Dassault-Dornier Alpha-Jet

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Alpha-Jet
Caça
Dassault-Dornier Alpha-Jet
Descrição
Tipo / Missão Avião caça leve e treinador avançado, com motores turbofan, bimotor monoplano
País de origem  França /  Alemanha
Fabricante Dassault / Dornier
Período de produção 1973-1991
Quantidade produzida 480
Primeiro voo em 26 de outubro de 1973 (50 anos)
Introduzido em 4 de novembro de 1977
Variantes
  • Alpha Jet A
  • Alpha Jet E
  • Alpha Jet 2
  • Alpha Jet MS1
  • Alpha Jet MS2
  • Alpha Jet ATS
Tripulação 2
Especificações (Modelo: Suporte aproximado)
Dimensões
Comprimento 13,23 m (43,4 ft)
Envergadura 9,11 m (29,9 ft)
Altura 4,19 m (13,7 ft)
Área das asas 17,50  (188 ft²)
Alongamento 4.7
Peso(s)
Peso vazio 3 515 kg (7 750 lb)
Peso carregado 5 000 kg (11 000 lb)
Peso máx. de decolagem 7 500 kg (16 500 lb)
Propulsão
Motor(es) 2 x turbofans SNECMA Turbomeca Larzac 04-C5
Força de empuxo (por motor) 1 349 kgf (13 200 N)
Performance
Velocidade máxima 1 000 km/h (540 kn)
Alcance bélico 610 km (379 mi)
Alcance (MTOW) 2 940 km (1 830 mi)
Teto máximo 14 630 m (48 000 ft)
Razão de subida 57 m/s
Armamentos
Metralhadoras / Canhões 1 x canhão Mauser BK-27 de 27 mm (1,06 in) ou
1 x canhão DEFA de 30 mm (1,18 in)
Foguetes 18 ou 19 x SNEB de 68 mm (2,68 in)
Mísseis
Bombas 5 x pilones externos para 2 500 kg (5 510 lb) de bombas
Notas
Dados de: Jane's All The World's Aircraft 1982-83[1]

O Dassault-Dornier Alpha-Jet é um avião ligeiro de apoio aéreo ofensivo e de instrução, desenvolvido em conjunto pela empresas aeronáuticas Dassault, da França, e Dornier, da Alemanha. Os primeiros voos ocorreram em 1973.

História[editar | editar código-fonte]

Origens[editar | editar código-fonte]

Nos princípios dos anos 60, as forças aéreas europeias começaram a considerar os seus equipamentos para as décadas que se seguiriam. Um dos resultados desta revisão foi uma nova geração de jactos de treino para substituir alguns aviões deste tipo clássicos, como o Lockheed T-33 e o Fouga Magister. Desta nova geração destacaram-se o britânico BAE Hawk e o franco-alemão Alpha-Jet. No início da corrida, entre estes dois rivais, o Alpha-Jet começou com vantagem, todavia o BAE Hawk revelou-se vencedor. Porém, foi construído um bom número de unidades do Alpha-Jet, que serviram uma quantidade razoável de forças aéreas durante um longo espaço de tempo, muitos ainda ativos.

Nos primeiros anos da Década de 1960, O Reino Unido e a França começaram uma colaboração com vista à construção de um jacto supersónico de treino/ataque ligeiro. O resultado foi o SEPECAT Jaguar, que provou-se excelente, mas a sua definição original evolui para a de caça-bombardeiro, numa versão de dois assentos usada para a conversão operacional ao tipo.

Desta forma criou-se uma lacuna na Força Aérea Francesa, com ausência de uma aeronave de treino moderna. Então, a França iniciou conversações com a Alemanha Ocidental para colaboração. Uma especificação comum foi criada em 1968. Desta, surgiu um avião subsónico, já que os supersónicos tinham apresentado limitações neste tipo de missão. Um desenvolvimento comum e um contrato de produção foram assinados em julho de 1969, que especificava que as duas nações iriam produzir duzentas máquinas, mas cada um iria fabricá-las em seu próprio país.

