Castelo de Kalota e duas igrejas localizadas a 20 km a noroeste de Aleppo. O castelo foi originalmente construído como um templo romano no século II d.C. No século V, depois da região se converter ao cristianismo, o templo foi transformado em uma basílica.[3] Como resultado das guerras entre os hamadânidas e o Império Bizantino durante o século X, ela foi transformada em um castelo.[4] As duas igrejas estão bem preservadas e localizadas perto do castelo: a Igreja Oriental construída em 492 e a Igreja Ocidente do século VI.
Igreja de São Simeão Estilita
  • Igreja de São Simeão Estilita (Deir Semaan), é um dos monumentos mais célebres eclesiásticos na Síria e entre as mais antigas igrejas cristãs no mundo. Está localizada cerca de 35 km a noroeste de Aleppo.[5]
  • Basílica de Fafertin, uma igreja romana meio arruinada datada de 372 dC; ela está localizada a 22 km a noroeste de Aleppo. Segundo o historiador Aleppine Abdallah Hajjar, a basílica está entre as mais antigas igrejas do mundo.[6]

Referências

  1. Burns, Ross., Monuments of Syria: An Historical Guide, p.109
  2. «Kharab Shams in history». Esyria.sy. 13 de março de 2008. Consultado em 26 de julho de 2014 
  3. «Aleppo: Kalota village». Esyria.sy. Consultado em 10 de junho de 2013 
  4. «Kalota Church». Qenshrin. Consultado em 10 de junho de 2013 
  5. Terry Carter; Lara Dunston. Syria & Lebanon (em inglês) 2ª ed. [S.l.]: Lonely Planet. pp. 173–201. ISBN 1-86450-333-5 
  6. «Aleppo Fafertin Church». Esyria.sy. Consultado em 26 de julho de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]