Discussão:Aquecimento global/FAQ

P1: Existe realmente um consenso científico sobre o aquecimento global?

R1: Sim. As constatações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas sobre o facto de o aquecimento recente ser uma consequência da influência humana são consideradas o consenso científico pelas academias de ciência de todos os países industrializados. Atualmente, não existe nenhum órgão científico de âmbito nacional ou internacional que rejeite as principais conclusões da influência humana no clima atual. Este consenso científico é apoiado por 97% dos climatologistas que publicam resultados. Ver também: Opinião científica atual sobre as mudanças climáticas

P2: Como é que se pode afirmar que existe consenso quando alguém reuniu uma lista enorme de "cientistas cépticos"?

R2: Consenso não é a mesma coisa que unanimidade, sendo esta última impraticável em grupos muito grandes. Cerca de 97% de todos os climatologistas com publicações concordam que as alterações climáticas têm origem na ação do Homem. Esta percentagem é extremamente elevada e muito acima de qualquer nível de consenso. Qualquer lista de "cientistas cépticos" é uma gota de água num oceano quando comparada com o número de cientistas que aceitam as alterações climáticas antropogénicas. A própria Wikipédia mantém uma lista de cientistas notáveis que se opõem às principais conclusões sobre o aquecimento global, mas deve-se ter em conta ao lê-la que os seus pontos de vista são extremamente minoritários.

Algumas dessas listas de "cientistas cépticos" têm circulado pela internet com o objetivo de minar a confiança do público nas conclusões da ciência. Entre elas, as mais notáveis são a Petição de Oregon, que circulou entre 1999 e 2001 e voltou a circular em 2007, e a lista de James Inhofe, que circulou originalmente em 2007 e novamente em 2008 com mais nomes. Tem-se verificado que estas petições estão repletas de erros:

• Muitas das pessoas listadas nem sequer são cientistas. Por exemplo, a definição de "cientista" usada na Petição de Oregon inclui qualquer pessoa com um diploma, ou qualquer pessoa que "alega" ter um diploma, já que não existe verificação independente. Com estes critérios, cerca de 25% da população norte-americana seria qualificada para a assinar.
• Algumas das pessoas listadas nem sequer são pessoas. Estas listas incluem falsidades como "Dr. Geri Halliwell" ou empresas.
• Entre as pessoas realmente ligadas a áreas científicas, a maior parte trabalha em campos sem relação nenhuma com o clima, como química das cinzas do carvão ou na interação entre quarks e gluões.
• Aqueles que realmente são cientistas são listados de forma arbitrária e estão incluídas pessoas que afirmam não ser sequer cépticas do aquecimento global. A lista de Inhofe foi compilada por um adjunto de nome Marc Morano, que nem sequer contactou as pessoas na lista. Um dos mencionados na lista, George Waldenberger, chegou a informar quem estava a compilar a lista que ele não era céptico do aquecimento global. O seu pedido para remover o nome da lista foi ignorado. Também Steve Rayner, da Universidade de Oxford, pediu para o seu nome ser removido e apelidou a sua inclusão de "ultrajante". O The Heartland Institute chegou a afirmar que os cientistas que alertaram para o facto de a lista não representar as suas posições "não tinham o direito – nem legal nem ético – de ver os seus nomes retirados" da lista do Instituto.

P3: O aquecimento global terminou em 1998?

R3: Um dos eventos mais intensos do El Niño nos registos instrumentais ocorreu entre o fim de 1997 e ao longo de 1998, o que causou um pico na temperatura global em 1998. Até meados da década de 2000, era possível escolher este ano anormalmente quente como base de comparação com anos mais recentes, de modo a produzir uma falsa tendência de arrefecimento. No entanto, caso se escolhesse qualquer outro ano do século XX a tendência seria de aquecimento. No entanto, já nem sequer é possível usar este truque, uma vez que as temperaturas médias anuais em 2005, 2010, 2014, 2015 e 2016 foram todas superiores a 1998. Mais importante do que isso, os cientistas não definem uma "tendência" simplesmente ao observar a diferença entre dois anos aleatórios. Os cientistas usam métodos matemáticos complexos como a regressão linear, que levam em conta todos os valores num conjunto de dados. A Organização Meteorológica Mundial determina 30 anos como o intervalo padrão para qualquer estatística climatérica, de modo a evitar flutuações ano-a-ano., pelo que 10 anos é um intervalo insuficiente para determinar qualquer tendência climática.

