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Clevelândia do Norte

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Clevelândia do Norte
Distrito do Brasil
Igreja em Clevelândia do Norte
Igreja em Clevelândia do Norte
Igreja em Clevelândia do Norte
Localização
Mapa
Mapa de Clevelândia do Norte
Coordenadas 3° 49′ 00,2″ N, 51° 51′ 49,5″ O
Estado Amapá
Município Oiapoque
História
Criado em 15 de dezembro de 1951 (73 anos) - distrito
Características geográficas
População total (2022[1]) 467 hab.

Clevelândia do Norte é um distrito do município brasileiro de Oiapoque, no estado do Amapá. Segundo o censo demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população era de 467 habitantes[1] e havia 133 domicílios particulares permanentes ocupados.[2] Foi criado pela lei federal nº 1.503 de 15 de dezembro de 1951.[3]

De acordo com o IBGE, em 2010 a população era de 1 253 habitantes e havia 428 domicílios particulares.[4]

Trata-se de uma colônia militar brasileira, criada em 1919, que antigamente era chamada de "Colônia Militar do Oiapoque". Situa-se na margem direita do rio Oiapoque, a cerca de três quilômetros da cidade.

O deslocamento da colônia para Oiapoque é feito por meio de pequenas embarcações através do rio Oiapoque, num trajeto que dura 15 a 20 minutos. A largura do rio no trecho Clevelândia–Oiapoque varia entre 800 a 1 200 metros, com poucas ilhas no seu curso. Também é possível deslocar-se através de uma estrada cujo percurso demora de 5 a 10 min de carro.

Campo de Concentração

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Durante o Governo de Artur Bernardes (1922–1926) foi montado em Clevelândia um campo de concentração[5] lembrado como "inferno verde". Sobreviventes do episódio relataram ter sofrido, sob a guarda do Estado, por insalubridade, falta de estrutura, fome, tortura e trabalhos forçados. Em quatro anos dos 946 presos lá internados 491 morreram,[6] principalmente por doenças. Os prisioneiros políticos, vindos principalmente do Rio de Janeiro e São Paulo, eram militantes do movimento anarcossindicalista que caracterizou as lutas sociais nas primeiras décadas do século XX e foram presos no bojo da repressão ao movimento tenentista. Também havia presos comuns no campo.

Frequentemente citada por Monteiro Lobato no livro Mr. Slang e o Brasil como o lugar para onde corriam o risco de serem mandados os cérebros pensantes do país.[5]

Referências

  1. a b Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) (2022). «Tabela 9923 - População residente, por situação do domicílio - Distrito». Consultado em 13 de junho de 2025. Cópia arquivada em 13 de junho de 2025 
  2. Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) (2022). «Tabela 9922 - Domicílios particulares permanentes ocupados - Distrito». Consultado em 13 de junho de 2025. Cópia arquivada em 13 de junho de 2025 
  3. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (2007). «Oiapoque - Histórico» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 29 de setembro de 2013. Cópia arquivada (PDF) em 3 de outubro de 2013 
  4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (16 de novembro de 2011). «Sinopse por setores». Consultado em 29 de setembro de 2013 
  5. a b Romani, Carlo. Clevelândia (oiapoque). colônia penal ou campo de concentração? Revista Eletrônica da PUC.
  6. Pinheiro, Paulo Sérgio Viagem ao Núcleo Colonial Cleveland

Ligações externas

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