D/1770 L1 (Lexell)
D/1770 L1 (Lexell) | |
---|---|
Sem imagem. | |
Descoberta | |
Descoberto por | Charles Messier |
Data | 14 de junho de 1770 |
Outros nomes | Cometa Lexell |
Informações orbitais | |
Excentricidade (e) | 0,786119 |
Semi-eixo maior (a) | |
Periélio (q) | 0,674449 UA |
Afélio (Q) | |
Período orbital (P) | |
Inclinação (i) | 1,5517° |
Longitude do nó ascendente (Ω) | |
Argumento do periastro (ω) | |
Último periélio | 14 de agosto de 1770 |
Próximo periélio | Perdido |
Propriedades físicas | |
Dimensões | |
Massa | |
Velocidade de escape |
D/1770 L1, também conhecido como Cometa Lexell, em homenagem ao calculador de sua órbita Anders Johan Lexell, foi um cometa descoberto pelo astrônomo francês Charles Messier em junho de 1770.[nota 1] É notável por ter passado mais próximo da Terra do que qualquer outro cometa na história, aproximando-se a uma distância de apenas 0,015 unidades astronômicas (2 200 000 km).[1][2][nota 2][3] O cometa não é visto desde 1770 e é atualmente considerado um cometa perdido.
Descoberta
[editar | editar código-fonte]O cometa foi descoberto em 14 de junho de 1770, na constelação de Sagitário por Messier, que tinha acabado de completar uma observação de Júpiter e estava examinando nebulosas.[1] Neste momento, o brilho do cometa era muito fraco, mas suas observações ao longo do próximos dias mostraram que o cometa cresceu rapidamente em tamanho e sua coma alcançou 27 minutos de arco em 24 de Junho. Nesse momento a magnitude aparente do cometa era de aproximadamente 2. O cometa foi observado também por vários outros astrônomos.
O cometa foi observado no Japão. Registros sobreviventes o identificam como um fenômeno astronômico e histórico.[4]
Máxima aproximação da Terra
[editar | editar código-fonte]Em 1 de julho, o cometa passou apenas 0,015 unidades astronômicas da Terra, cerca de 6 vezes o raio da órbita da lua. A coma media no momento 2°23'de diâmetro, cerca de quatro vezes o tamanho angular aparente da Lua. Um astrônomo inglês registrou que o cometa atravessou 42° do céu em apenas 24 horas. Descreveu o núcleo como sendo tão grande quanto Júpiter", "envolto por uma coma de luz prateada, sendo a parte mais brilhante tão grande quanto a orbe da lua".[1]
Messier também foi o último astrônomo a observar o cometa quando esse afastava-se do Sol, em 3 de outubro.
Órbita
[editar | editar código-fonte]Uma série de cálculos orbitais foram feitas, algumas indicando o periélio (a maior aproximação do Sol) em 9-10 de agosto, e outros indicando o periélio em 13-14 de agosto, variações que dependiam das soluções orbitais, parabólicas ou elípticas. Anders Johan Lexell fez quatro conjuntos separados de cálculos ao longo de um período de vários anos e deduziu um período orbital de 5,58 anos.[1] Lexell também observou que, apesar dessa órbita de período curto, o mais curto conhecido na época, era pouco provável que tenha sido visto anteriormente porque sua órbita tinha sido radicalmente alterada em uma ocasião anterior pelas forças gravitacionais de Júpiter..[5] É, portanto, o mais antigo cometa da família de Júpiter identificado (assim como o primeiro objeto próximo da Terra conhecido).[6]
O cometa nunca mais foi visto. Lexell, após a realização de novos trabalhos em cooperação com Pierre-Simon Laplace, argumentou que uma interação subseqüente com Júpiter em 1779 tinha perturbado a sua órbita ainda mais, seja colocando-o longe demais da Terra para ser visto ou talvez ejetando-o completamente do Sistema Solar. O cometa é agora considerado "perdido no espaço".
O trabalho Lexell sobre a órbita do cometa é considerado o início da compreensão moderna da determinação da órbita.[7] Na década de 1840, Urbain Le Verrier realizou um trabalho sobre a órbita do cometa e demonstrou que, apesar de o cometa ter potencialmente se aproximando de Júpiter, tão perto quantoo três raios e meio do centro do planeta, o cometa nunca poderia ter se tornado um satélite de Júpiter.[8]
Notas
- ↑ Outros cometas que são nomeados em homenagem aos calculadores de suas órbitas em vez de seus descobridores são 27P/Crommelin, 2P/Encke e 1P/Halley - o Cometa Halley.
- ↑ Acreditava-se que o cometa C/1491 B1 pode ter se aproximado ainda mais perto da Terra em 20 de fevereiro de 1491, mas sua órbita foi corrigida em 2002 devido a um mau-entendimento de seus registros
Referências
- ↑ a b c d Kronk, G. «Cometography: D/1770 L1 (Lexell)» (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2008
- ↑ Kronk, G. «The Closest Approaches of Comets to Earth» (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2008
- ↑ «Closest Approaches to the Earth by Comets» (em inglês)
- ↑ Hall, John. (1955). Tanuma Okitsugu, 1719-1788 (em inglês). [S.l.: s.n.] 120 páginas
- ↑ Leverington, D. (2003). Babylon to Voyager and Beyond: A History of Planetary Astronomy (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. 193 páginas
- ↑ Valsecchi, G. «A comet heading towards Earth: the first NEO» (em inglês). Consultado em 21 de novembro de 2008
- ↑ Valsecchi, G. (2006). «236 Years Ago...' in Near Earth Objects, Our Celestial Neighbors: Opportunity and Risk :». Proceedings of the 236th Symposium of the International Astronomical Union (em inglês) xvii-xviii ed. Cambridge University Press
- ↑ Valsecchi, G. «Le Verrier's computations and the concept of Chaos» (em inglês). Consultado em 11 de fevereiro de 2011
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Diagrama da órbita de D/1770» (em inglês), NASA JPL