P4: Como é que se pode afirmar existe aquecimento global quando esteve tanto frio em local X e Y?

R4: Por algum motivo é que se chama "aquecimento global", e não "aquecimento do local X e Y". Numa tendência de aquecimento, o que aumenta é a temperatura média ao longo do tempo – isto é, a temperatura continua a aumentar e a diminuir normalmente, mesmo que a média geral continue a aumentar. Para dar uma ideia da escala de tempo, o intervalo de tempo padrão determinado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) é de 30 anos. A OMM define "alteração climática" por "uma variação estatisticamente significativa, quer nas condições climáticas médias, quer na sua variabilidade que persiste durante um período alargado de tempo (geralmente de décadas ou superior)."

P5: Não é possível que o aumento de dióxido de carbono (CO₂) seja provocado por fontes naturais, como vulcões ou os oceanos?

R5: Embora este tipo de alegações seja comum entre os negacionistas climáticos, incluindo aqueles com formação académica, a realidade é que são incorretas. Isto pode ser concluído através de várias perspetivas:

• As atuais emissões de CO₂ são pelo menos 100 vezes superiores às emissões vulcânicas. As medições dos níveis de CO₂ nos últimos 50 anos não mostram qualquer aumento significativo após erupções vulcânicas. Isto pode ser facilmente observado num gráfico das concentrações de CO₂ nos últimos 50 anos: a maior erupção durante este período, em 1991, não produziu qualquer aumento na tendência.
• A análise isotópica do dióxido de carbono na atmosfera demonstra que as alterações observadas nas nos isótopos de carvão têm origem em combustíveis fósseis.
• A quantidade de oxigénio na atmosfera está a diminuir à mesma velocidade que a quantidade de oxigénio que é usada para queimar combustíveis fósseis.
• Para ser verdade que os oceanos estão a libertar algum do seu dióxido de carbono, então a sua concentração de dióxido de carbono teria que estar a diminuir. No entanto, aquilo que se está a medir é um aumento na concentração de dióxido nos oceanos, o que faz com que os oceanos se tornem mais ácidos (ou, de forma mais precisa, menos alcalinos.

P6: Acho que faltam algumas coisas ao artigo ou acho que algumas coisa estão erradas. Posso alterá-lo?

R6: Sim. Mas lembre-se que é necessário que as suas alterações sobre aspetos científicos sejam sempre baseadas em evidências documentais de literatura científica com revisão por pares e que a restante informação deve ser verificável e fidedigna e que a investigação original é proibida na Wikipédia. Caso não tenha este tipo de evidências, os editores mais experientes poderão ajudá-lo (ou confirmar que tais evidências não existem). Estes pedidos de ajuda são bem-vindos nesta página de discussão, mas por favor lembre-se que esta página é apenas para discutir melhorias no artigo e não para discutir o tópico. Existem na internet muitos forums que aceitam discussões sobre o aquecimento global, mas esta página não é um deles.

P7: Porque é que os gráficos não estão atualizados?

R7: Por duas razões:

• Existem imensas imagens usadas nos artigos relacionados com o aquecimento global e existem várias razões para não terem sido atualizadas com os dados mais recentes. Algumas das imagens são estáticas, o que significa que a sua intenção é apenas mostrar um fenómeno em particular e não é suposto serem atualizadas com frequência. Outras têm por base dados anuais, pelo que só são atualizadas uma vez por ano. Outras usam dados mensais, pelo que são atualizadas com maior frequência.
• No entanto, só porque os dados de uma imagem têm seis meses ou um ano não significa que estejam desatualizados. O clima é uma média do tempo num intervalo muito grande, no mínimo de 30 anos, de modo a eliminar flutuações anuais. Assim, em termos de alterações climáticas, os dados de um ano em particular são de importância relativa.

P8: O aquecimento global não é apenas uma "teoria"?

