Constantino (patrício)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Constantino (em latim: Constantinus) foi um oficial bizantino do século VI, ativo durante o reinado do imperador Justiniano (r. 527–565).

Vida[editar | editar código-fonte]

Constantino era nativo da Trácia. No final de 531, após a derrota imperial em Calínico, Belisário foi demitido e ele tomou o comando do exército em Dara. Sua posição é incerta, porém tendo em vista sua carreira posterior é mais provável que foi comandante de campo. Em 535, foi um dos três arcontes enviados sob Belisário para reconquistar a Sicília e Itália; os demais foram Bessas e Perânio. Eles são distinguidos por Procópio dos comandantes de cavalaria e infantaria, o que talvez indica que foram mestres dos soldados vacantes. Constantino estava na Sicília em 535/6 com Belisário e sua esposa Antonina.[1]

No começo de 537, após Belisário assegurar Roma, Constantino foi enviado para capturar as cidades da Toscana com exército formado com muitos dos guardas de Belisário. Facilmente tomou Espolécio e Perúsia e alguns outros lugares, cujos habitantes receberam-no. Deixou uma guarnição em Espolécio e permaneceu com o resto de seu exército na Perúsia. Apesar de estar com menos soldados, encontrou e derrotou um exército gótico perto de Perúsia e enviou os comandantes Hunila e Pissas cativos para Belisário em Roma. Pouco depois, quando o rei Vitige (r. 536–540) marchou contra Roma, Constantino foi chamado à cidade com boa parte de seu exército e deixou guarnições em Espolécio e Perúsia.[1]

Quando o cerco a Roma começou na primavera de 537, Constantino foi colocado no comando da Porta Flamínia, que havia sido selada devido a presença de um acampamento gótico nas proximidades. Também ficou responsável pela defesa do Mausoléu de Adriano e as muralhas adjacentes (o trecho, principalmente ao longo do rio Tibre, entre a Nova Porta Aurélia e a Porta Flamínia) que eram difíceis de acessar pelos atacantes. Durante o grande assalto gótico em 10 de março, defendeu com sucesso as muralhas próximas ao rio de um ataque surpresa e também repeliu um assalto sobre o Mausoléu de Adriano e a Nova Porta Aurélia. Mais adiante, liderou uma força de hunos numa escaramuça bem sucedida contra tropas góticas no Campo de Nero.[2]

Em 537/8, é apresentado como patrício. Durante o inverno, uma disputa entre ele e Belisário levou à sua queda. Enquanto estava em Espolécio no começo de 537, enviou seu guarda Maxencíolo para roubar duas adagas com bainhas adornadas com ouro e pedras preciosas de Presídio. Apesar da pressão de Belisário para que as devolvesse, recusou-se. Por fim, temeroso por sua vida, tentou esfaquear Belisário, mas foi preso e executado. Segundo a Anedota de Procópio, a causa da morte de Constantino foi sua inimizade com Antonina. Segundo ele, o oficial havia sido perdoado e libertado pelo incidente com as adagas, mas foi executado por instigação dela.[2]

Referências

  1. a b Martindale 1992, p. 341.
  2. a b Martindale 1992, p. 342.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Constantinus 3». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8