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Coligação PS/PCP/PEV

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Coligação PS/PCP/PEV
SiglaPS–PCP–PEV
(1993)
PS/PCP/PEV
(2001)
Fundação1993
Dissolução2001
SedePortugal Portugal
IdeologiaSocial-democracia
Keynesianismo
Progressismo
Comunismo
Marxismo-leninismo
Socialismo
Ecossocialismo
Política verde
Espectro políticoCentro-esquerda a extrema-esquerda
MembrosPartido Socialista
Partido Comunista Português
Partido Ecologista "Os Verdes"
Eleições autárquicas19932001
CoresRosa, vermelho e verde-lima

A coligação PS/PCP/PEV (também PS–PCP–PEV) foi uma coligação eleitoral portuguesa ad hoc feita entre os partidos políticos Partido Socialista (PS), Partido Comunista Português (PCP) e Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) para duas candidaturas autárquicas nas eleições de 1993, no Corvo (Açores), e nas de 2001 em Lisboa.

No Corvo, em 1993, tratou-se da primeira e única coligação entre estes partidos na ilha açoriana e usou a denominação Pelo Corvo[nota 1] (PS–PCP–PEV), tendo sido aceite pelo Tribunal Constitucional a 6 de outubro de 1993.[1]

Em Lisboa, em 2001, foi a quarta e última coligação entre o PS o PCP e outros partidos de esquerda na capital, depois da coligação Por Lisboa (1989), da coligação Com Lisboa (1993) e da coligação Mais Lisboa (1997), sempre com configurações partidárias diferentes. A coligação formou-se quatro anos depois da vitória da coligação Mais Lisboa (PS/PCP/PEV/UDP) em 1997, desta vez sem a União Democrática Popular (UDP), que se havia unido ao Partido Socialista Revolucionário (PSR) e à Política XXI (PXXI) para formar o Bloco de Esquerda (B.E.), que apresentou uma candidatura própria. A coligação teve o nome Amar Lisboa (PS/PCP/PEV) e foi aceite pelo Tribunal Constitucional a 12 de outubro de 2001.[2]

Resultados eleitorais

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Em 1993, a coligação Pelo Corvo perdeu as eleições para a Câmara Municipal, tendo obtido 41,3% dos votos e elegendo 2 vereadores. Na Assembleia Municipal o PS/PCP/PEV teve 41,74% dos votos e elegeu 7 deputados municipais. Em ambos os casos, a candidatura vencedora foi a do Partido Social Democrata (PPD/PSD), com 54,78% dos votos para a Câmara Municipal e 3 vereadores (maioria absoluta) e 53,48% dos votos para a Assembleia Municipal e 8 deputados municipais (maioria absoluta também). O Corvo é o único município do país sem freguesias, daí não existirem neste concelho eleições para assembleias de freguesia.

Em 2001, a coligação Amar Lisboa, liderada pelo presidente da Câmara Municipal incumbente João Soares perdeu de forma dramática e inesperada as eleições autárquicas no município, sendo derrotada pela coligação entre o PPD/PSD e o Partido Popular Monárquico (PPM), com o nome Lisboa Feliz e encabeçada por Pedro Santana Lopes. O PS/PCP/PEV conseguiu 41,7% dos votos e 8 vereadores face aos 41,98% e os mesmos 8 vereadores do PPD/PSD.PPM, numa diferença de apenas 856 votos. Os outros partidos na disputa tiveram resultados bastante inferiores e, à exceção do Partido Popular (CDS–PP) com um mandato, não elegeram qualquer vereador: CDS–PP – 7,55%, B.E. – 3,8%, Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) – 0,77%, Partido Humanista (P.H.) – 0,43%, Partido da Terra (MPT) – 0,43%, Partido Nacional Renovador (P.N.R.) – 0,21%. Nas eleições para a Câmara Municipal, a coligação Amar Lisboa acabaria por ganhar em 33 das 53 freguesias da cidade, contudo, não foi suficiente devido à concentração de votos nas freguesias ganhas pela coligação Liboa Feliz ter ocorrido em circunscrições de maior relevo populacional. De relembrar que, em 1997, o PS/PCP/PEV/UDP havia vencido em 42 freguesias.

De forma inusitada, na Assembleia Municipal, dos 54 deputados municipais, a coligação Amar Lisboa, com 41,57% dos votos, conseguiu eleger uma maioria relativa de 24 deputados (menos 8 que em 1997), por oposição aos 23 da coligação Lisboa Feliz (PPD/PSD.PPM) – que teve apenas 39,84% –, 5 do CDS–PP e 2 do B.E.

Nas eleições para as assembleias de freguesia, a coligação PS/PCP/PEV conquistou 35 presidências de junta (25 com maioria absoluta), com as restantes 18 freguesias a ficarem nas mãos do PPD/PSD.PPM, que conquistou Anjos, Campo Grande, Lumiar, Sacramento, Santa Maria de Belém e São Domingos de Benfica à esquerda, perdendo por sua conta os Mártires para o lado contrário. Com este resultado, como os presidentes de junta têm inerentemente lugar na Assembleia Municipal, o parlamento municipal ficou dividido da seguinte forma: PS/PCP/PEV — 59 deputados (maioria absoluta); PPD/PSD.PPM – 41 deputados; CDS–PP – 5 deputados; B.E: – 2 deputados.

Contudo, a derrota na Câmara Municipal, em conjunto com outras na noite eleitoral em cidades importantes do país, como no Porto, levariam à demissão do primeiro-ministro socialista António Guterres e à queda do XIV Governo Constitucional.

Eleições autárquicas

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Câmaras e vereadores municipais

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Data Cl. Votos % +/- Presidentes C.M. +/- Vereadores +/-
1993 17.º 95
0,0 / 100,00
Novo
0 / 305
Novo
2 / 1 997
Novo
1997 Não concorreu
2001 7.º 130 279
2,48 / 100,00
0 / 308
8 / 2 044

Assembleias municipais

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Data Cl. Votos % +/- Deputados +/-
1993 16.º 96
0,0 / 100,00
Novo
7 / 6 769
Novo
1997 Não concorreu
2001 6.º 129 852
2,47 / 100,00
24 / 6 876

Assembleias de freguesia

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Data Cl. Votos % +/- Membros +/-
2001 7.º 132 918
2,53 / 100,00
Novo
309 / 34 569
Novo

Ver também

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Notas

  1. Estilizado em maiúsculas: PELO CORVO.

Referências

  1. Tribunal Constitucional (6 de outubro de 1993). «Acórdão n.º 464/93». Consultado em 1 de setembro de 2025 
  2. Tribunal Constitucional (12 de outubro de 2001). «Acórdão n.º 436/01». Consultado em 1 de setembro de 2025 
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