R8: Não. As pessoas que afirmam isto estão a abusar do termo "teoria", trocando deliberadamente o seu significado comum com o seu significado científico. Entre leigos, "teoria" pode ser sinónimo de um "palpite" ou de "possibilidade". No entanto, uma teoria científica é um conjunto coerente de explicações que é compatível com observações e que permite serem feitas previsões. O aumento da temperatura é uma observação. Uma explicação para isto (denominada "hipótese") é que o aquecimento é influenciado principalmente por gases de efeito de estufa como o CO2 e metano libertados para a atmosfera pela atividade humana. Foram realizados modelos científicos que preveram o aumento da temperatura e estas previsões foram corroboradas pelas observações. Quando os cientistas adquirem confiança numa hipótese por ela ter sido corroborada por observações e por ter sobrevivido a escrutínio intenso, essa hipótese pode começar a ser denominada "teoria". Em rigor, as teorias nunca são provadas, mas é possível discutir o grau de confiança em determinada teoria. Os modelos científicos sugerem que é entre "extretamente provável" (>95%) e "virtualmente certo" (>99%) que o aumento de temperatura observado esteja a ser causado pela atividade humana. Estas conclusões estão patentes no último relatório do IPCC. Assim, embora as causas antropogénicas do aquecimento global sejam uma teoria científica, não são um "palpite" ou uma "suposição" no sentido popular da palavra usado pelos negacionistas.

P9: O metano provoca mais aquecimento do que o CO₂?

R9: É verdade que o metano é mais potente quando comparado a nível molecular. No entanto, existe muito menos metano na atmosfera, pelo que o efeito global é menor. Além disso, o período de vida do metano na atmosfera (cerca de 10 anos) é muito inferior ao do CO₂ (centenas de milhar de anos). Assim, embora o metano seja também responsável pelas emissões atuais, é o CO₂ que vai acumulando na atmosfera e aí permanece durante períodos de tempo muito longos. Consulte também gases de efeito de estufa e potencial de aquecimento global.

P10: A Gronelândia não era muito mais quente durante a colonização dos povos nórdicos?

R10: Algumas pessoas assumem que este mito é verdadeiro devido ao nome da região que, em várias línguas nórdicas e em inglês, se traduz por "Terra Verde". Embora a maior parte da Gronelândia estivesse (e ainda está) sob uma vasta cobertura de gelo, as regiões colonizadas pelos povos nórdicos eram regiões costeiras com fiordes que ainda hoje são verdejantes. É possível verificar esse facto nas seguintes imagens:

• Mapa das colónias orientais [1]
• Imagem de satélite da mesma região atualmente [2]
• Mapa das colónias ocidentais [3]
• Imagem de satélite da mesma região atualmente [4]
• Ampliação da área onde se situavam as quintas de Érico, o Vermelho e de Gardar [5]

Na própria Saga de Érico, o Vermelho afirma que Érico batizou a nova colónia de "Terra Verde" porque assim "os homens irão desejar muito mais ir para lá se a terra tiver um bom nome".

P11: Os relatórios do IPCC são da autoria de "cientistas tendenciosos da ONU"?

R11: Os relatórios do IPCC não são produzidos por "cientistas da ONU". O IPCC não emprega os cientistas que produzem os relatórios e não tem qualquer tipode controlo sobre eles. Os cientistas que produzem os relatórios são especialistas reconhecidos internacionalmente e a maior parte tem vastos anos de investigação de qualidade no campo. Esses cientistas estão ligados a diversas organizações científicas, como centros de investigação, universidades e agências como a NASA ou a NOAA. Esses cientistas não recebem dinheiro especificamente para participar nos processos do IPCC, já que isso é considerado parte integrante das suas responsabilidades académicas.

P12: O gelo marinho em todo o mundo não tem aumentado nos últimos 30 anos?

R12: As medições mostram que não. As alegações de que o gelo marinho se tem mantido estável ou até aumentado são o resultado de escolher a dedo dois momentos no tempo para comparação, ignorando completamente a tendência estatística real que mostra uma diminuição da quantidade de gelo. Ver também Arctic sea ice decline.

P13: Na década de 1970 os cientistas não afirmavam que o planeta estava a arrefecer em vez de aquecer?

