Coluna da Peste (Viena)

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Coluna da Peste
Pestsäule
Apresentação
Destino inicial
Comemora
Estilo
Arquiteto
Paul Strudel (en)
Criadores
Johann Bernhard Fischer von Erlach
Mathias Rauchmiller (en)
Material
Mármore, bronze e cobre dourado
Período de construção
1683 - 1693
Abertura
Estatuto patrimonial
Denkmalgeschütztes Objekt (en)Visualizar e editar dados no Wikidata
Localização
País
Divisão administrativa
Coordenadas
Mapa

A Coluna da Peste (em alemão: Pestsäule), ou Coluna da Trindade (em alemão: Dreifaltigkeitssäule), é uma coluna da Santíssima Trindade localizada no centro da cidade de Viena, na Áustria. Erguido após a epidemia da Grande Peste em 1679, o memorial barroco é uma das peças escultóricas mais conhecidas e proeminentes da cidade. Christine M. Boeckl, autora de Images of Plague and Pestilence, chama-o de "um dos conjuntos esculturais mais ambiciosos e inovadores criados em qualquer lugar na Europa na era pós- Bernini".[1]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1679, Viena sofreu uma das últimas grandes epidemias de peste. Fugindo da cidade, o imperador Leopoldo I da Casa de Habsburgo jurou erguer uma coluna de misericórdia se a epidemia acabasse. No mesmo ano, uma coluna provisória de madeira feita por Johann Frühwirth foi inaugurada, mostrando a Santíssima Trindade em uma coluna coríntia junto com nove anjos esculpidos (para os Nove Coros de Anjos).

Em 1683, Matthias Rauchmiller foi contratado para criar um projeto geral, bem como algumas esculturas. Rauchmiller morreu em 1686, mas sua concepção básica e três de suas figuras de anjos ainda podem ser vistas no monumento moderno.[2]

Vários novos projetos se seguiram, entre outros por Johann Bernhard Fischer von Erlach, que projetou as esculturas na base da coluna. Por fim, a gestão do projeto ficou a cargo de Paul Strudel, que baseou seu trabalho no conceito do engenheiro teatral Lodovico Burnacini.

Abaixo da figura da Trindade, Burnacini imaginou uma pirâmide de nuvens com esculturas de anjos, bem como o imperador Leopoldo ajoelhado, orando para uma escultura de fé. Entre outros, os escultores Tobias Kracker e Johann Bendel contribuíram para a coluna. A coluna foi inaugurada em 1694.[1]

Apesar do longo período de construção, das frequentes alterações do desenho e do grande número de escultores envolvidos, o monumento apresenta-se bastante homogêneo. Durante o período de design, ela mudou de uma coluna memorial conservadora para uma cena do alto barroco, narrando uma história de forma teatral. O monumento indica, portanto, a transição para a era do Alto Barroco em Viena. Influenciou fortemente o estilo e foi imitado em toda a região austríaca.

Iconografia[editar | editar código-fonte]

A coluna tem uma iconografia complexa, cuja mensagem básica é que a peste e o Segundo Cerco Otomano de Viena (1683), ambos castigos pelo pecado, foram evitados ou derrotados pela piedade e intercessão do Imperador Leopoldo I. O pilar também representa um monumento de vitória a esse imperador.

Na iconografia, a Trindade se expressa várias vezes no número três, a saber, verticalmente em três partes:[3]

  1. no pedestal reservado aos homens, e no terço superior dessa parte vê-se Leopoldo I orando a Deus como intercessor;
  2. nos anjos como mediadores entre Deus e área de pertença do homem;
  3. no nível mais alto reservado para a Santíssima Trindade.

Além disso, há também uma divisão tripartida no plano, que estabelece uma conexão entre o programa sagrado e as três partes da monarquia dos Habsburgos:

  1. A face ocidental é dedicada a Deus Pai e ostenta uma águia de duas cabeças, o brasão do Sacro Império Romano, bem como os brasões da Intra-Áustria, os ducados da Estíria, Caríntia e Carniola. Entre as alas oeste e leste estão os brasões dos países centrais da monarquia.
  2. A face oriental está associada ao Filho de Deus e ostenta os brasões dos reinos da Hungria, Croácia e Dalmácia, bem como da Bósnia.
  3. A face norte, que pertence ao Espírito Santo, é decorada com os brasões do Reino da Boêmia, da Margraviada da Alta Lusácia e da Baixa Silésia, bem como do Ducado da Silésia.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Boeckl, Christine M. (2017). «Vienna's Pestsäule: The Analysis of a Seicento Plague Monument». Wiener Jahrbuch für Kunstgeschichte, 49.1 (2017): 41-56. Consultado em 5 de julho de 2018. Although the Pestsäule was planned that very year it was not completed until 1694, and its imagery reflects some of the most traumatic events but also some of Austria's greatest triumphs. The intervening years saw the invasion and repulsion of the Turkish army which added new meaning to the original concept. 
  2. Kossatz, Tillman. «Rauchmiller, Mathias». New German Biography 21 (2003), pp. 200-201. In 1679 R. was awarded the contract for the Trinity Column donated by King Leopold I to the Graben in Vienna (completed in 1694) according to plans by JB Fischer von Erlach and L. Burnacini). The basic idea of replacing the hitherto usual pillar with a triangular-shaped pyramid has been preserved, as have three life-size, reading and musical angels of androgynous corporeality. (English translation of German original) 
  3. Thomas Winkelbauer: 1522-1699, Freedom of suffrage and prince power.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]