Convênio de Bahá'u'lláh

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Bahá'u'lláh, o fundador da Fé Bahá'í, decretou a unidade da humanidade como princípio central de Sua Fé. Os Bahá'ís acreditam que este ênfase implica uma unidade socialmente orgânica e espiritual das nações.

Conceito[editar | editar código-fonte]

De acordo com os Escritos da Fé Bahá'í, o convênio é um pacto entre Deus e a humanidade, prevista em cada revelação (veja Manifestação de Deus) que tem o objetivo tanto de garantir melhorias no mundo humano, prolongando os ensinamentos da religião, como evitar que uma nova revelação seja rejeitada. Assim, de acordo com os bahá'ís, o convênio é o acordo para que a humanidade reconheça o Manifestante de Deus para sua época e reconheça o próximo que virá.

Para os Bahá'ís, o Convênio criado por Deus à humanidade chegou ao seu ápice com a revelação de Bahá'u'lláh, onde Ele estabelece conceitualmente e formalmente o Convênio, e define os meios para que a religião não se divida.

Seguindo os Escritos, a força deste Convênio é explicitada por Bahá'u'lláh quando diz que este é "o Dia que não será seguido pela noite".[2] Neste aspecto, o que antes dera origem a divisões nas religiões anteriores, como no Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, e até mesmo na Fé Babí, não pode mais se tornar causa de divisão na Fé Bahá'í. Essas divisões são comumente conhecidas como seitas, porém as seitas não são a única maneira em que as religiões são alteradas ou corrompidas de seu aspecto original. A Casa Universal de Justiça reforça esse conceito dizendo:

"A Fé Bahá'í não deixou de ter homens ambiciosos que tentaram se apossar das rédeas da autoridade e deturpar a Fé para seus próprios fins, porém sempre se despedaçaram e destituíram suas esperanças na rocha do Convênio."[3]

Na Fé Bahá'í, o conceito sobre o Convênio em que mais ênfase é dado, diz respeito às tentativas humanas de causarem divisão ou prejuízos nas questões da Fé. Bahá'u'lláh também delineou as instituições que seriam responsáveis por dar continuidade ao convênio.

História[editar | editar código-fonte]

No intuito de assegurar o funcionamento contínuo e harmonioso desta Causa, Bahá'u'lláh antes de Sua ascensão, criou a instituição do Convênio. Este instrumento foi expresso no Kitáb-i-Aqdas e sua alusão foi feita aos membros de Sua família nos dias que precederam a ascensão. Incorporou também em um documento especial que designou como "o Livro do Meu Convênio", que confiou ao filho mais velho, 'Abdu'l-Bahá.

Bahá'u'lláh, através de Seu Convênio, decretou que Seus seguidores, após Sua ascensão, se voltassem a 'Abdu'l-Bahá, designado como intérprete autorizado de Seus ensinamentos. 'Abdu'l-Bahá deu continuidade ao Convênio ao designar seu neto Shoghi Effendi, o centro do Convênio, e Shoghi Effendi dá continuidade estabelecendo a ordem administrativa Bahá'í, sendo a Casa Universal de Justiça o centro do Convênio.

"O propósito desta declaração é que nunca deve haver discórdia e divergência entre os bahá'ís, mas que devem sempre estar unidos e de acordo... Portanto, todo aquele que obedecer ao Centro do Convênio designado por Bahá'u'lláh tem obedecido a Bahá'u'lláh, e todo aquele que Lhe desobedecer tem desobedecido a Bahá'u'lláh." [4]

Convênio Maior[editar | editar código-fonte]

O Convênio Maior é um pacto em relação a Deus e a humanidade, consiste em que cada época Deus envia aos seres humanos um Manifestante de Deus, e cada Manifestante anuncia a vinda de um próximo.

'Abdu'l-Bahá em Esplendor da Verdade explica sobre as várias Manifestações de Deus:

Ver também:Revelação Progressiva

Convênio Menor[editar | editar código-fonte]

Este Convênio é estabelecido dentro de cada religião, relacionado à sucessões e autoridades dentro da religão. Os Bahá'ís acreditam que o Convênio de Bahá'u'lláh é um meio fundamental de estabelecer os princípios previstos na religião e proteger a Fé Bahá'í e seus adeptos.

Kitáb-i-`Ahd[editar | editar código-fonte]

Bahá'u'lláh estabeleceu a sucessão de autoridades da Fé Bahá'í com um documento chamado "Livro do Convênio", no qual confiou a `Abdu'l-Bahá antes de Sua ascensão. Neste documento Bahá'u'lláh reafirmou sua missão, exortou às pessoas do mundo para observar as coisas que conduzem à elevação e proibiu o conflito e a disputa, e enfaticamente passa a sucessão da Fé Bahá'í para as mãos do Mais Poderoso Ramo, título que reservou exclusivamente para `Abdu'l-Bahá.

Entre outras religiões independentes, a que também estabeleceu uma sucessão foi o islamismo, no qual afirma-se que Maomé teria mencionado verbalmente um sucessor, porém deu origem a divergências.

Notas

  1. A Casa Universal de Justiça, Século de Luz
  2. A Presença de Deus, p. 334
  3. carta escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um indivíduo, 14 de janeiro de 1979
  4. A Promulgação da Paz Universal - palestras proferidas por 'Abdu'l-Bahá durante Sua visita aos Estados Unidos e Canadá em 1912 (Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 2nd edition, 1982), p. 322-323
  5. 'Abdu'l-Bahá, Esplendor da Verdade

Referências[editar | editar código-fonte]

  • ´Abdu'l-Bahá. Esplendor da Verdade. [S.l.]: Editora Bahá'í do Brasil