R13: Não. Um artigo no Bulletin of the American Meteorological Society reviu toda a literatura científica da época e constatou que mesmo na década de 1970 a principal preocupação entre o meio científico era com o aquecimento. A visão equivocada de que o arrefecimento seria a principal preocupação na década de 1970 tem origem num número muito reduzid de estudos que foi sensacionalizado na imprensa popular. A Newsweek chegou a apresentar publicamente desculpa por ter representando de forma equivocada a posição da ciência na década de 1970.

P14: É verdade que o vapor de água é a causa de 98% dos gases de estufa?

R14: O vapor de água é efetivamente um dos principais gases do efeito de estufa, contribuindo entre 36 a 70% (e não 98%) para o total do efeito de estufa. No entanto, o vapor de água tem um tempo de vida atmosférico extremamente curto (cerca de 10 dias) em comparação com o tempo de vida atmosférico de décadas ou séculos de outros gases como o CO₂ ou o óxido nitroso. Além disso, o vapor de água encontra-se em equilíbrio atmosférico: qualquer vapor em excesso é removido através da chuva e qualquer défice é compensado com a evaporação da superfície terrestre. Por este motivo, o vapor de água não pode ser uma causa das alterações climáticas. O aumento da temperatura causado pelos gases de estufa de longo prazo vai poermitir à atmosfera conter mais vapor, levando a que aumente a quantidade absoluta de vapor de água na atmosfera terrestre. Uma vez que o vapor é ele próprio um gás de efeito de estufa, este ciclo é um exemplo de retroalimentação positiva. Assim, embora o vapor de água não seja ele próprio uma causa do efeito de estufa, vai amplificar qualquer tendência de subida.

P15: O facto de outros corpos do sistema solar estarem a aquecer é uma prova de que existe uma causa comum, como o Sol?

R15: Embora em alguns corpos haja evidências de alterações climáticas globais ou locais, não há evidências de qualquer causa comum de aquecimento.

• Um artigo de 2007 publicado pela National Geographic descrevia a opinião de Khabibullo Abdusamatov, que alega que é o Sol o responsável pelo aquecimento global, tanto na Terra como em Marte. No entanto, a opinião de Abdussamatov não tem qualquer apoio da comunidade científica. Na segunda página, o próprio artigo deixa claro que a sua opinião é completamente deslocada das principais correntes científicas. Amato Evan, climatologista na Universidade de Wisconsin, acrescenta que a opinião não é apoiada por qualquer teoria ou observações.
• Não existe qualquer fonte fidedigna que alegue que Júpiter esteja a aquecer. Algumas observações sugerem que o planeta pode estar a atravessar um período de alterações climáticas. Foi levantada a hipótese de se tratar de um ciclo de alterações climáticas global de aproximadamente 70 anos, caracterizado pela rápida formação e lenta deformação de vórtices ciclónicos e anti-ciclónicos que transferem calor dos polos para o equador do planeta.
• Plutão tem uma órbita extremamente elíptica num período de 248 anos. Embora haja poucos dados, a comparação entre os valores de 1988 e 2002 sugere de forma indireta que entre essas duas datas o planeta aqueceu. No entanto, a temperatura de Plutão é significativamente inflluenciada pela sua órbita elíptica, tendo atingido o ponto mais próximo do sol em 1989 e desde então regredido. Divido à inércia térmica, é esperado que aqueça durante algum tempo depois de passar pelo periélio (trata-se de o mesmo mecanismo pelo qual num dia quente as temparaturas na Terra são mais altas durante a tarde, e não de manhã). Até agora, não existe qualquer sugestão séria de outro mecanismo. (Aqui pode ser consultado um resumo, e este documento discute como a sublimação e evaporação de partes da atmosfera de Júpiter proporcionam a inércia térmica. Também é possível ler aqui uma versão mais acessível a leigos).

P16: Os cientistas não apoiam o aquecimento global só para receber dinheiro?

R16: Não,

• Os cientistas participam em organizações internacionais como o IPCC como parte das suas responsabilidades académicas normais. Não recebem qualquer outro tipo de compensação para além de uma possível compensação por despesas diretas.
• As bolsas científicas geralmente não financiam diretamente determinado cientista, e sim o custo da produção científica.
• Pelo contrário, os casos de financiamento estão ligados ao aliciamento de alguns cientistas para negar ou questionar o aquecimento global.

P17: O clima não se altera mesmo sem atividade humana?

