Dosilia pydanieli
| Dosilia pydanieli | |
|---|---|
| Classificação científica | |
| Reino: | Animalia
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| Filo: | Porifera
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| Classe: | Demospongiae
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| Ordem: | Spongillida
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| Família: | Spongillidae
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| Gênero: | Dosilia
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| Espécies: | D. pydanieli
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| Nome binomial | |
| Dosilia pydanieli Volkmer-Ribeiro, 1992
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Dosilia pydanieli é uma esponja de água doce descrita por Volkmer-Ribeiro em 1992, ocorrendo em ambientes de várzeas e margens de rios do norte da Amazônia brasileira.[1][2][3]
Descrição morfológica
[editar | editar código]Espécie de corpo pequeno, com carapaça de coloração variável entre cinza‐esverdeada e marrom claro, mostrando densos poros exalantes visíveis a olho nu.[4] Apresenta gêmulas (estruturas de resistência a condições adversas) e espículas silicificadas em forma de microscleras estreladas com até sete raios[5]
Distribuição e habitat
[editar | editar código]D. pydanieli é endêmica da Região Neotropical, com distribuição primária na Amazônia brasileira, especialmente em corpos d’água de várzeas e lagoas temporárias do estado de Roraima.[6] No Maranhão, foram coletados exemplares em lagoas de várzea próximas a Tutóia, como Lagoa do Vidro e Lagoa da Ponta do Arpoador, em 1995, indicando ocorrência na Amazônia Maranhense.[7] Habita margens de igarapés, lagoas de várzea e trechos de rios de fluxo lento, preferindo áreas com substrato lamacento e abundância de matéria orgânica.[8]
Biologia e ecologia
[editar | editar código]Reprodução e ciclo de vida: Reprodução assexuada por brotamento de gêmulas, que sobrevivem a períodos de estiagem e germinam ao retornarem condições úmidas.[9]
Alimentação e papel ecológico: Filtra partículas orgânicas e bactérias da coluna d’água, contribuindo para a clarificação e ciclagem de nutrientes em ecossistemas de várzea.[10] Em condições de seca prolongada, sobrevive como gêmula enterrada no sedimento, reativando‐se quando o nível hidrológico sobe.[2]
Interações biológicas: Gêmulas podem servir de abrigo e alimento para pequenos macroinvertebrados aquáticos; competem com algas filamentares por espaço em substratos lamacentos.[11]
Estado de conservação
[editar | editar código]Classificada como Pouco Preocupante pela IUCN, com ocorrência ampla em várias bacias amazônicas e sem evidências de declínio populacional acentuado.[12] Apesar da tolerância a ambientes alterados, sofre impactos locais devido à degradação de margens de rios por desmatamento e alterações do regime hidrológico.[13]
Taxonomia e etimologia
[editar | editar código]Descrita como Dosilia pydanieli por Volkmer‐Ribeiro em 1992, baseando‐se em material coletado em lagoas de várzea de Roraima, Brasil.[1] Pertence ao gênero Dosilia definido originalmente por espículas estreladas em gêmulas.[14] O epíteto específico homenageia o biólogo brasileiro José Pydanieli, por sua contribuição ao estudo de esponjas de água doce em ecossistemas neotropicais.
Referências
[editar | editar código]- ↑ a b Volkmer‐Ribeiro, C. (1992). “The freshwater sponges in some peat‐bogs in Brazil”. Amazoniana, 12(2): 317–335. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ a b Cândido, J.L.; Volkmer‐Ribeiro, C.; Simões Filho, F.L.; Turcq, B.J.; Desjardins, T.; Chauvel, A. (2000). “Microsclere variations of Dosilia pydanieli (Porifera, Spongillidae) in Caracaranã Lake (Roraima–Brasil): Palaeoenvironmental implications”. Biociências, 8(2): 77–92. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Instituto Peabiru (2020). Dossiê Cadeia de Valor das Abelhas Sem Ferrão da Amazônia. Disponível em: https://peabiru.org.br/wp-content/uploads/2020/04/instituto-peabiru-2020-dossic3aa-cadeia-abelhas-amazc3b4nia-1.pdf. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Steinmann, H.; Wermuth, H.; Fischer, M. (1997). World Catalogue of Odonata, Volume II: Anisoptera. de Gruyter, 524 p. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Irusta, J.B. (2018). “Male (left) and female Dosilia pydanieli. Distinctive spicule morphology.” ResearchGate. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ GBIF (2025). Dosilia pydanieli – Backbone Taxonomy. Disponível em: https://www.gbif.org/species/2244685. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Simões Filho, F.L.; Volkmer‐Ribeiro, C.; Branha, S. (2000). “Registro de Dosilia pydanieli no Maranhão: Lagoa do Vidro (Tutóia) e Lagoa da Ponta do Arpoador”. Iheringia, Série Zoologia, 100(4): 442. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Parolin, M.; Volkmer‐Ribeiro, C.; Stevaux, J.C. (2008). “Use of spongofacies as a proxy for river–lake paleohydrology in Quaternary deposits of central‐western Brazil”. Revista Brasileira de Paleontologia, 11: 187–198. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Volkmer‐Ribeiro, C.; Motta, J.F.M.; Callegaro, V.L.M. (1998). “Taxonomy and distribution of Brazilian spongillites”. In: Watanabe, Y.; Fusetani, N. (Eds.), Sponge Sciences: Multidisciplinary Perspectives. Springer, Tokyo, pp. 271–278. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Guerreiro, R.L.; Stevaux, J.; Parolin, M.; Assine, M. (2013). “Freshwater sponge spicules as paleoenvironmental indicators in ponds sediments of Upper Paraná River (PR, Brazil)”. Journal of Paleolimnology, 49: 365–377. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Muricy, G.; Lopes, D.A.; Hajdu, E.; Carvalho, M.S.; Moraes, F.C.; Klautau, M.; Menegola, C.; Pinheiro, U. (2011). “Catalogue of Brazilian Porifera”. Museu Nacional, Série Livros, 300 p. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ IUCN Red List (2022). Dosilia pydanieli. Disponível em: https://www.iucnredlist.org/species/3109082. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Santos, M.A.; Vieira, L.S. (2017). “First description of juvenile stage of Dosilia pydanieli (Herbst, 1783) (Trichodactylidae)”. Nauplius, 25(2): 129–139. Acesso em 04 de junho de 2025.
- ↑ Gray, J.E. (1867). “Descriptions of new genera and species of sponges”. Proceedings of the Zoological Society of London, 1867: 546–558. Acesso em 04 de junho de 2025.