Foram apresentadas três propostas por três grupos de fabricantes:

  • A Dassault, a Breguet e a Dornier propuseram o "TA501", projecto que era uma fusão ente o "Breguet 126" e o "Dornier P.375";
  • A SNIAS/MBB propuseram o "E.650 Eurotrainer";
  • A VFW-Fokker propôs o "VFT-291".

Todas as propostas deveriam incluir como fonte de propulsão dois motores SNECMA-Turboméca Larzac. A Deutsche Luftwaffe insistiu que o avião deveria ter dois motores pois tinha sofrido vários acidentes com os seus Lockheed F-104 Starfighter, de único motor.

O projecto TA501 foi declarado vencedor em julho de 1970, e o seu desenvolvimento aprovado em fevereiro de 1972. Dois protótipos foram construídos na França, pela Dassault (que entretanto tinha comprado a Breguet), e outros dois foram construídos pela Dornier na Alemanha. O protótipo francês efectuou o seu primeiro voo a 26 de outubro de 1973, na Base Aérea 125 de Istres, enquanto que o seu congénere alemão o efectuou um pouco mais tarde, a 9 de janeiro de 1974 no Centro Aeroespacial Alemão em Oberpfaffenhofen. Os restantes dois protótipos realizaram o seu primeiro voo ainda antes deste ano.

Matrícula Protótipo Fabricante Primeiro Voo
01/F-ZJTS 01 Dassault 26 de outubro de 1973
D-9594 02 Dornier 9 de janeiro de 1974
03/F-ZWRV 03 Dassault 6 de maio de 1974
D-9595 04 Dornier 11 de outubro de 1974
[2]


Alpha Jet francês do tipo E da Patrouille-de-france

A Força Aérea Francesa decidiu utilizar o avião primariamente para treino. A primeira produção de Alpha Jet destinada à França realizou o seu primeiro voo a 4 de Novembro de 1978. A variante francesa foi designada de "Alpha Jet E", (E de École, "escola" em francês). As primeiras entregas na França para experimentação no serviço foram a 4 de novembro de 1978, substituindo o Canadair T-33 no treino em jacto, e o Dassault Mystère IV no treino de armamento. 176 unidades foram entregues até 1985, ante os 200 previstos.

A Deutsche Luftwaffe decidiu usar o Alpha Jet principalmente como avião de ataque ligeiro. A primeira produção de Alpha Jet alemã fez o seu baptismo de voo a 12 de abril de 1978, tendo sido a versão germânica designada de "Alpha Jet A" (A de Appui Tactique, Guerra Táctica em português). Até 1983, a Força Aérea Alemã recebeu 175 aparelhos, que substituíram o Fiat G.91. Embora os Alpha Jet fossem construídos tanto na Alemanha quanto na França, o fabrico das diferentes variantes foi dividida pelos dois países, com plantas em cada país realizaram a montagem final e check-out. Os quatro protótipos permaneceram em serviço, como bancos de ensaio, por exemplo, para avaliação de uma asa de grafite epóxi-composto e melhores variantes de motor Larzac.

Os dois tipos de variantes é facilmente destingida, tendo o Alpha Jet A um nariz pontiagudo e o Alpha Jet E um nariz arredondado.

