Crise hídrica e incêndios no Brasil 2025
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Crise hídrica e incêndios no Brasil 2025 | |
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Local | Brasil, com foco nos biomas Pantanal e Amazônia |
Período | Outubro de 2024 – Em andamento |
Atividade | Crise hídrica, Incêndio florestal |
A crise hídrica e os incêndios florestais no Brasil em 2025[1] referem-se a um período de severa escassez de chuvas e um aumento subsequente no número e na intensidade de incêndios florestais, que afetaram principalmente os biomas do Pantanal e da Amazônia durante a estação seca. O fenômeno, agravado por condições climáticas extremas associadas a mudanças climáticas, resultou em impactos ambientais, sociais e econômicos significativos, exigindo respostas emergenciais dos governos e da sociedade civil.
A crise é caracterizada pela baixa recorde no nível de importantes rios da região, comprometendo o abastecimento de água, a navegação e a geração de energia, enquanto o tempo seco e a vegetação ressecada criaram condições ideais para a propagação do fogo, em grande parte iniciado por ações humanas.
Contexto
[editar | editar código-fonte]O ano de 2025[2][3] iniciou-se sob a influência de um padrão climático de chuvas abaixo da média histórica para as regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, um fenômeno que meteorologistas associaram ao aquecimento anômalo do Atlântico e a resquícios de eventos climáticos anteriores. O desmatamento contínuo na Amazônia, especialmente na região conhecida como Arco do desmatamento, contribuiu para a alteração dos regimes de chuva e para a maior vulnerabilidade da floresta ao fogo.
O bioma do Pantanal, que já havia sofrido com os incêndios devastadores de 2020, entrou na estação seca de 2025 com um déficit hídrico acumulado, tornando a planície alagável excepcionalmente seca e suscetível à rápida propagação das chamas.
Desenvolvimento da crise
[editar | editar código-fonte]Crise Hídrica
[editar | editar código-fonte]A partir de outubro de 2024,[4] os principais rios da Bacia do Alto Paraguai, que alimenta o Pantanal, começaram a apresentar níveis drasticamente baixos. O Rio Paraguai, em réguas como as de Cáceres e Corumbá, atingiu marcas negativas, algo não visto em décadas. A seca impactou diretamente o transporte de grãos por hidrovias, isolou comunidades ribeirinhas e reduziu drasticamente a capacidade de geração de usinas hidrelétricas na região. Municípios em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no sul do Amazonas decretaram estado de emergência devido à falta de água para consumo humano e para a agricultura.
Incêndios Florestais
[editar | editar código-fonte]No Pantanal
[editar | editar código-fonte]Os primeiros grandes focos de incêndio no Pantanal foram detectados no final de julho, intensificando-se rapidamente em agosto. Imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostraram que a área queimada superou 1 milhão de hectares em poucas semanas.<ref name="inpe_dados"/> A fumaça densa cobriu cidades como Corumbá e atingiu estados vizinhos. A fauna foi severamente afetada, com registros de milhares de animais mortos, incluindo espécies-símbolo como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e o tuiuiú. Brigadistas e bombeiros relataram dificuldades extremas no combate às chamas devido à baixa umidade, ventos fortes e dificuldade de acesso a áreas remotas.[5]
Na Amazônia
[editar | editar código-fonte]Na Amazônia, os incêndios se concentraram nos estados do Amazonas, Pará e Acre, em áreas de expansão da fronteira agrícola. Além da queima da floresta derrubada para a criação de pastagens, houve também um aumento de incêndios em áreas de floresta primária, um indicativo da severidade da seca. Cidades como Manaus e Rio Branco sofreram com uma densa camada de fumaça, levando a um aumento expressivo nos casos de problemas respiratórios na população.[6]
Impactos
[editar | editar código-fonte]Ambientais
[editar | editar código-fonte]Perda de biodiversidade: Mortalidade em massa da fauna e flora, com risco para espécies ameaçadas. Emissões de carbono: Liberação de milhões de toneladas de gases do efeito estufa na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Degradação do solo e da água: O solo exposto se torna vulnerável à erosão, e as cinzas contaminam rios e lagos, afetando a vida aquática.[7]
Sociais e de Saúde
[editar | editar código-fonte]Saúde pública: Aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares devido à inalação de fumaça. Comunidades tradicionais: Povos indígenas e comunidades ribeirinhas perderam territórios, áreas de caça e pesca, e sofreram com a escassez de água potável. Deslocamento forçado: Famílias em áreas rurais foram forçadas a abandonar suas casas devido ao avanço do fogo.
Econômicos
[editar | editar código-fonte]Agronegócio: Perdas na pecuária, com a queima de pastagens, e na agricultura, devido à seca e à dificuldade de escoamento da produção. Turismo: O setor de ecoturismo no Pantanal e na Amazônia foi severamente prejudicado, com o cancelamento de reservas e a destruição de pousadas e infraestrutura. Navegação: A baixa dos rios paralisou importantes hidrovias, aumentando os custos logísticos para o transporte de commodities.
Respostas
[editar | editar código-fonte]Ações Governamentais
[editar | editar código-fonte]O Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, declarou estado de emergência ambiental e autorizou o emprego das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para combater o desmatamento e os incêndios. O IBAMA e o ICMBio intensificaram as ações de fiscalização e o combate direto ao fogo, com o apoio de bombeiros dos estados afetados e o recebimento de ajuda internacional.[8][9]
Sociedade Civil e ONGs
[editar | editar código-fonte]Organizações não governamentais como a WWF, o Greenpeace e institutos locais tiveram um papel crucial na mobilização de brigadas de voluntários, na arrecadação de fundos para a compra de equipamentos e no resgate de animais feridos. Campanhas de doação foram lançadas em todo o país para apoiar as comunidades atingidas e os esforços de conservação.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ https://www1.folha.uol.com.br/colunas/bianca-santana/2025/05/precisamos-de-politicas-que-posicionem-brasil-como-lideranca-nao-ameaca.shtml
- ↑ https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/queimadas-aumentam-187-em-mato-grosso-do-sul
- ↑ https://www.bbc.com/portuguese/articles/c9811vnljnjo
- ↑ https://climainfo.org.br/2024/06/17/area-queimada-no-pantanal-em-2024-ja-e-54-maior-que-em-ano-de-destruicao-recorde/
- ↑ https://www.brasildefato.com.br/2024/07/18/agro-boi-e-barragens-entenda-as-causas-da-seca-e-dos-incendios-que-assolam-o-pantanal/
- ↑ https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2024/06/pantanal-como-seca-mudancas-climaticas-e-devastacao-da-amazonia-ameacam-esse-bioma-brasileiro
- ↑ https://www.uol.com.br/ecoa/noticias/deutsche-welle/2024/09/04/como-mudancas-climaticas-impulsionam-incendios-no-brasil.htm
- ↑ https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2025/04/10/equipes-fazem-queima-preventiva-no-pantanal-e-preparam-area-para-temporada-de-incendios-florestais.ghtml
- ↑ https://www.camara.leg.br/noticias/1124703-MEDIDA-PROVISORIA-LIBERA-RECURSOS-PARA-ATENDIMENTO-DA-POPULACAO-AFETADA-POR-INCENDIOS-E-ESTIAGEM