Da Weasel

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Da Weasel

Carlos Nobre (Pacman), vocalista da banda, em apresentação.
Informação geral
Origem Almada
País Portugal Portugal
Gênero(s) Hip-hop, Rap rock, Nu metal, Rapcore
Período em atividade 19932010[1]
2019 – presente
Gravadora(s) Dínamo Discos
EMI Portugal
Integrantes Miguel Negretti (DJ Glue)
Carlos Nobre (Pacman/Carlão)
João Nobre (Jay-Jay Neige)
Pedro Quaresma (Quakas)
Bruno Silva (Virgul)
Guilherme Silva (Guillaz)
Ex-integrantes Yen Sung
Armando Teixeira
João Fagulha
Página oficial daweasel

Da Weasel é uma banda de hip hop portuguesa formada em 1993.

Em 2010. a banda anunciou o seu fim. Este "fim", no entanto, veio a provar ser um hiato, após anunciarem, em 2019, o regresso aos palcos, que se concretizou em 2022.

História[editar | editar código-fonte]

O início[editar | editar código-fonte]

A banda nasce em 1993, no quarto dos irmãos Nobre em Cacilhas, Almada. Com influências de Dead Kennedys, Iron Maiden ou Public Enemy, começam por ser um projeto com letras 100% em inglês e numa onda mais experimental, que juntava sonoridades do rock, hardcore e hip-hop. Nessa altura, a banda era constituída por Pacman (Carlão), Armando Teixeira, Jay Jay Neige (João Nobre; ex-Braindead), João Fagulha e Yen Sung.[2]

Um ano depois, dá-se a primeira aventura discográfica do grupo com o lançamento do EP More Than 30 Motherf***s, pela editora Margem Esquerda. O EP incluiu o primeiro hino do grupo e que se tornou um dos temas de maior sucesso junto dos fãs: «God Bless Johnny».[3]

Percurso[editar | editar código-fonte]

Não demoraria mais de um ano para que a Dínamo Discos, subsidiária da BMG, editasse o primeiro álbum da banda, Dou-lhe com a Alma (1995). Neste trabalho, assiste-se à transição para o português como língua dominante, e à formação inicial juntaram-se Pedro Quaresma (guitarra) e Guilherme Silva (bateria). No ano seguinte voltou, a haver alterações na formação da banda, com a saída de Yen Sung e João Fagulha e a entrada de Virgul como segundo vocalista. O grupo dá um concerto acústico na Antena 3, onde é estreado o tema "Dúia", composto pelo novo elemento da banda, e que se torna rapidamente numa canção com grande sucesso junto do público. O álbum Dou-lhe com a Alma é reeditado, tendo como CD bónus o registo desse concerto na Antena 3.[2]

Em 1997, foi publicado 3º Capítulo, um álbum com um discurso mais direto e sombrio. A canção "Todagente" tornou-se mais um dos hinos intemporais da banda, e o álbum recebeu o galardão de prata.[2][4][5]

Ainda em 1997, a banda atuou no festival Sudoeste, no mesmo palco de Xutos e Pontapés e Marilyn Manson.[2][6]

Em 1998, é feita uma reedição de 3º Capítulo, com a junção de um CD extra com remixes de quatro temas: "Dúia" (remisturado por Ricardo Camacho e Amândio Bastos), "Pregos" (por Alex Fx), "Casos de polícia" (por DJ C-Real) e "Para a nóia" (por Armando Teixeira). Ainda em 1998, participam no projeto Tejo Beat — colectânea produzida por Mário Caldato — com o tema "Produto Habitual", e no início de 1999 colaboram em XX Anos XX Bandas, álbum de tributo aos Xutos & Pontapés em que participaram com o tema "Esquadrão da Morte".[2]

Em setembro de 1999, é editado o quarto álbum de estúdio, Iniciação A Uma Vida Banal - O Manual. Este álbum levou o grupo para a estrada numa digressão memorável. Um dos pontos altos dessa digressão foi terem feito primeira parte do concerto dos Red Hot Chili Peppers, realizado em novembro de 1999, no Pavilhão Atlântico, atual Altice Arena.[7]

Jay-Jay.

