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Conservadorismo progressista

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O conservadorismo progressista é uma ideologia política que tenta combinar políticas conservadoras e progressistas. Embora ainda apoie a economia capitalista, ele enfatiza a importância da intervenção governamental para melhorar as condições humanas e ambientais.[1]

O conservadorismo progressista surgiu pela primeira vez na Alemanha e no Reino Unido nas décadas de 1870 e 1880, sob o comando do chanceler Otto von Bismarck e do primeiro-ministro Benjamin Disraeli, respetivamente. O conservadorismo "Uma Nação" de Disraeli tornou-se a principal tradição conservadora progressista no Reino Unido.

No Reino Unido, os primeiros-ministros Disraeli, Stanley Baldwin, Neville Chamberlain, Winston Churchill, Harold Macmillan,[2] David Cameron e Theresa May foram descritos como conservadores progressistas.[3] A Rerum Novarum (1891) da Igreja Católica defende uma doutrina conservadora progressista conhecida como catolicismo social.[4]

Nos Estados Unidos, Theodore Roosevelt foi a principal figura identificada com o conservadorismo progressista como tradição política. Roosevelt afirmou que "sempre acreditou que o progressismo sábio e o conservadorismo sábio andam de mãos dadas".[5] A administração do presidente William Howard Taft foi considerada por alguns como conservadora progressista. Vários líderes europeus, como Angela Merkel, também se alinharam com a política conservadora progressista.[6] Em alguns países, como a Nova Zelândia e a Coreia do Sul, o principal campo conservador é mais progressista em matéria de imigração do que o campo de centro-esquerda.[7]

Definição histórica

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Benjamin Disraeli, um dos expoentes máximos do conservadorismo progressista.

Testemunhando os impactos negativos que as condições de trabalho tiveram sobre as pessoas durante o seu tempo e o crescente fosso entre ricos e pobres, provocadas principalmente pela Revolução Industrial, Disraeli começou a acreditar que mudanças na sociedade eram necessárias para melhorar as condições humanas e ambientais. No entanto, esse progresso precisava ser feito por meio de políticas e pensamento conservadores, a saber, que o governo pode fazer o bem e deve se envolver, mas apenas quando for necessário e dentro de seus próprios meios, sendo um governo limitado, mas obrigatório.[8] A ideia defende que é necessária uma rede de segurança social, mas apenas de forma mínima. A democracia cristã e a Doutrina Social da Igreja promovem alguma forma de conservadorismo progressista, derivado do texto de Rerum novarum. Os conservadores progressistas também acreditam que a mudança instantânea nem sempre é a melhor e às vezes pode ser prejudicial à sociedade; portanto, é necessária uma mudança cautelosa que se encaixa nas tradições políticas e sociais das nações.[9] Assim, o conservadorismo progressista acredita que a intervenção estatal, a estimulação do sentimento comunitário, a ênfase nas normas e valores tradicionais e o paternalismo são o equilíbrio tradicional entre o indivíduo (pessoa) e a comunidade. A elite tradicional e a nova elite (a nobreza e a burguesia emergente, respectivamente) desempenharam um papel importante na defesa de si mesmas como guardiãs do dever tradicional de cuidar dos menos favorecidos (noblesse oblige).[10]

No Reino Unido, políticos descritos como conservadores progressistas incluem: os primeiros ministros Disraeli, Stanley Baldwin, Neville Chamberlain, Winston Churchill, Harold Macmillan, David Cameron,[11] que lançou o Projeto Conservador Progressista em 2009, e Theresa May. Outros líderes europeus, como Angela Merkel, têm se alinhado à política progressista de centro com uma postura conservadora.[12]

Nos Estados Unidos, Theodore Roosevelt foi a principal figura do conservadorismo progressista, assim como William Howard Taft[13] e Dwight D. Eisenhower.[14]

Na Alemanha, o chanceler Leo von Caprivi promoveu um enfoque conservador progressista denominado Neuer Kurs ("Novo Rumo").[15] Mais recentemente, Angela Merkel tem se alinhado à política progressista de centro com uma postura conservadora.[16]

No Canadá, o principal movimento conservador progressista foi o Partido Progressista Conservador do Canadá desde 1942 até 2003[17] Os primeiros ministros Arthur Meighen, R. B. Bennett, John Diefenbaker, Joe Clark, Brian Mulroney e Kim Campbell lideraram governos de ideologia conservadora progresista.

