Consórcio de Veículos de Imprensa

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O Consórcio de Veículos de Imprensa (CVI) foi uma parceria estabelecida entre 8 de junho de 2020 e 28 de janeiro de 2023, entre os veículos de imprensa brasileiros O Estado de S. Paulo, G1, O Globo, Extra, Folha de S.Paulo e UOL.[1] O objetivo inicial da parceria foi informar dados da pandemia de COVID-19 no Brasil recebidos das secretarias estaduais de saúde,[1] devido à restrição que o Ministério da Saúde promovera na época sobre a divulgação dos dados de números de casos e óbitos decorrentes de COVID-19.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, o governo divulgava os dados às 17h. Na gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, os dados começaram a ser divulgados somente às 22h, o que significava que a maioria dos noticiários de canais de TV aberta não poderiam divulgar os números do dia. O presidente Jair Bolsonaro comentou, sobre a alteração de horário, que "acabou matéria no Jornal Nacional", da TV Globo.[2] Além disso, os dados passaram a ser fornecidos incompletos pelo governo, com omissões de números consolidados da doença, tabelas de quantitativos e mortes por data de notificação.[2] O empresário Carlos Wizard, então secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde e depois apontado como um dos integrantes de um ministério paralelo da saúde no governo, ainda afirmou que o governo queria recontar o número de mortos por COVID-19 no país, que, naquela época, passavam de trinta e cinco mil.[3][4] Com isso, o Consórcio de Veículos de Imprensa passou a buscar dados nas secretarias da saúde dos estados e do Distrito Federal, contornando a necessidade de recorrer aos dados potencialmente imprecisos do Ministério da Saúde.[2]

Em janeiro de 2021, o Consórcio criou, antes do Governo Federal, uma campanha publicitária estimulando a vacinação contra a COVID-19.[5]

Para a eleição presidencial de 2022, o CVI anunciou, em 3 de agosto, que estava organizando um debate eleitoral, tendo definido em reunião que participariam do encontro postulantes que estivessem entre as quatro primeiras posições das pesquisas do Datafolha e do IPEC na semana que antecederia a realização. E, caso houvesse empate, a quarta vaga seria de quem estivesse na coligação com mais representantes no Congresso Nacional.[6] O debate havia sido programado para 14 de setembro de 2022 e as equipes das candidaturas tinham até 10 de agosto para confirmar a participação.[7] No dia 11, o debate foi suspenso devido aos dois candidatos que lideravam as pesquisas não confirmarem presença.[8]

Em 28 de janeiro de 2023, o consórcio foi extinto, após dois anos e meio de trabalhos. O anúncio foi feito pelos veículos de imprensa em seus sites.[9][10]

Referências

  1. a b «Veículos de comunicação formam parceria para dar transparência a dados da COVID-19». G1. Grupo Globo. 8 de junho de 2020. Consultado em 29 de março de 2021 
  2. a b c d «Veículos de imprensa fazem parceria para dar transparência a dados de Covid-19». O Globo. 8 de junho de 2020. Consultado em 1 de junho de 2021 
  3. «Governo deixa de informar total de mortes e casos de Covid-19; Bolsonaro diz que é melhor para o Brasil». Folha de S.Paulo. 6 de junho de 2020. Consultado em 1 de junho de 2021 
  4. «Além de 'gabinete paralelo', CPI quer apurar se empresário Wizard financiou fake news sobre Covid». G1. Consultado em 1 de junho de 2021 
  5. «Campanha do consórcio de veículos de imprensa destaca a importância da vacinação». G1. Consultado em 1 de junho de 2021 
  6. «Consórcio de imprensa se reúne com partidos e divulga regras de debate presidencial em pool». G1. Consultado em 5 de agosto de 2022 
  7. «O GLOBO, Valor, g1, Folha, Estadão e UOL se reúnem com partidos e divulgam regras de debate presidencial». O Globo. Consultado em 4 de agosto de 2022 
  8. «Consórcio de imprensa suspende realização de debate presidencial em pool». G1. Consultado em 12 de agosto de 2022 
  9. «Criado para divulgar dados sobre Covid, consórcio de veículos de imprensa chega ao fim». G1. Consultado em 29 de janeiro de 2023 
  10. «Consórcio de imprensa que permitiu transparência sobre covid chega ao fim». noticias.uol.com.br. Consultado em 29 de janeiro de 2023