Dialetos japoneses

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Japonês

日本語

Pronúncia:/nihongo ~ nipongo/
Falado(a) em: Japão, Brasil,[1] Havaí, Guam, Ilhas Marshall, Palau, Peru, Taiwan, entre outros países.
Região: Ásia
Total de falantes: 125 milhões (2010)
Posição: 9a no mundo
Família: Japônico
 Japonês
Escrita: kanji, hiragana, katakana
Estatuto oficial
Língua oficial de: Japão (de facto), Angaur (Palau)
Regulado por: Governo do Japão
Códigos de língua
ISO 639-1: ja
ISO 639-2: jpn
ISO 639-3: jap

Os dialetos da língua japonesa caem dentro de dois clados primários, Oriental (incluindo Tóquio) e Ocidental (incluindo Quioto), com os dialetos de Kyūshū e das Ilhas Hachijō frequentemente distinguidos como ramos adicionais, o último sendo, talvez, o mais divergente de todos. As línguas ryukyuanas, da Prefeitura de Okinawa e das ilhas mais austrais da Prefeitura de Kagoshima, formam um ramo separado na família japônica, e não são dialetos japoneses.

História[editar | editar código-fonte]

Variantes regionais do japonês tem sido confirmadas desde o japonês antigo. Man'yōshū, a mais velha coleção de poesias japonesas, inclui poemas escritos em dialetos da capital (Nara) e orientais, sendo que outros dialetos não foram registrado. As características dos dialetos orientais foram lentamente introduzidas aos dialetos modernos, exceto por algumas línguas como por exemplo o das Ilhas Hachijō. No japonês clássico, haviam apenas vagos registros assim como os dialetos rurais eram “rudes”. Entretanto, desde o japonês tardio, características de dialetos regionais foram registrados em alguns livros, por exemplo “Arte da Lingoa de Iapam”, e as características registradas eram relativamente similares às dos dialetos modernos. As variedades dos dialetos japoneses se desenvolveram marcadamente durante o período Edo, pois alguns senhores feudais restringiram o movimento de pessoas entre outros feudos. Algumas isoglossas combinam com velhas fronteiras de han, especialmente em Tōhoku e Kyūshū. Do período Nara até o período Edo, o dialeto de Kinai (atual centro de Kansai) foi o dialeto padrão japonês de facto, e o dialeto de Edo (atual Tóquio) assumiu no período Edo tardio. Com a modernização no século XIX, o governo e os influentes da época promoveram estabelecimento e divulgação da língua padrão. As línguas regionais e dialetos foram negligenciados e suprimidos, sendo assim, os falantes locais ganharam um sentimento de inferioridade com relação a suas “más” e “vergonhosas” línguas. A língua de instrução foi definida como o japonês padrão, e alguns professores administraram punições pelo uso de línguas não padronizadas, particularmente nas regiões de Okinawa e Tōhoku. A partir dos anos 1940 até os anos 1960, o nacionalismo do período Shōwa e o milagre econômico pós-guerra impulsionaram a substituição das variedades regionais, com o japonês padrão atingindo seu auge. Atualmente o japonês padrão está espalhado por toda a nação, e variantes regionais tradicionais estão em declínio por causa da educação, televisão, expansão de tráfego, concentramento urbano e etc. Entretanto, variantes regionais não foram completamente substituídas pelo japonês padrão. A propagação do japonês padrão significa que agora as variantes regionais são valorizadas como “nostálgicas”, “comoventes” e marcadores de “orgulho e identidade local”, com vários falantes gradativamente superando seu senso de inferioridade com relação ao seu jeito natural de falar. O contato entre variantes regionais e o japonês padrão criou novas formas de fala entre os jovens, como exemplo o japonês okinawano.[2]

Classificação[editar | editar código-fonte]

Dialetos Japoneses orientais estão em azul, dialetos ocidentais em bege. Dialetos em verde possuem tanto características do oriental como do ocidental. Dialetos de Kyūshū estão em laranja; Kyūshū meridional é bem distinto.
.A divisão entre os tipos de acento tonal de Quioto e Tóquio é usada como a fronteira entre o Japonês oriental e ocidental no mapa acima.

Há diversas maneiras genéticas de se classificar os dialetos japoneses. Misao Tōjō classifica os dialetos da ilha principal dentro de três grupos: Oriental, Ocidental e Kyūshū. Mitsuo Okumura classifica os dialetos de Kyūshū como uma subclasse do grupo Ocidental.[carece de fontes?] Essas teorias são principalmente baseadas em diferenças gramaticais entre oriental e ocidental, mas Haruhiko Kindaichi classifica o japonês de Honshu em três grupos circulares concentricos: interno (Kansai, Shikoku, etc.), médio (Kanto ocidental, Chūbu, Chūgoku, etc.) e externo (Kanto oriental, Tōhoku, Izumo, Kyūshū, Hachijō, etc.) baseado no sistema de sotaque, fonema e conjugação.[carece de fontes?]

Japonês Oriental e Ocidental Existe uma diferença básica entre o Japonês Oriental e Ocidental. Essa é uma divisão histórica de longa data que ocorre tanto na língua quanto na cultura. O mapa no topo desta seção divide os dois com uma fronteira fonológica. Na parte ocidental da fronteira, se encontra o mais complexo tipo de acento tonal de Kansai; na parte oriental, se encontra o simplificado sotaque de Tóquio, embora os sotaques de Tóquio ainda ocorrem na parte ocidental, do outro lado de Kansai. Entretanto, as isoglossas correspondem grandemente por distinções gramaticais diversas assim como: Parte ocidental da isoglossa de acento tonal:

  • A forma perfectiva de verbos -u tal como harau “brincar” [carece de fontes?] é harōta (ou minoritariamente haruta), mais frequente que o oriental (e padrão) haratta
    • A forma perfecetiva de verbos -su assim como otosu “derrubar” também é otoita no Japonês ocidental (majoritariamente parte do dialeto de Kansai) vs. otoshita no oriente
  • O imperativo de verbos ichidan, como miru “ver” é miyo ou mii mais frequente que o oriental miro (ou minoritariamente como mire)
  • A forma adverbial de -i como em verbos adjetivados como em hiroi “amplo” é hirō (ou minoritariamente hirū) como em hirōnaru, mais frequente que o oriental hiroku como hirokunaru.
  • A forma negativa do verbo é -nu ou –n que é mais frequente que -nai ou -nee, e usa uma raiz verbal diferente;
    • Assim suru “fazer” torna-se senu ou sen mais frequente que shinai ou shinee (apesar que na Ilha de Sado, usa-se shinai).
  • A cópula é da no japonês oriental e ja ou ya no japonês ocidental, embora Sado assim como alguns dialetos mais ocidentais tal como em San'in usa-se da.
  • O verbo iru “existir” no japonês oriental e oru no japonês ocidental, embora no dialeto de Wakayama usa-se aru e alguns subdialetos de Kansai usam os dois.

Ver Também[editar | editar código-fonte]

References[editar | editar código-fonte]

  1. Elza Taeko Doi (2005). «O ensino de japonês no Brasil como língua de imigração» (PDF). Estudos Linguisticos XXXV 2006 UFSCAR, São Carlos. Consultado em 26 de setembro de 2009 
  2. Satoh Kazuyuki (佐藤和之); Yoneda Masato (米田正人) (1999). Dōnaru Nihon no Kotoba, Hōgen to Kyōtsūgo no Yukue (em japonês). Tōkyō: The Taishūkan Shoten (大修館書店). ISBN 978-4-469-21244-0