Cristóvão Jacques

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Cristóvão Jaques (Algarve, c. 1480 - após 1530, foi um nobre português.

Pouco se sabe a seu respeito. De ascendência aragonesa, era também conhecido como Cristóvão Valjaques.

Era filho bastardo de Pero Jaques, tendo sido legitimado por D. João II (1481-1495) e, posteriormente, sido feito fidalgo da Casa Real por D. Manuel I (1495-1521).

Casou-se com uma filha de Francisco Portocarrero, com quem teve três filhos.

Em 1503 veio pela primeira vez à costa do Brasil na frota de Gonçalo Coelho.

Em 1516, no comando de duas caravelas, foi encarregado do patrulhamento da costa brasileira, a fim de desestimular incursões de corsários franceses. Em Novembro desse mesmo ano aportou em uma grande baia, à qual deu o nome de baía de Todos os Santos. No rio da Prata venceu e aprisionou muitos franceses. Percorreu a costa até 1519.

A 21 de julho de 1521, zarpou de novo da foz do rio Tejo com destino ao Brasil, fundando em Pernambuco a feitoria de Itamaracá, mum dos ancoradouros mais conhecidos do litoral brasileiro, onde havia abundância de pau-brasil (Caesalpinia echinata) e freqüentes contatos entre índigenas e europeus, antes de prosseguir para o Sul até ao rio da Prata.

Por fim, em 1526, foi nomeado por D. Manuel I como Governador das Partes do Brasil, em substituição a Pero Capico, tendo retornado outra vez no comando de uma nau e cinco caravelas, travando inúmeros combates com corsários franceses. Em 1527 aprisionou três galeões franceses no Recôncavo da Bahia neste que é considerado o primeiro combate naval no Brasil [1]. Mas tendo agido com barbaridade contra os prisioneiros, esse gesto acabou lhe causando grandes problemas junto a D. João III (1521-1557).

Ao regressar a Portugal, ofereceu-se ao soberano para, às próprias expensas, com mil colonos, dar início à ocupação permanente das novas terras, mas nada resultou da proposta.

Apenas quatro anos depois de terem os portugueses chegado ao Brasil, há registro de que já andavam franceses pelas margens do rio Paraguaçu, negociando com os nativos. A descoberta oficial do rio é, porém, atribuída a Cristóvão Jacques, comandante da expedição guarda-costas em 1526. Três rios desaguam na baía de Todos os Santos - o Jaguaripe, o Subaé e o Paraguaçu. O Paraguaçu é o mais longo, com 600 km de extensão, o que o fez ser chamado de “rio grande” em língua indígena. O rio Subaé, que banha Santo Amaro (Bahia), ficaria sendo o rio dos engenhos de açúcar, o rio Jaguaripe que passa na cidade atual de Nazaré, o rio da farinha, e o Paraguaçu, por sua extensão, o rio de penetração na capitania.

Numa carta de Frei Vicente do Salvador, registra-se que Cristóvão Jacques encontrou numa ilha (já denominada “dos franceses”), no baixo curso do rio Paraguaçu, duas naus que negociavam com os indígenas, e foram devidamente afundadas. No local surgiria a povoação mais tarde chamada vila de Nossa Senhora do Rosário da Cachoeira, nos começos do século XVII sesmaria de Gaspar Dias Adorno, sítio ideal para a penetração da capitania.

Notas


Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.