Em Itália, a experiência do liberal Giovanni Giolitti ainda é hoje considerada parte integrante do movimento conservador progressista, tanto pelas aberturas sinceras dos católicos (Pacto Gentiloni) e nacionalistas com a guerra colonial na Líbia quanto pela atenção prestada aos socialistas, que buscavam atrair em órbita do governo a fim de remover as massas trabalhadoras das ideologias revolucionárias do maximalismo.[18][19][20][21] Mais recentemente, Luigi Di Maio, do Movimento 5 Estrelas, tem se alinhado à política conservadora progressista por suas posições sobre direitos civis e políticas sociais.

Situação no espetro ideológico

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O conservadorismo progressista ocupa o flanco esquerdo do conservadorismo. De muitas maneiras, a ideologia está em desacordo com o neoliberalismo dos conservadores modernos, preferindo apelar ao comunitarismo, paternalismo e luta por uma rede de segurança social e solidariedade. A busca constante por um equilíbrio entre o indivíduo e a comunidade, progresso e desejo de manter interesses do empregador, e interesses do empregado, faz do conservadorismo progressivo uma ideologia típica do centro político.

Referências

  1. Patrick Dunleavy, Paul Joseph Kelly, Michael Moran. British Political Science: Fifty Years of Political Studies. Oxford, England, UK; Malden, Massachusetts, USA: Wiley-Blackwell, 2000. Pp. 107–108.
  2. Trevor Russel. The Tory Party: its policies, divisions and future. Penguin, 1978. p. 167.
  3. Ruth Lister. Understanding Theories and Concepts in Social Policy. Bristol, England, UK; Portland, Oregon, USA: The Policy Press, 2010. p. 53.
  4. Emile F. Sahliyeh. Religious resurgence and politics in the contemporary world. Albany, New York, USA: State University of New York Press, 1990. p. 185.
  5. Jonathan Lurie. William Howard Taft: The Travails of a Progressive Conservative. New York, New York, USA: Cambridge University Press, 2012. p. 196
  6. Noack, Rick (30 June 2017). «Why Angela Merkel, known for embracing liberal values, voted against same-sex marriage». The Washington Post. Consultado em 4 June 2018. Arquivado do original em 30 June 2017  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  7. «Why Korean conservatives are more open to immigration than liberals». m.koreatimes.co.kr (em inglês). 13 de fevereiro de 2024. Consultado em 16 de junho de 2024 
  8. «A Royal example for progressive Conservatism». TRG (em inglês). 13 de julho de 2010. Consultado em 5 de julho de 2020 
  9. «What Progressive Conservatism Looks Like». Ordinary Times (em inglês). 11 de setembro de 2012. Consultado em 5 de julho de 2020 
  10. Disraeli, Benjamin (1 de fev de 2003). Sybil, Or, The Two Nations. [S.l.: s.n.] 
  11. https://www.newstatesman.com/uk-politics/2009/02/progressive-conservatism
  12. Europe, Rick NoackcloseRick NoackForeign affairs reporter focusing on; securityEmailEmailBioBioFollowFollow, international. «Analysis | Why Angela Merkel, known for embracing liberal values, voted against same-sex marriage». Washington Post (em inglês). Consultado em 5 de julho de 2020 
  13. Jonathan Lurie (2012). William Howard Taft: The Travails of a Progressive Conservative. [S.l.]: Cambridge University Press. 196 páginas 
  14. Günter Bischof. Eisenhower, the Judiciary, and Desegregation. [S.l.: s.n.] 98 páginas 
  15. Neuer Kurs.
  16. https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2017/06/30/why-angela-merkel-known-for-embracing-liberal-values-voted-against-same-sex-marriage/
  17. Hugh Segal (2011). The Right Balance. [S.l.]: Douglas & McIntyre. pp. 113–148 
  18. «Alcuni aspetti della politica di Giolitti: tra liberalismo e democrazia». Diritto.it (em italiano). 3 de junho de 2010. Consultado em 5 de julho de 2020 
  19. «CONSERVATORE ILLUMINATO - la Repubblica.it». Archivio - la Repubblica.it (em italiano). Consultado em 5 de julho de 2020 
  20. «Corriere della Sera - La storia del liberalismo italiano». www.corriere.it. Consultado em 5 de julho de 2020 
  21. «Il metodo giolitti spiegato alla figlia - la Repubblica.it». Archivio - la Repubblica.it (em italiano). Consultado em 5 de julho de 2020