Cneu Cornélio Lêntulo Getúlico

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 Nota: Este artigo é sobre o cônsul sufecto em 26. Para o cônsul sufecto em 55 e seu filho, veja Cneu Cornélio Lêntulo Getúlico (cônsul em 55). Para outros significados, veja Cneu Cornélio Lêntulo.
Cneu Cornélio Lêntulo Getúlico
Cônsul do Império Romano
Consulado 26 d.C.
Morte 39 d.C.

Cneu Cornélio Lêntulo Getúlico (em latim: Gnaeus Cornelius Lentulus Gaetulicus); m. 27 de outubro de 39) foi um senador, escritor e poeta romano da gente Cornélia eleito cônsul em 26 com Caio Calvísio Sabino. Era filho de Cosso Cornélio Lêntulo, cônsul em 1 a.C..

Depois de ter sido implicado numa conspiração para assassinar o imperador Calígula, Getúlico foi executado.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Depois de seu consulado, Getúlico foi legado imperial na Germânia Superior, possivelmente substituindo seu irmão, Cosso Cornélio Lêntulo, e lá permaneceu entre 29 e 39 enquanto seu sogro, Lúcio Aprônio, governava a Germânia Inferior. Getúlico era muito querido pelas tropas, mas sua atitude complacente provavelmente deu lugar a um relaxamento na dura disciplina militar que deixou a Gália suscetível a invasões das tribos germânicas.

Getúlico era aliado de Lúcio Élio Sejano, o prefeito da guarda pretoriana, e sua filha chegou a ficar noiva do filho dele. Depois da queda de Sejano, em 31, Getúlico supostamente sobreviveu por ter escrito ao imperador Tibério uma carta com diversas sutis advertências a respeito de sua capacidade de mobilizar e controlar as poderosas legiões da fronteira do Reno.[1]

Depois da morte de Tibério, Getúlico tentou conquistar seu sucessor, Calígula, escrevendo comentários elogiosos sobre seu nascimento, talvez na esperança de receber o comando da esperada invasão das ilhas Britânicas. Apesar disto, Getúlico se viu implicado numa conspiração contra Calígula em 39, provavelmente a mesma que levou à execução de Marco Emílio Lépido, o viúvo da finada irmã do imperador, Drusila, e amigo dele. Calígula soube da trama e ordenou a execução de Getúlico e de sua esposa, provavelmente em 27 de outubro.[2]

Escritor[editar | editar código-fonte]

Getúlico foi também um escritor e uma obra sua (perdida) foi citada como fonte tanto por Suetônio ("Vidas dos Doze Césares") quanto por Tácito ("Anais"). Suetônio o cita nominalmente em "Vida de Calígula". Era também um poeta de certo renome e escreveu versos eróticos que inspiraram Marcial, que o citou como um precedente para o uso livre do latim.

Família[editar | editar código-fonte]

A esposa de Getúlico era Aprônia Cesênia, filha de Lúcio Aprônio, cônsul sufecto em 8. Os dois tiveram um filho, Cneu Cornélio Lêntulo Getúlico, que foi cônsul sufecto em 55.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Cosso Cornélio Lêntulo

com Marco Asínio Agripa
com Caio Petrônio (suf.)

Cneu Cornélio Lêntulo Getúlico
26

com Caio Calvísio Sabino
com Quinto Júnio Bleso (suf.)
com Lúcio Antíscio Veto (suf.)

Sucedido por:
Lúcio Calpúrnio Pisão

com Marco Licínio Crasso Frúgio
com Públio Cornélio Lêntulo (suf.)
com Caio Salústio Crispo Passieno (suf.)


Referências

  1. Tácito, Anais VI.30
  2. Der Neue Pauly, Stuttgardiae 1999, T. 3, c. 194