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Clematis vitalba

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Clematis vitalba
Clematis vitalba
Classificação científica
Reino: Plantae
Filo: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Ranunculales
Família: Ranunculaceae
Género: Clematis
Espécie: C. vitalba
Nome binomial
Clematis vitalba
L. (1753)
Clematis vitalba - MHNT

Clematis vitalba L., comummente denominada cipó-do-reino[1], é uma espécie de planta com flor, pertencente à família das Ranunculáceas[2] e ao tipo fisionómico das microfanerófitas[3] e das escandentes.[4]

Dá ainda pelos seguintes nomes comuns[5]: vide-branca[3], vitalba[3], clematite[3] (não confundir com a Clematis campaniflora[6], que consigo partilha este nome) e clematite-branca[3] (também grafada clematide-branca[7]).

Trepadeira de talos lenhosos, ramificados em vides ou sarmentos.[5]

Folhas pinatífidas, de segmentos peciolados, com formatos ovais, cordados-ovados ou ovalo-lanceolados, crenuladas ou dentadas.[8]

As flores agrupam-se em panículas, em ramadas velosas.[9] O perianto exibe 4 a 7 tépalas de 10 a 15 centímetros, de formato obtuso e coloração variável entre o branco e o branco-esverdeado.[8]

Os seus frutos são aquénios comprimidos, velosos, podendo chegar aos cinco centímetros e meio de comprimento.[5]

Distribuição

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É natural de Europa Mediterrânea, Central e Ocidental.[3][5]

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental. Nomeadamente, em todas as zonas do Norte, em toda as zonas do Centro-Oeste; na zona do Centro-Norte; em todas as zonas do Centro-Sul .[3]

Privilegia os habitats de nemorais, mormente as florestas, os matorrais e as balças e, ocasionalmente, também entre as brechas de fragas e penedos.[4] Também se dá junto à berma das estradas e dos caminhos (espécie ruderal) e de cursos de água (espécie ripícola). Prefere os terrenos calcários[3]

Aquénios do cipó-do-reino

Toxicológicas

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Todas as partes desta planta são tóxicas, se forem ingeridas frescas, podendo produzir gastroenterite, náuseas, lesões renais e até a morte por paralisia respiratória.[3][5] Além disso, também pode danificar irreversivelmente as membranas das mucosas nasais se lá for inserida directamente.[10][11] Devido à sua toxicidade, deixou de ser utilizada.[12]

  • As folhas produzem efeitos Diuréticoe Rubefaciente;[3]
  • O caule e a raiz podem ser usados para tratar urticária;[3]
  • Na Idade Média era usada por mendigos para criar chagas, a fim de suscitar a generosidade dos esmolentes.[4][11]
  • Os caules chegaram a ser usados na Europa central para urdir cestas.[13][14]
  • Pode ser utilizada, no âmbito da homeopatia, para tratar as pústulas.[12]
  • Em França, chegou a ser usada para fumar, em jogos de rapazes.[15]
Princípios activos

Contém protoanemonina. Saponinas derivados do ácido oleanólico e da hederagenina.[16]

Vide-branca

A Clematis vitalba foi descrita por Carlos Lineu e publicado na obra Species Plantarum 1: 544, em 1753.[17]

Citologia

Números cromossomáticos da Clematis vitalba (Fam. Ranunculaceae) e táxones infra-especificos: 2n=16[18]

  • Anemone vitalba (L.) K.Krause
  • Clematis bannatica Schur
  • Clematis bellojocensis Gand.
  • Clematis crenata Jord.
  • Clematis dumosa Salisb.
  • Clematis dumosa Gand.
  • Clematis odontophylla Gand.
  • Clematis pilosa Dulac
  • Clematis scandens Borkh.
  • Clematis sepium Lam.
  • Clematis taurica Besser ex Nyman
  • Clematis transiens Gand.
  • Clematitis vitalba (L.) Moench
  • Viorna clematitis Garsault[22]

Referências

  1. Infopédia. «cipó-do-reino | Definição ou significado de cipó-do-reino no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 20 de março de 2021 
  2. «Página de Espécie • Naturdata - Biodiversidade em Portugal». Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Consultado em 20 de março de 2021 
  3. a b c d e f g h i j k «Jardim Botânico UTAD | Clematis vitalba». webcache.googleusercontent.com. Consultado em 18 de março de 2021 
  4. a b c «Clematis vitalba - Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 20 de março de 2021 
  5. a b c d e Castroviejo, S. (coord. gen.). 1986-2012. Flora iberica pp. 271-272. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.
  6. «Clematis campaniflora». www.biorede.pt. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  7. «Jardim Botânico UTAD | Clematis vitalba». UTAD. Consultado em 25 de junho de 2021 
  8. a b Krausch, Dieter (2007). Kaiserkron und Päonien rot... von der Entdeckung und Einführung unserer Gartenblumen. München: Deutscher Taschenbuch Verlag. p. 114. ISBN 978-3-423-34412-8 
  9. P. Kremer, Bruno (2002). Strauchgehölze. Erkennen & bestimmen. In: Steinbachs Naturführer. Niedernhausen: Mosaik. p. 24. ISBN 3-576-11478-5 
  10. «Clematis vitalba». Plantas útiles: Linneo. Consultado em 5 de Fevereiro de 2010 
  11. a b Sell, Yves; Bénezra, Claude; Guérin, Bernard (2002). Plantes et réactions cutanées (em francês). [S.l.]: John Libbey Eurotext 
  12. a b Dr. Berdonces I Serra. «Rhus aromatica». Gran Enciclopecia de las Plantas Medicinales. Tikal ediciones ISBN 84-305-8496-X. 321 páginas 
  13. Petauer, Tomaž. 1993. Leksikon rastlinskih bogastev. Ljubljana: Tehniška založba Slovenije, p. 139.
  14. Kržan, Vanja. 2010. "Mi pa oznanjamo Kristusa, križanega (1 Kor 1,23)." Zaveza 42 (25 February). Arquivado em 2012-06-29 no Wayback Machine (em esloveno)
  15. «Le bois à fumer | Zoom Nature» (em francês). 19 de novembro de 2020. Consultado em 20 de março de 2021 
  16. «Clematis vitalba». Plantas útiles: Linneo 
  17. Clematis cirrhosa en Trópicos
  18. Números cromosomáticos de plantas occidentales, 261-269. Ruíz de Clavijo Jiménez, E. & C. Galán Soldevilla. Anales Jard. Bot. Madrid 40(2): 445-450 (1984).
  19. Sunset Western Garden Book. [S.l.: s.n.] 1995. pp. 606–7 
  20. «Definition of CLEMATIS». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  21. «Dictionary of Botanical Epithets». www.winternet.com. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  22. Clematis vitalba en PlantList
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