Distribuição de graus

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No estudo de Grafos e Redes Complexas, o grau de um nó em uma rede é o número de conexões que esse nó tem com outros nós, e a Distribuição de Graus é a distribuição de probabilidade dos graus dos nós de toda a rede.

Definição[editar | editar código-fonte]

O grau de um nó em uma rede é o número de conexões que este nó faz com outros nós. As arestas de uma rede podem ser direcionadas (orientadas) ou não direcionadas. O primeiro caso ocorre quando a aresta de um nó do grafo aponta para outro nó com direção especificada. Já nas redes não direcionadas, as arestas não possuem orientação, permitindo fluxo nos dois sentidos [1]. Nas redes direcionadas, existem dois tipos de graus distintos: o grau de entrada, que é a quantidade de arestas orientadas para o nó, e o grau de saída, que é a quantidade de arestas orientadas no sentido de saída do nó. Nas redes não direcionadas, o grau de um nó é simplesmente o número de arestas conectadas ao nó.

A distribuição de graus de uma rede é definida pela fração de nós na rede com grau . Então, supondo que uma rede tenha nós e que tenha nós com grau , temos .

A distribuição de graus é uma peça fundamental para a modelagem de redes, pois através dela pode-se determinar, por exemplo, se uma rede é livre de escala [2] ou analisar a robustez [3] de uma rede.

Distribuições[editar | editar código-fonte]

É possível construir redes que se comportam como redes reais a partir da escolha da distribuição de graus. Vamos detalhar características de três distribuições [4] muito utilizadas: distribuição de Poisson, Exponencial e Lei de Potência (encontrada em redes Livres de Escala).

Poisson[editar | editar código-fonte]

A distribuição de Poisson é uma distribuição de probabilidade que consegue representar uma série de redes, sendo especialmente útil para as redes modeladas como grafo aleatório. Em um grafo aleatório (por exemplo, o modelo de Erdős-Rényi [5]), a distribuição de graus segue a distribuição binomial, porém em casos onde o número de nós da rede é muito maior que o grau médio da rede , pode-se aproximar a distribuição binomial com a distribuição de Poisson. Uma distribuição de graus seguindo um modelo de Poisson é descrita por:

, onde é o grau médio da rede.

Redes reais, como a internet, redes sociais e redes biológicas raramente tem um comportamento de Poisson, pois esta distribuição tende a subestimar a frequência de nós com alto grau [6].

Exponencial[editar | editar código-fonte]

A distribuição de graus exponencial é encontrada em diversas redes reais [7]. Nos modelos exponenciais o grau máximo () evolui lentamente com o tamanho da rede, guardando uma relação logarítmica de crescimento com relação à quantidade de nós () da rede. Apesar disso, ainda exibe um crescimento de maior que os modelos de Poisson, ou seja, quanto maior a rede, maior o grau máximo dela, mesmo que o crescimento aqui seja logarítmico. Apesar de maior que os modelos de Poisson, o crescimento do grau máximo de um modelo exponencial não é tão grande quanto em redes modeladas como redes livres de escala.

O modelo exponencial de distribuição de graus pode ser escrito como:

Lei de Potência (Redes Livres de Escala)[editar | editar código-fonte]

Diversos estudos sobre este modelo foram feitos e popularizados por Albert Barabási. Este tipo de distribuição representa bem um número muito elevado de redes, entre elas a internet. As redes modeladas como livres de escala possuem distribuição de graus que acompanha uma lei de potência:

,

onde é chamado de expoente da rede.

O valor de vai depender de cada rede. Este parâmetro é importante para a determinação de algumas características de redes livres de escala. Este tipo de rede é a inspiração para o modelo de Barabási–Albert (BA), que produz redes livres de escala, com distribuição de lei de potência.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Barabási, Albert-László (28 de março de 2013). «Network science». Philosophical Transactions of the Royal Society A: Mathematical, Physical and Engineering Sciences (em inglês) (1987). 20120375 páginas. doi:10.1098/rsta.2012.0375. Consultado em 15 de dezembro de 2020 
  2. Barabási, Albert-László; Albert, Réka (15 de outubro de 1999). «Emergence of Scaling in Random Networks». Science (em inglês) (5439): 509–512. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.286.5439.509. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  3. Albert, Réka; Jeong, Hawoong; Barabási, Albert-László (julho de 2000). «Error and attack tolerance of complex networks». Nature (em inglês) (6794): 378–382. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/35019019. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  4. Hernandez-Lopez, Rogelio A. (2010). «Studying Complex Networks» (em inglês). Consultado em 17 de Dezembro de 2020 
  5. Erdős, Paul; Rényi, Alfréd (1959). «On Random Graphs I». Publ. math. debrecen (em inglês): 290-297 
  6. Newman, M. E. J. (12 de fevereiro de 2002). «Random graphs as models of networks». arXiv:cond-mat/0202208 (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  7. Deng, Weibing; Li, Wei; Cai, Xu; Wang, Qiuping A. (15 de abril de 2011). «The exponential degree distribution in complex networks: Non-equilibrium network theory, numerical simulation and empirical data». Physica A: Statistical Mechanics and its Applications (em inglês) (8): 1481–1485. ISSN 0378-4371. doi:10.1016/j.physa.2010.12.029. Consultado em 18 de dezembro de 2020