Constancíolo

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Constancíolo
Nacionalidade Império Bizantino
Ocupação General
Título

Constancíolo (em grego: Κωνσταντίολος; romaniz.:Konstantíolos; em latim: Constantiolus) foi um general bizantino do século VI, ativo no começo do reinado de Justiniano (r. 527–565). Possível filho do cônsul Florêncio, é citado pela primeira vez em 528, quando sucede Justino no comando da Mésia Secunda no contexto das migrações bárbaras na região.

Comandou tropas na província e conseguiu algum progresso, porém foi capturado e libertado somente mediante pagamento de resgate. Em 531, foi enviado para o Oriente para investigar os reveses sofridos pelas tropas bizantinas na guerra em curso com o Império Sassânida e em 532 esteve envolvido na negociações e supressão da revolta de Nica.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Soldo de Justiniano (r. 527–565)
Fronteira romano-persa na Antiguidade Tardia

Segundo João Malalas e Teófanes, o Confessor, Constancíolo foi o filho de Florêncio. Nenhum detalhe é dado sobre ele, embora poderia ser identificado com Florêncio, o cônsul em 515.[nt 1][1] Constancíolo é mencionado pela primeira vez como estratelata da Mésia em 528, em sucessão de Justino, que havia sido morto em batalha mais cedo naquele ano; Justino e Baduário, duque da Cítia Menor, juntaram suas forças em batalha contra uma força de invasores estrangeiros, que Malalas identifica como "hunos", enquanto Teófanes como búlgaros.[2] É provável que Constancíolo manteve o título de duque da Mésia Secunda e o posto de mestre dos soldados, que frequentemente foi traduzido para o grego como estratelata.[1]

O recém-nomeado Constancíolo juntou forças com Ascum e Gudila para enfrentar os invasores, que estavam ativos na Trácia. O exército conseguiu derrotar um grupo de invasores em batalha, mas foram então emboscados e desbaratados por um segundo grupo. Constancíolo e Ascum foram capturados pelos inimigos e o primeiro foi depois libertado em troca de grande soma. Malalas registra um pagamento de 10 mil soldos, enquanto Teófanes de mil soldos.[1] Constancíolo ressurge em 531, após a derrota de Belisário na Batalha de Calínico (19 de abril). Justiniano enviou-o ao Oriente, ordenando-lhe que investigasse as circunstâncias da derrota. Viajou através de Antioquia e questionou vários comandantes sobre o assunto. Entre eles estava o mestre dos ofícios Hermógenes,[3] que havia servido sob Belisário na batalha. Constancíolo retornou para Constantinopla com suas descobertas. Seu relatório provavelmente contribuiu para o fim do serviço de Belisário como mestre dos soldados do Oriente e sua substituição por Mundo.[4]

Sua próxima menção ocorre durante a Revolta de Nica em 532, quando, junto com Mundo e Basilides, serviu como emissário de Justiniano às multidões revoltosas. Eles, em parte, tentaram acalmar os revoltosos e, em parte, tentaram compreender as causas da ira deles. O relatório deles colocou a culpa da insurreição nos impopulares ministros financeiros João da Capadócia, Triboniano e Eudemão, levando à demissão deles. À medida que os tumultos não cessaram, Justiniano considerou fugir de Constantinopla, Mundo e ele foram ordenados a guardar o palácio em sua ausência. Ele tomou parte, com Belisário e Mundo, no ataque às multidões dentro do hipódromo. Isso encerrou a revolta e parece ser sua última menção.[5]

Notas

  1. No relato de Teófanes, Constancíolo é incorretamente identificado numa passagem como Constantino[1]

Referências

  1. a b c d Martindale 1992, p. 352.
  2. Martindale 1992, p. 163-164.
  3. Martindale 1992, p. 591.
  4. Martindale 1992, p. 352-353.
  5. Martindale 1992, p. 353.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Constantiolus». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8