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Coligação Por Lisboa

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Por Lisboa
Coligação PS–PCP–MDP/CDE–PEV
SiglaPS–PCP–MDP/CDE–PEV
Fundação1989
Dissolução1989
SedePortugal Portugal
IdeologiaSocial-democracia
Keynesianismo
Progressismo
Comunismo
Marxismo-leninismo
Socialismo
Ecossocialismo
Política verde
Espectro políticoCentro-esquerda a extrema-esquerda
MembrosPartido Socialista
Partido Comunista Português
Movimento Democrático Português
Partido Ecologista "Os Verdes"
Eleições autárquicas1989
CoresRosa, vermelho, castanho e verde-lima

A coligação Por Lisboa (PS–PCP–MDP/CDE–PEV) foi uma coligação eleitoral portuguesa ad hoc feita entre os partidos políticos Partido Socialista (PS), Partido Comunista Português (PCP), Movimento Democrático Português (MDP) e Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) nas eleições autárquicas de 1989 no concelho de Lisboa. Foi encabeçada como candidato a presidente da Câmara Municipal de Lisboa pelo secretário-geral do PS Jorge Sampaio.

Outros partidos de esquerda como a União Democrática Popular (UDP) ou o Partido Socialista Revolucionário (PSR) também não apresentaram listas próprias à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal, fazendo com que na prática a eleição fosse entre a coligação de esquerda Por Lisboa e a de direita Viver Melhor em Lisboa (PPD/PSD–CDS–PPM), encabeçada por Marcelo Rebelo de Sousa, e formada pelo Partido Social Democrata (PPD/PSD), pelo Partido do Centro Democrático Social (CDS) e pelo Partido Popular Monárquico (PPM).

Foi a primeira de quatro coligações entre o PS o PCP e outros partidos de esquerda, coligações essas que se repetiriam com outras configurações partidárias nas eleições autárquicas de 1993 (Com Lisboa), 1997 (Coligação Mais Lisboa) e 2001 (Amar Lisboa). A coligação surgia quatro anos depois de um desaire eleitoral para o PS em Lisboa, que havia ficado em terceiro lugar atrás da Aliança Povo Unido (coligação entre o PCP e o MDP/CDE) nas eleições autárquicas de 1985, não vencendo em qualquer órgão autárquicos, incluindo qualquer junta de freguesia.

A coligação foi aceite pelo Tribunal Constitucional a 3 de agosto de 1989.[1]

Resultados eleitorais

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A coligação Por Lisboa venceu as eleições autárquicas no município, constituindo a primeira vez desde as eleições de 1979 em que o concelho voltou a ser controlado por partidos de esquerda. De 1979 a 1985, a presidência da Câmara Municipal de Lisboa havia estado nas mãos da Aliança Democrática (AD), e de 1985 a 1989 nas do PPD/PSD, já que o CDS não se havia apresentados com listas próprias à Câmara nas eleições de 1985, entrando como independentes nas listas do PPD/PSD, passando-se o contrário na Assembleia Municipal.

Após a noite eleitoral, o PS–PCP–MDP/CDE–PEV venceu com 49,07% alcançando uma maioria absoluta de 9 vereadores (em 17), face aos 42,07% e 8 vereadores conquistados pela coligação de direita Viver Melhor em Lisboa. Nas eleições para a Câmara, a coligação Por Lisboa ganhou em 37 freguesias, face a 16 da coligação de direita. De relembrar que, em 1985, o PPD/PSD havia vencido em 45 e a APU nas restantes 8 (o PS não vencera em nenhuma).

Na Assembleia Municipal, dos 54 deputados municipais, a coligação Por Lisboa conseguiu eleger uma maioria absoluta de 28, por oposição aos 24 conquistados pela coligação PPD/PSD–CDS–PPM, com os restantes dois deputados a caberem ao Partido Renovador Democrático (PRD). Nas eleições anteriores, a APU tinha tido 17 deputados e o PS 12, para um total à esquerda de 29 (mais um do que nestas eleições). O CDS, com 24, e o PPM , com um, formavam antes as bancadas da direita.

Em 1985, nas eleições para as assembleias de freguesia, o PPD/PSD e o CDS haviam ganho respetivamente 28 e 13 presidências de junta (41 no total), abstendo-se na maioria das freguesias de apresentarem listas competindo entre os dois partidos. Do lado da esquerda, a APU vencera nas 12 restantes e o PS em nenhuma. Com os resultados das eleições de 1989, a coligação de esquerda manteve as 12 juntas que já pertenciam ao PCP e conquistou 25 juntas de freguesia ao PPD/PSD–CDS–PPM, para um total de 37 das 53 juntas. A coligação de direita venceu apenas em 16 freguesias. Com este resultado, como os presidentes de junta têm inerentemente lugar na Assembleia Municipal, o parlamento municipal ficou dividido da seguinte forma: PS–PCP–MDP/CDE–PEV — 65 deputados; PPD/PSD–CDS–PPM – 40 deputados; PRD – 2 deputados.

Eleições autárquicas

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Câmaras e vereadores municipais

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Data Cl. Votos % +/- Presidentes C.M. +/- Vereadores +/-
1989 6.º 180 635
3,65 / 100,00
Novo
1 / 305
Novo
9 / 1 997
Novo

Assembleias municipais

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Data Cl. Votos % +/- Deputados +/-
1989 6.º 182 237
3,84 / 100,00
Novo
28 / 6 753
Novo

Assembleias de freguesia

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Data Cl. Votos % +/- Membros +/-
1989 6.º 183 404
3,87 / 100,00
Novo
392 / 33 000
Novo

Ver também

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Referências

  1. Tribunal Constitucional (3 de agosto de 1989). «Acórdão n.º 501/89». Consultado em 30 de agosto de 2025 
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