Diogo de Torralva

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Diogo de Torralva (15001566) foi um escultor e arquitecto do século XVI. Não se sabe exactamente a sua proveniência, apontando-se como hipóteses tanto o Piemonte como a Espanha.

Biografia

Em Portugal desposou, em 1534 a filha de Francisco de Arruda, arquitecto da Torre de Belém. Neste país regista-se ainda a actividade de um seu irmão, Gonçalo de Torralva, enquanto trabalhador de pedra em locais como Tomar, Miranda do Douro e Guarda. No início de seus trabalhos em Portugal com um estilo ainda renascentista, depressa Diogo de Torralva se impôs como um dos principais introdutores e expoentes da corrente maneirista no seu tempo no país.

O contrato mais antigo que se lhe conhece foi o que efectuou para o projecto do túmulo de D. Luís da Silveira (Góis), em 1529, tendo a execução estado a cargo de Diogo de Castilho. Em 1534 tornou-se mestre das obras régias e dois anos depois foi encarregue da construção da Igreja de Nossa Senhora da Graça em Évora.

Registou-se a presença deste arquitecto na praça-forte de Mazagão, inicialmente em Maio de 1537 para escolher o sítio, discutir o plano da nova fortaleza e iniciar a obra,[1] e posteriormente, no ano de 1541, com a função de inspeccionar as obras em progresso.

Em 1544 projectou um outro templo para Évora: a capela do Convento do Bom Jesus de Valverde.

Por morte de Francisco de Arruda (c. 1547) herdou dele os títulos de Mestre de Obras da Comarca do Alentejo, Medidor das obras do Reino e Mestre de Obras dos Paços de Évora. Portalegre recebeu nesta período o projecto seu de um túmulo para D. Jorge de Melo, e em 1549 pensa-se que terá projectado a Ermida de Santo António em Lisboa. O Templo da Conceição de Tomar e o Convento da Madre de Deus de Lisboa teriam recebido igualmente a sua intervenção.

A capela-mor da igreja do Mosteiro dos Jerónimos conheceu também a sua intervenção, entre os anos de 1550 e 1551, mas seria Jerónimo de Ruão quem a concluiria em 1571.

Entre os anos de 1554 e 1562, trabalhou no Convento de Cristo de Tomar, tendo projectado a partir de 1557 o claustro maneirista (atribuindo-se-lhe igualmente um medalhão com o que será o seu retrato) e, no mesmo ano, segundo o Cardeal Saraiva, trabalhava também como arquitecto no Mosteiro da Batalha.

Referências

  1. NUNES, António Lopes Pires. Dicionário de Arquitetura Militar. Casal de Cambra (Sintra): Caleidoscópio, 2005. ISBN 972-8801-94-7 p. 235.


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