R17: Sim, mas o facto de existirem variações naturais não significa que não possam ocorrer em simultâneo alterações devido à atividade humana. Os climatologistas estudaram de forma extensiva as possíveis causas naturais de alterações climáticas (como alterações na órbita, atividade vulcânica e variação solar) e excluíram-nas como explicação para o atual aumento da temperatura. A atividade humana é a causa do aquecimento global com um nível de confiança de 95 a 99% (para mais detalhes consultar o 5º relatório do IPCC). É importante recordar este elevado nível de certeza para detectar casos de manipulação em que se menciona a variação natural.

P18: O artigo não deveria incluir a perspetiva de que o aquecimento global vai levar a uma catástrofe planetária?

R18: Este artigo foca-se essencialmente nos aspetos científicos do aquecimento global e não em potenciais desfechos catastróficos. Para uma explicação técnica, pode consultar o artigo em inglês Runaway climate change. Para exemplos catastróficos no passado consulte Máximo térmico do Paleoceno-Eoceno e Extinção do Permiano-Triássico. Não obstante, essa perspectiva foi abordada na seção Consequências, em especial na subseção Potencial de impactos catastróficos, uma vez que está dentro dos cenários mais pessimistas previstos pelo modelos teóricos, mas um desfecho catastrófico só deve se concretizar se a sociedade não mudar seus hábitos e continuar a emitir grandes quantidades de gases por um longo período.

P19: Porque é que um aumento da temperatura de, por exemplo, 3 graus Celsius é assim tão significativo?

R19: Embora possa parecer pouco, um aumento da temperatura global de 3 graus é imenso em termos climáticos. O clima da Terra tem variado significativamente ao longo de intervalos de tempo muito grandes, denominados eras geológicas. Ao longo dessas alterações, os ecossistemas vão-se adaptando às alterações no clime. No entanto, durante o desenvolvimento da civilização humana, nos últimos 12 000 anos, as alterações climáticas têm sido notavelmente diminutas. A civilização humana está imensamente adaptada a esse clima estável. A produção agrícola depende do equilíbrio entre solo, clima, métodos e ferramentas. Grande parte das maiores metrópoles encontram-se na costa e seriam afetadas por qualquer alteração no nível do mar. As migrações estão limitadas por fronteiras políticas e ocupação do solo. Por outras palavras, o problema não é a temperatura absoluta, mas sim as alterações climáticas em massa a um ritmo sem precendentes e as consequências que isso terá nas sociedades humanas. O 4ª relatório do IPC apresenta uma discussão detalhada dos efeitos das rápidas alterações climáticas.

P20: Porque é que o artigo define "aquecimento global" como um fenómeno recente? No passado o planeta também não aqueceu e arrefeceu?

R20: Sim, o planeta já aqueceu e arefeceu anteriormente. No entanto, entende-se que o termo "aquecimento global" sem outra descrição a acompanhá-lo se refere ao episódio mais recente e explicitamente ligado aos gases do efeito de estufa. Também na literatura científica, o termo "aquecimento global" refere-se quase exclusivamente ao episódio atual. Para o conceito geral, consulte o artigo Mudança do clima.

P21: É verdade que a experiência CLOUD realizada no CERN provou que o aquecimento global não é provocado pelo Homem, mas sim por raios cósmicos?

R21: Não. Para que o aquecimento global estivesse a ser provocado por raios cósmicos, todas as seguintes condições teriam que ser verdadeiras, enquanto apenas a que está em itálico é que foi testada na experiência de 2011.

• O campo megnético solar deve estar a tornar-se mais forte
• O número de raios cósmicos que atinge a Terra deve estar a diminuir
• Os raios cósmicos devem induzir a formação de nuvens, o que exige que:

1. Os raios cósmicos devem espoletar a formação de aerossóis,
2. Estes aerossóis recém-formados devem crescer o suficiente via condensação para formar núcleos de condensação de nuvens,
3. Estes núcleos de condensação devem aumentar a formação de nuvens, e
4. A cobertura de nuvens na Terra deve estar em declínio.

Nas palavras do principal autor do estudo: "... na realidade, [a experiência] não diz nada sobre um possível efeito dos raios cósmicos nas nuvens e no clima, embora seja um primeiro passo importante."

Referências

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