Em agosto de 2000, a banda atingiu o seu segundo galardão de prata da carreira, atribuído ao álbum Iniciação A Uma Vida Banal - O Manual.[8]

Ainda em 2000, participaram no álbum de tributo a Rui Veloso, 20 anos depois - Ar de Rock, com o tema "Miúda (Fora de Mim)".[9]

Armando Teixeira sai da banda. No início de 2001, entram em trabalho de composição para o novo álbum de originais. Durante o verão, participam nos festivais do Sudoeste e de Paredes de Coura. Em dezembro, foi editado o álbum Podes fugir mas não te podes esconder, com produção de Mário Barreiros, que se torna o primeiro disco de Ouro da banda. «Tás na Boa» foi o primeiro single. Outro dos destaques é a participação dos Orishas no tema «Sigue, Sigue!».

Virgul

Começam o ano de 2004 da melhor forma, com a pré-produção do disco que se virá a chamar Re-Definições. Um sexteto desde a entrada de DJ Glue para a "família" (aquando do início da turné de Podes fugir mas não te podes esconder), o grupo reúne-se diariamente na casa do guitarrista Quaresma, com a colaboração do coprodutor e amigo de longa data João Martins, e começa a «re-definir» a sua sonoridade mais uma vez. No primeiro fim de semana de fevereiro, fazem as malas e arrancam para o Algarve. O destino é Olhão, morada do estúdio Zip-Mix (de Tó Viegas e Viviane, dos Entre Aspas), onde mais tarde se juntam os convidados João Gomes (Cool Hipnoise) e André Rocha. Permanecem no Algarve até ao final desse mês, saindo do estúdio com o disco praticamente todo gravado. Falta apenas registar as colaborações de Manel Cruz (ex-Ornatos Violeta, Pluto) e da locutora/apresentadora Anabela Mota Ribeiro, bem como um ou outro pormenor. Nas primeiras semanas de março, todas as gravações são terminadas nos Estúdios Valentim de Carvalho, em Paço de Arcos. João Martins e eLuís Caldeira começam a misturar Re-Definições. O álbum é masterizado em Londres no princípio de abril.

«Re-tratamento» (o primeiro single extraído do álbum) foi a música que os lançou definitivamente para o mercado português mainstream, permitindo-os acabar o ano em beleza, com a atribuição do prémio Best Portuguese Act nos MTV Europe Music Awards, em Roma. O legado do single pode ser atestado no facto de 19 anos depois da sua edição ter sido utilizado num anúncio televisivo da MEO.[10]

Nesse mesmo ano, dão concertos por todo o país e participam em festivais como o Super Bock Super Rock. Aproveitam para gravar um DVD com um concerto ao vivo em Tondela e realizar um documentário sobre a digressão.

Pedro Quaresma

Com Re-Definições, recebem o galardão de quádrupla platina, por mais de oitenta mil unidades vendidas. Recebem também dois Globos de Ouro (Melhor Grupo e Melhor Canção do Ano), entre muitos outros prémios.

Os refrões são entoados pelo público de norte a sul do país, destacando-se as lotações esgotadas dos concertos dos Coliseus (Lisboa e Porto) e do Olympia, em Paris.

Em 2006, participaram na compilação Play Up, do Mundial de futebol desse ano, com o tema «Play Up». Quase no fim da digressão do álbum Re-Definições, a banda juntou-se à Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro Rui Massena, num espetáculo único, onde se verificou a fusão entre o Hip-Hop e a música clássica, na Torre de Belém, Lisboa. Em 2005, os Da Weasel já se tinham aventurado a redefinir os seus sons num encontro com a Orquestra Clássica da Madeira, no Funchal, dirigida também pelo maestro portuense Rui Massena.

