Comenda
Comenda é um benefício, em geral financeiro, que antigamente era concedido a eclesiásticos e cavaleiros de ordens militares, mas que costuma designar apenas uma distinção puramente honorífica.[1]
No passado, podia remeter ainda a uma porção de terra doada oficialmente como recompensa por serviços prestados, ficando o beneficiado com a obrigação de defendê-la de malfeitores e inimigos.[1] O detentor de uma comenda é chamado comendador.[1] Hoje em dia refere-se a uma distinção honorífica dada a personalidades que de algum modo contribuem para o engrandecimento da sociedade, seja por seus trabalhos ou influência social, política ou econômica.[1]
Razões do agraciamento
Conceder comendas vem de uma tradição de muitos séculos na Europa.[2] Em Portugal existiam comendas das três Ordens Militares: Ordem de Cristo, de São Bento de Avis e de Santiago, as quais conferiam prestígio e distinção aos que as portavam.[2] Sendo assim, tais ordens foram instrumentos amplamente usados utilizados pelos monarcas portugueses para obter serviços e vassalagem.[2]
As comendas militares funcionaram, desse modo, como uma espécie de incentivo à expansão lusitana mundo afora, já que o monarca premiava os homens dispostos a se sacrificarem em terras desconhecidas.[2]
No Brasil, então uma colônia portuguesa na América, as comendas tinham como função garantir o sucesso da empreitada colonizadora. Com a chegada da Corte Portuguesa, em 1808, foi que o número de agraciados locais aumentou consideravelmente.[2] A instalação da Mesa da Consciência e Ordens no Rio de Janeiro foi um dos elementos que facilitaram institucionalmente o requerimento dessas comendas por parte dos coloniais.[2]
No período que vai de 1808 a 1821, a necessidade de dinheiro e serviços da Coroa Portuguesa também estimulou a maior distribuição dessas comendas.[2]
Ver também
Referências
- ↑ a b c d Redação do Aulete (2007). «Verbete "comenda"». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 10 de fevereiro de 2014
- ↑ a b c d e f g Camila B. Silva. «Comendas honoríficas e distinção na Corte do Rio de Janeiro (1808-1821)» (PDF). PUC—RJ. Consultado em 10 de fevereiro de 2014 line feed character character in
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