Diário do Minho

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O Diário do Minho é um periódico português, sedeado em Braga. Foi fundado em 15 de Abril de 1919.[1]

Descrição e história[editar | editar código-fonte]

De acordo com o estatuto editorial, o Diário do Minho categoriza-se como um «jornal de informação geral, de expansão regional e de inspiração cristã», estando «aberto ao pluralismo e à diversidade de opiniões, tendo por limites os decorrentes da Doutrina da Igreja».[2] O proprietário do jornal é a Empresa Diário do Minho.[2] O jornal está sedeado na cidade de Braga.[1]

O antecessor do Diário do Minho foi o jornal Echos do Minho, fundado em 1911 por Joaquim António Pereira Vilela, que foi detido pelo governo por estar alegadamente envolvido no golpe militar conhecido como Monarquia do Norte.[3] Por este motivo, o Echos do Minho foi suspenso em Fevereiro de 1919.[3] Joaquim Vilela iniciou então a criação de um novo jornal, o Diario do Minho, que foi fundado em 15 de Abril de 1919.[3] Este foi um período de grandes dificuldades para a imprensa católica em Portugal, devido à oposição do governo republicano, que procurava combater as influências religiosas sobre a vida social.[1] Ainda assim, conseguiu afirmar-se devido à forma verdadeira e rigorosa como apresentava a sua informação, sempre baseada em fontes confiáveis.[1] Apesar de ser um jornal de orientação religiosa, foi desde o princípio até 1931 dirigido por leigos.[4] Entre 1931 e 1933 o jornal foi dirigido pelo cónego António Avelino Gonçalves, tendo o monsenhor Moreira das Neves afirmado que durante o seu mandato «se afastou sistematicamente de todas as questiúnculas políticas e de ataques pessoais, dando ao jornal a feição católica no total significado do termo»[5] Em 1933 passou a ser dirigido pelo padre Magalhães Costa, um destacado investigador e preso político da Primeira República,[6] e que em 1941 ainda ocupava aquele posto.[7] Neste ano o redactor era Afonso Palmeira, e o jornal estava sedeado no número 122 da Avenida dos Combates da Grande Guerra, em Braga.[7]

Em 31 de Agosto de 2010 o jornal Público noticiou que no dia seguinte iria iniciar funções pela primeira vez desde 1931 um director não religioso, substituindo o cónego José Miguel Pereira, que esteve à frente do periódico durante cinco anos.[4] O novo director era Luís Silva Pereira, professor de Literatura Portuguesa e História da Arte na Universidade Católica.[4] Apesar desta medida, a empresa gestora do jornal continuou a ser propriedade do Seminário Conciliar de Braga e da Diocese de Braga.[4] Segundo José Miguel Pereira, a alteração foi motivada pela falta de sacerdotes e a uma maior laicização da imprensa: «"Não há muitos padres e a Igreja tem cada vez mais dificuldades para responder às necessidades. Por isso, este será cada vez mais o mundo dos leigos».[4] Esta opinião foi sustentada pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, que explicou que o mundo da comunicação social era «complexo», existindo grandes dificuldades em «abraçá-lo dentro dos limites decorrentes da doutrina da Igreja», mas acentou que «importa continuar a apostar num jornal com rosto e identidade cristã e marcada vertente eclesial católica».[4] O Diário do Minho era então um dos periódicos regionais mais lidos no país e o principal no distrito de Braga, tendo cerca de 73 mil leitores diários, equivalente a 10,8 % de audiência.[4]

Em Dezembro de 2010, o administrador do jornal, Fernando Alves Monteiro, foi eleito presidente da Associação da Imprensa Diária.[8] Em Outubro de 2011, a gráfica do Diário do Minho foi inundada durante um temporal que assolou a região de Braga, provocado avultados prejuízos.[9] Em Abril de 2017 foram inauguradas as novas instalações, dando um novo impulso ao jornal, cuja base financeira é em grande parte suportada pela sua oficina gráfica, que em 2019 era responsável pela impressão de mais de uma centena de jornais regionais, além de livros e revistas e outras publicações.[1] Em Dezembro de 2018 foi lançada a revista Minha, como parte de uma estratégia de desenvolvimento do jornal, no sentido de contrariar os efeitos económicos provocados pela redução nas vendas, assinaturas e contratos publicitários.[1]

Referências

  1. a b c d e f «Mandato XII Ata nº. 11/2019». Câmara Municipal de Braga. 24 de Abril de 2019. p. 190-191. Consultado em 4 de Março de 2024 
  2. a b «Estatuto Editorial». Diário do Minho. Consultado em 2 de Março de 2024 
  3. a b c ASSIS, Francisco de (27 de Janeiro de 2024). «Livro revela dimensão cívica, religiosa e intelectual de Constantino Ribeiro Coelho». Diário do Minho. Consultado em 4 de Março de 2024 
  4. a b c d e f g SILVA, Samuel (31 de Agosto de 2010). «Diário do Minho deixa de ter um padre como director». Público. Consultado em 2 de Março de 2024 
  5. «Corpo da «Lumen» e alma do Escutismo». Ecclesia. 24 de Outubro de 2006. Consultado em 5 de Março de 2024 
  6. SILVA, Orlando (16 de Maio de 2014). «Ribas». O Povo de Basto. Ano XX (319). p. 15. Consultado em 2 de Março de 2024 – via Issuu 
  7. a b «Jornais e outras publicações periódicas portuguesas existentes em Novembro de 1941» (PDF). Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas (4). Lisboa. Novembro de 1941. p. 205. Consultado em 2 de Março de 2024 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  8. Agência Lusa (22 de Dezembro de 2010). «Administrador do "Diário do Minho" eleito presidente da Associação da Imprensa Diária». Público. Consultado em 3 de Março de 2024 
  9. «Homem de 60 anos morreu ao ser arrastado pela água que cobria ponte em Braga». Público. 28 de Outubro de 2011. Consultado em 3 de Março de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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