Variantes[editar | editar código-fonte]

  • Alpha Jet A: Versão de ataque originalmente utilizada pela Alemanha
  • Alpha Jet E: Versão de treino originalmente utilizada pela França
  • Alpha Jet 2: Desenvolvimento do Alpha Jet E optimizado para ataque ao solo. (Esta versão foi originalmente designada Alpha Jet NGAE (Nouvelle Generation Appui/Ecole ou "Nova Geração de Ataque/Treino".
  • Alpha Jet MS1: Versão capaz de apoio montada no Egipto
  • Alpha Jet MS2: Versão melhorada com novos aviónicos, motores actualizados, mísseis Ar-Ar Magic, e um cockpit de vidro Lancier
  • Alpha Jet ATS (Advanced Training System): Uma versão com controlos multi-funções e "glass cockpit" para treinar os pilotos na utilização de sistemas de ataque e de navegação para os aviões caça de última geração. Esta versão é também designada de Alpha Jet 3 ou Lancier

O argentino IA 63 Pampa, produzido pela FAdeA, é também baseado no design do Alpha Jet, sendo menor, com apenas um motor e asas de linhas rectas.[3]

Utilizadores[editar | editar código-fonte]

Militares[editar | editar código-fonte]

[2]

Ex-utilizadores[editar | editar código-fonte]

Civis[editar | editar código-fonte]

Emprego na Força Aérea Portuguesa[editar | editar código-fonte]

A Força Aérea Portuguesa recebeu em 1992, provenientes da Força Aérea Alemã, 50 aviões Alpha-Jet. Estas aeronaves vieram substituir os Fiat G.91 na missão de apoio aéreo ofensivo, e os Cessna T-37, Lockheed T-33 e Northrop T-38 na missão de instrução complementar de pilotagem de aviões de combate. Na altura, todos os aviões foram colocados na Base Aérea de Beja onde formaram duas esquadras:

  • Esquadra 103 (instrução complementar de pilotagem de aviões de combate)
  • Esquadra 301 (apoio aéreo ofensivo).

No âmbito da Esquadra 103, os Alpha-Jet foram os aviões escolhidos para operarem nas patrulhas de demonstração Parelha da Cruz de Cristo e Asas de Portugal.

Nos finais do ano de 2005, os Alpha-Jet foram substituídos na missão de apoio aéreo ofensivo pelos novos aviões General Dynamics F-16, que integraram a Esquadra 301, transferida para a Base Aérea nº 5[9] em Monte Real, limitando-se agora essencialmente às funções de instrução e acrobacia aérea. Em Janeiro de 2018, a Força Aérea Portuguesa retirou de serviço todos os aviões Alpha-Jet.[10], a partir daqui a formação avançada de nível III e IV será feita nos EUA.

Galeria fotográfica[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Dassault-Dornier Alpha-Jet

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Taylor, John W R (ed). Jane's All The World's Aircraft 1982-83. London: Jane's Yearbooks, 1982. ISBN 0-7106-0748-2.

Referências

  1. Taylor 1982, pp. 105–106.
  2. a b c d SCRAMBLE's Aviation Wiki. Dassault-Breguet-Dornier Alpha Jet Arquivado em 29 de setembro de 2007, no Wayback Machine.. Consultado 08-04-2007. (em inglês)
  3. WIKIPEDIA, La enciclopedia libre. I.A. 63 Pampa. Consultado a 08-04-2007. (em castelhano)
  4. Harding, Ian (Março de 2018). «Alpha Jet retires». Air International. p. 21. ISSN 0306-5634 
  5. Barreira, Victor (20 de novembro de 2017). «Portugal to phase out Alpha Jet A». IHS Jane's 360. Consultado em 18 de maio de 2019. Arquivado do original em 20 de novembro de 2017 
  6. «Portugal retires its Alpha Jets». Air International. Março de 2018. p. 16. ISSN 0306-5634 
  7. FLYING Bulls. alpha jet. Consultado a 08-04-2007. (em inglês)
  8. TOP Aces. Services. Consultado a 07-04-2007. (em inglês)
  9. FORÇA Aérea Portuguesa. Esquadras de Voo » Esquadra 301 - "Jaguares". Consultado a 07-04-2007.
  10. «Força Aérea Portuguesa despede-se do Alpha-Jet com um último voo em Beja - Motor +». Motor +. 16 de janeiro de 2018