Comissão Nacional de Incentivo à Cultura
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A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) é um órgão colegiado vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), responsável por analisar e opinar sobre as propostas culturais encaminhadas ao Ministério com o objetivo de obter apoio por meio de mecanismo de incentivos fiscais, conforme instituído pelo Art. 32 da Lei Rouanet (Lei nº 8.313/91),[1] que a instituiu no âmbito.
A CNIC é composta por representantes do poder público e da sociedade civil, garantindo pluralidade na tomada de decisões.
Criada pelo Artigo 32 da referida Lei Rouanet, como órgão deliberativo, a CNIC reúne-se uma vez ao mês, em sessões presenciais ou híbridas, com este propósito, sendo uma das instâncias de análise da proposta, podendo inclusive ter posição de alterações de parecer e vetos, ou seja, suas decisões orientam o Ministério da Cultura na aplicação dos mecanismos de fomento, garantindo a observância dos critérios técnicos e das diretrizes de política cultural.[2]
As reuniões da CNIC costumam ocorrer em diferentes regiões do país, promovendo descentralização e diálogo com agentes culturais locais. Esse modelo itinerante contribui para fortalecer o controle social e a integração entre gestores públicos, produtores e artistas.[3]
As decisões da Comissão se baseiam em pareceres técnicos elaborados previamente pela Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural, que realiza a análise formal e de mérito das propostas. O parecer da CNIC, após aprovado, segue para homologação da Secretaria e do Ministro de Estado da Cultura.[4]
Os membros da CNIC não recebem remuneração pelo exercício de suas funções, sendo considerados de relevante interesse público. O Ministério da Cultura cobre apenas custos logísticos e de deslocamento quando necessário para a participação presencial nas reuniões.[1]
Composição
[editar | editar código]Os representantes da sociedade civil na CNIC (que incluem o representante do empresariado nacional e os seis representantes de entidades associativas dos setores culturais e artísticos) são escolhidos por meio de um processo regulado por decreto e editais específicos. Esses conselheiros têm mandato de dois anos, com uma única recondução permitida.[5]
O processo de indicação contempla: habilitação de entidades associativas que atendam critérios de atuação nacional ou regional; indicação de seus representantes para titular e suplente; e publicação em ato da Ministra ou autoridade delegada. Em edições mais recentes, como no edital para composição biênio 2025-2027, esse processo foi formalizado por meio de edital público, com chamada para entidades realizarem inscrição, comprovação de atuação em diversas regiões, e classificação que considera segmentos culturais, diversidade e regionais.[6][7]
São membros da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), conforme o Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006, em seu artigo 39:[8]
- o Ministro de Estado da Cultura, que exerce a presidência da Comissão;
- os presidentes de cada uma das entidades vinculadas ao Ministério da Cultura (listados abaixo);
- o presidente de entidade nacional que congrega os Secretários de Cultura das unidades federadas;
- um representante do empresariado nacional;
- seis representantes de entidades associativas de setores culturais e artísticos, de âmbito nacional
Entidades vinculadas ao MinC[9][10][11]
[editar | editar código]- Fundação Nacional de Artes (Funarte)
- Fundação Biblioteca Nacional (FBN)
- Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB)
- Fundação Cultural Palmares (FCP)
- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
- Presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais da Cultura
- Agência Nacional do Cinema (ANCINE)
- Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB)
- Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM)
Representantes do Poder Público que integram a CNIC[12]
[editar | editar código]- Margareth Menezes – Ministra de Estado da Cultura (titular da presidência da CNIC)
- Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – titular: Marco Americo Lucchesi; suplente: Suely Dias
- Fundação Nacional de Artes (Funarte) – titular: Maria Marighella; suplentes: Leonardo Lessa de Mendonça e Luisa Vasconcelos Hardman
- Fundação Cultural Palmares (FCP) – titular: João Jorge Santos Rodrigues; suplentes: Nelson Luiz Rigaud Mendes e Guilherme Bruno dos Santos
- Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) – titular: Alexandre de Souza Santini Rodrigues; suplentes: Andrea Terra de Onofre e Antônio Herculano Lopes
- Agência Nacional do Cinema (ANCINE) – titular: Alex Braga Muniz; suplentes: Tiago Mafra e Leandro de Sousa Mendes
- Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) – titular: Fernanda Santana Rabello de Castro; suplentes: Rafaela Caroline Noronha Almeida e Flávio Costa Avalone
- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) – titular: Leandro Antônio Grass Peixoto; suplentes: Daniel Borges Sombra e Mariane da Silva Paulino
- Fórum de Secretários de Cultura – titular: Fabrício Noronha Fernandes; suplente: Jandeivid Lourenço Moura
Representantes da Sociedade Civil na CNIC[12][13]
[editar | editar código]- Sacha Eduardo Witkowski Ribeiro de Mello — representante titular do segmento Artes Cênicas;
- Daniella Francini Angelotti — primeira suplente de Artes Cênicas;
- Klebson Alberto Queiroz de Oliveira — segundo suplente de Artes Cênicas;
- Carlos Francisco Amorim de Carvalho — titular do segmento Artes Visuais;
- Gabriela Moulin Mendonça — primeira suplente de Artes Visuais;
- Rodrigo Rebouças Lyra — segundo suplente de Artes Visuais;
- Tiago Santos — representante titular do segmento Audiovisual;
- Rafael de Freitas Peixoto — primeiro suplente de Audiovisual;
- Adrielle Priscila da Silva Tavares (Priscila Tapajowara) — segunda suplente de Audiovisual;
- Veridiana de Cássia Barreto Cesarino — titular da bancada do Empresariado Nacional;
- Paula Duarte Bosso Schnor — primeira suplente do Empresariado Nacional;
- Daniel Cardoso Vitt — segundo suplente do Empresariado Nacional;
- Márcio Teixeira Tupinambá — titular do segmento Humanidades;
- Carla Simone da Silveira Mauch — primeira suplente de Humanidades;
- Rodrigo Vieira Costa — segundo suplente de Humanidades;
- Sérgio Luiz Ferreira de Figueiredo — titular do segmento Música;
- Wesley Cairo Pereira de Sousa — primeiro suplente de Música;
- Adriana Belic Cherubina — segunda suplente de Música;
- Fabiano de Melo Duarte Rocha — titular do segmento Patrimônio Cultural;
- Eneida Braga Rocha de Lemos — primeira suplente de Patrimônio Cultural;
- Danielle Cristina Dias de Santana — segunda suplente de Patrimônio Cultural.