No dia 2 de abril de 2007, lançaram o álbum Amor, Escárnio e Maldizer, o último álbum de estúdio da banda até à data. O disco conta com muitas participações, tais como as dos Gato Fedorento, de Bernardo Sassetti e do rapper e o produtor americano Atiba the Dappa, assim como a participação especial da Orquestra Sinfónica de Praga, dirigida pelo Maestro Rui Massena. Nesse álbum, destacam-se os temas «Dialectos da Ternura» e «Mundos Mudos».

Dia 10 de novembro de 2007, deram um concerto no Pavilhão Atlântico, tendo como convidados nomes como o maestro Rui Massena, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, e alguns integrantes de outras orquestras nacionais, Bernardo Sassetti, Manuel Cruz, Gato Fedorento e Atiba The Dappa. No mês anterior, é anunciado que receberiam pela segunda vez o prémio Best Portuguese Act.[11]

Dia 29 de novembro de 2008, foi lançado o DVD com o concerto realizado no Pavilhão Atlântico.

Em outubro de 2008, o vocalista da Banda Carlos «Pac» Nobre edita o livro Um Outro Amor, Diário de uma Vida Singular, com as crónicas que foi escrevendo ao longo de algum tempo para a revista Domingo, do jornal Correio da Manhã.

Em setembro de 2009, anunciam uma pausa de um ano, prometendo voltar em setembro de 2010, para a produção do oitavo disco de originais e para mais atuações ao vivo. No entanto, em 9 de dezembro de 2010 anunciam o fim do grupo na sua página oficial.[1]

Reunião[editar | editar código-fonte]

Dia 13 de julho de 2019, foi anunciado o regresso dos Da Weasel para um concerto exclusivo no dia 11 de Julho de 2020 no festival NOS Alive. Porém, devido à pandemia do COVID-19, o festival foi cancelado. A banda foi confirmada para a edição de 2021 do festival, cancelado também pelo mesmo motivo e novamente confirmados para a edição de 2022.

Em outubro de 2022, os Da Weasel anunciaram um novo concerto para 2023, tendo sido a primeira confirmação para o festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia.[12][13]

Integrantes[editar | editar código-fonte]

  • Miguel Negretti (Dj Glue)
  • Carlos Nobre (Pacman/Carlão)
  • João Nobre (Jay-Jay Neige)
  • Pedro Quaresma (Quakas)
  • Bruno Silva (Virgul)
  • Guilherme Silva (Guillaz)
Ex-integrantes

Discografia[editar | editar código-fonte]

Álbuns de estúdio:

Álbuns ao vivo:

Participações[editar | editar código-fonte]

  • 1995: Ao Vivo No Johnny Guitar em 1994 - God Bless Johnny (Ao Vivo)
  • 1995: 100% - God Bless Johnny (95 Mix)
  • 1998: Ao Vivo Na Antena 3 - Dúia / Dou-Lhe Com A Alma
  • 1998: Tejo Beat - Produto Habitual
  • 1999: XX anos XX Bandas - Esquadrão Da Morte
  • 2000: 20 Anos Depois Ae De Rock - Miúda (Fora de Mim)
  • 2006: Play Up - Play Up
  • 2006: Remistura da faixa "Maneater", de Nelly Furtado, versão disponível apenas na edição portuguesa do álbum "Loose".
  • 2007: Cool Train Crew - Retratamento (DEStratamento mix)

DVD[editar | editar código-fonte]

A banda lançou os seguintes registos ao vivo:[14][15][16]

Prémios[editar | editar código-fonte]

A banda recebeu os seguintes prémios:[17][18][19]

Projetos paralelos[editar | editar código-fonte]

Pac e Virgul participaram na faixa "Só Vês o que Queres Ver", do álbum "Ritmo, Amor, Palavras" (2005), de Boss AC.

Pac coescreveu a banda sonora do filme do "Crime do Padre Amaro" com Sam The Kid.

Virgul participou no Tema "Espelho Meu", do álbum "Revistados 25-06", de tributo aos GNR.

João Nobre e Pedro Quaresma criaram um projeto de música electrónica chamado Teratron[20].

Virgul criou, juntamente com Dino D'Santiago (então conhecido pelo monónimo "Dino"), DJ Alan Gul e B@saman, os NuSoulFamily, que em 2010 receberiam o prémio Best Portuguese Act desse ano.

Pac lançou, a solo, o projeto O Algodão Não Engana. Mais tarde Pacman criaria o projeto Os Dias De Raiva, com membros dos Braindead, Dapunksportif e Orelha Negra, e ainda o projeto 5-30, com Regula e Fred.

Referências

  1. a b «Da Weasel anunciam o fim». daweaselonline.com. Consultado em 9 de Dezembro de 2010 
  2. a b c d e VENTURA, Ana (2023). Da Weasel - Uma Página da História. [S.l.]: Showtime Books. ISBN 9789893752036 
  3. Torres, Hugo (27 de abril de 2023). «Trinta anos, 560 páginas, uma história. Os Da Weasel em livro». Time Out Lisboa. Consultado em 6 de junho de 2023 
  4. https://www.facebook.com/BrunaSousa1999 (24 de abril de 2019). «#ARQUIVO | 3º Capítulo, mas tudo na mesma». ComUM. Consultado em 6 de junho de 2023 
  5. CDGO. «3º Capítulo - Da Weasel». CDGO. Consultado em 6 de junho de 2023 
  6. Santos, André Almeida. «Cinco camiões TIR, o pó e a Zambujeira: como um festival chegou ao Sudoeste há 20 anos». Observador. Consultado em 6 de junho de 2023 
  7. Pedro, Tiago Luz (24 de novembro de 1999). «Altântico ultrapicante». PÚBLICO. Consultado em 6 de junho de 2023 
  8. Portulez, Rui (7 de dezembro de 2001). «Tá-se...». PÚBLICO. Consultado em 6 de junho de 2023 
  9. SAPO. «Ao fim de 17 anos, Da Weasel anunciam fim». SAPO Mag. Consultado em 6 de junho de 2023 
  10. Ramalho, Sónia (15 de setembro de 2023). «NOVA CAMPANHA DA MEO DE APOIO AO EURO 2024 APELA À NATALIDADE (COM VÍDEO)». Meios & Publicidade. Consultado em 17 de setembro de 2023 
  11. Lusa (31 de outubro de 2007). «Dois estreantes e três repetentes portugueses entre nomeados pela MTV Portugal para prémios europeus». RTP. Consultado em 17 de setembro de 2007 
  12. musicfest.pt, Equipa (25 de outubro de 2022). «Os Da Weasel são a primeira confirmação do MEO Marés Vivas 2023 - MEO Marés Vivas 2023». musicfest.pt. Consultado em 6 de junho de 2023 
  13. «Da Weasel no MEO Marés Vivas em 2023». Expresso. 25 de outubro de 2022. Consultado em 6 de junho de 2023 
  14. «Da Weasel ansiosos por trabalhar em novo álbum». CNN Portugal. Consultado em 6 de junho de 2023 
  15. SAPO. «De "3.º Capítulo" a "Ao vivo no Pavilhão Atlântico": grande parte da discografia dos Da Weasel reeditada este ano». SAPO Mag. Consultado em 6 de junho de 2023 
  16. Pereira, Sílvia (24 de agosto de 2004). «Da Weasel recebem disco de ouro por "Re-Definições"». PÚBLICO. Consultado em 6 de junho de 2023 
  17. SIMÕES, Elsa (2019). Da Weasel em imagens - Uma reflexão teórica sobre a produção imagética da banda. [S.l.: s.n.] 
  18. «Da Weasel e Jorge Palma vencem Globos de Ouro». CNN Portugal. Consultado em 6 de junho de 2023 
  19. «Carlão agradece Globo de Ouro: "É bem capaz de ser o galardão mais acertado de sempre para os Da Weasel"». Expresso. 2 de outubro de 2023. Consultado em 26 de outubro de 2023 
  20. Antena 3.pt[ligação inativa] Teratron - Disco de Estreia
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