Estrutura interna da CNIC
[editar | editar código]A CNIC opera por meio de um conjunto funcional integrado por três níveis principais de liderança e apoio: a presidência, a secretaria-executiva e as coordenações técnicas (grupos de trabalho). Cada nível desempenha funções específicas para assegurar o funcionamento colegiado, técnico e administrativo da Comissão.[9][10]
Presidência
[editar | editar código]A presidência da CNIC é exercida pelo Ministro de Estado da Cultura, ou por autoridade delegada, como o Secretário-Executivo do Ministério em caso de impedimento. A presidência tem as seguintes atribuições principais:[14]
- convocar e presidir as reuniões ordinárias e extraordinárias da comissão;
- estabelecer a ordem do dia e a pauta das deliberações do colegiado;
- delegar competências às instâncias internas (comissões temáticas, subgrupos, etc.);
- homologar, após deliberação da CNIC, os pareceres emitidos sobre projetos e recursos de incentivos fiscais;
- representar institucionalmente a CNIC perante o Ministério, outros órgãos públicos e a sociedade civil.
- O papel da presidência é decisivo para garantir a articulação entre o colegiado e a política cultural federal, assegurando que as decisões estejam alinhadas com as diretrizes definidas pelo ministério.
Secretaria-Executiva
[editar | editar código]A secretaria-executiva funciona como o suporte administrativo e logístico da CNIC. Geralmente vinculada à Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural (ou equivalente dentro do Ministério) ou à Secretaria-Executiva do Ministério da Cultura, essa unidade realiza as seguintes tarefas:[14]
- preparar e distribuir convocações, atas, relatórios e outros documentos para os comissários;
- coordenar a tramitação dos processos de análise (inscrição, habilitação, parecer) de projetos que se submetem à Lei Rouanet;
- manter o registro de reuniões, pautas, votações, atas e participar da transparência pública dos atos da Comissão;
- prover apoio logístico às sessões (organização de locais, videoconferência, materiais de suporte) e zelar pelo cronograma de reuniões;
- auxiliar na articulação entre os colegiados setoriais, grupos de trabalho e a CNIC propriamente dita;
- Essa secretaria-executiva funciona como a ponte operacional entre o aparato técnico-administrativo e o colegiado deliberativo, garantindo que as deliberações decorram de processos bem preparados.
Coordenações técnicas e grupos de trabalho
[editar | editar código]Além do colegiado pleno, a CNIC conta com coordenadorias técnicas, comissões temáticas ou grupos de trabalho (GTs) que se encarregam de aspectos especializados da política dos incentivos fiscais culturais. Exemplos de suas atribuições incluem:[14]
- levantamento de áreas prioritárias ou segmentos emergentes (ex.: acessibilidade, cultura indígena, cultura popular);
- elaboração de rascunhos de súmulas administrativas ou orientações técnicas para uniformização dos pareceres da CNIC;
- análise de recursos ou disputas técnicas apresentadas pelos proponentes de projetos culturais;
- articulação com os colegiados setoriais e com a sociedade civil para receber subsídios e relatórios sobre o desempenho do mecanismo de incentivos;
- Esses grupos, muitas vezes coordenados por um membro titular da CNIC ou por representante da sociedade civil, oferecem especialização e aprofundamento à deliberação colegiada, viabilizando que o processo de análise dos projetos seja tecnicamente qualificado e atualizado conforme a realidade cultural.
Referências
- ↑ Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991.
- ↑ Arantes, Silvana (14 de abril de 2008). «MinC derruba veto a turnê de Bethânia». Folha de S.Paulo. Cópia arquivada em 12 de março de 2016
- ↑ «Nova formação da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura inicia trabalhos para biênio 2025-2027». Brasil 61. 21 de agosto de 2025. Consultado em 8 de novembro de 2025
- ↑ «Edital para Composição da CNIC 2025-2027»
- ↑ «DECRETO N. 5.761». www.planalto.gov.br. Consultado em 8 de novembro de 2025
- ↑ https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/editais/inscricoes-encerradas/edital-para-composicao-da-cnic-2025-2027/sei_2163189_edital_minc_n__1-na-integra
- ↑ «EDITAL MINC Nº 1»
- ↑ Decreto 5.761/2006
- ↑ a b «CNIC – Comissão Nacional de Incentivo à Cultura». Museologia Digital. 3 de janeiro de 2023. Consultado em 8 de novembro de 2025
- ↑ a b «Sobre - Ministério da Cultura - Organizações - Portal de Dados da Cultura». dados.cultura.gov.br. Consultado em 8 de novembro de 2025
- ↑ «MinC realiza última reunião da CNIC em 2023»
- ↑ a b «Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC)». Ministério da Cultura. Consultado em 8 de novembro de 2025
- ↑ «MinC empossa novos integrantes da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura». 12 de agosto de 2025
- ↑ a b c «RESOLUÇÃO CNIC/MINC Nº 1, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2013»