Ecoterrorismo

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Ecoterrorismo é um neologismo[1] para definir uma série de práticas consideradas ilegais de acordo com o atual sistema de legislação. Tais práticas têm como pano de fundo o apoio a causas ecológicas, de reforma ambiental e de direitos dos animais.[2][3][4]

Acepções[editar | editar código-fonte]

Os feitos atribuídos a associações aos quais se aplicam a definição legal de ecoterrorismo variam amplamente. Segundo o FBI ao terrorismo doméstico norte-americano, a definição de terrorismo seria "o uso ou ameaça de violência de natureza criminosa contra inocentes vítimas ou propriedade por um grupo ambientalista subnacional, por razões politicos ambientais, ou com alvo à população que não a atacada, comumente como ato simbólico".[5]

Atos de desobediência civil normalmente se referem a atos de não-violência que "envolvam o quebrar de regras para registrar descontentamento para com as leis ou políticas que ativistas considerem injustas ou antiéticas", mas podem vir a ser considerados atos de terrorismo.[3]

Em 2003, um grupo conservador de reformas legislativas no Texas, o American Legislative Exchange Council (ALEC), propôs a "Ata sobre Terrorismo Animal e Ecológico" que definia que "as organizações por direitos dos animais ou ecológicos" como "duas pessoas ou mais com o propósito de apoiar ou dar suporte a qualquer atividade políticamente motivada cuja intenção seja a de obstruir ou dissuadir a qualquer pessoa de uma atividade que envolva animais ou uma atividade que involva recursos naturais".[6] A legislação não foi promulgada.

Muitos dos ataques considerados de origem ecoterrorista envolvem o uso de pichação e sabotagem (ecossabotagem).[4] No caso de sabotagem, o termo se refere a destruição ou ameaça de destruição de propriedade privada e, neste caso, pode ser chamada de ecotagem.[2] Muitos atos de sabotagem envolvem o danificar de equipamento industrial e o causar de incêndios em locais sem seres humanos.

A principal questão é a definição de um ato de sabotagem como um ato terrorista. O principal defensor da ideia é Ron Arnold, um crítico ao movimento ambientalista.[2] Entretanto, outros, como Edward Abbey que é um anarquista pacífico e a inspiração para a organização EarthFirst!, aponta que existe uma clara diferença entre sabotagem (violência direcionada para com propriedade) e terrorismo (violência direcionada para com pessoas).[2]

Ambientalistas acusados de ecoterrorismo tem usado o termo para descrever a destruição ambiental[7] causada por empresas como ExxonMobil, General Electric, McDonalds, e por pescadores de baleias.

No caso do julgamento de Peter Daniel Young, um ativista dos direitos dos animais que libertou animais de um matadouro em 1997, seus atos foram considerados ecoterroristas[8] e ele foi sentenciado a dois anos de prisão, 360 horas de serviço comunitário "para o benefício de seres humanos e nenhuma outra espécie", e a restituição de $254,000. Antes de ser sentenciado, Young declarou à corte, em relação aos produtores de pele, que ele iria "para sempre lembrar daquelas noites em sua propriedade como a mais gratificante experiência em minha vida."[9]

História[editar | editar código-fonte]

Ações ecoterroristas foram primeiramente notadas no Reino Unido durante a década de 1970, chegando aos Estados Unidos durante a década de 1980. Desde então tem se observado que esse tipo de ação (sendo independente ou sendo ligada a grupos) tem se propagado em diversos outros países, chegando à Rússia nos anos 2000.[10][11]

Em estimativa revelada em 2002, a Animal Liberation Front e o Earth Liberation Front foram acusados pelo FBI de serem responsáveis por mais de 600 atos criminais, causando 43 milhões de dólares em danos à propriedade privada.[2]

Grupos acusados de ecoterrorismo[editar | editar código-fonte]

Alguns grupos são acusados de ecoterrorismo (ou ecoextremismo) como a Animal Liberation Front,[4] ATWA[12] e Earth Liberation Front.[4] Em 2001 o FBI nomeou o ELF como "um dos movimentos extremistas mais ativos em território Americano" e "uma ameaça terrorista".[3] Embora esta definição e uso possam ser disputados, uma vez que as ações dos grupos acusados não provocam danos a sociedade nem a animais,[13] estes grupos comumente oferecem risco à propriedade privada de grupos corporativos e financeiros.[14][3]

Apesar de alguns sucessos em se aprimorar leis, a maioria dos atos contra a propriedade privada relacionados com ecoterrorismo permanecem sem solução. Os grupos suspeitos são extremamente difíceis de serem identificados e infiltrados,[4] e este movimento que está crescendo tão rápido dificilmente desaparecerá em breve.[11]

Greenpeace tem sido implicado (em alguns casos, apontado) no uso de financiamento de atos criminosos, bem como para com a quebra de leis antipirataria, que dizem respeito a abordagem e invasão de embarcações privadas em alto mar.[15]

Em 2002 um oficial do FBI testemunhou junto ao Congresso Americano, e mencionou ações da Sea Shepherd Conservation Society como sendo de caráter ecoterrorista.[15]

Indivíduos acusados de ecoterrorismo[editar | editar código-fonte]

Ideologias associadas[editar | editar código-fonte]

Ecoterrorismo na ficção[editar | editar código-fonte]

Séries de televisão[editar | editar código-fonte]

Filmes[editar | editar código-fonte]

Videogames[editar | editar código-fonte]

Comics[editar | editar código-fonte]

Livros[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Título ainda não informado (favor adicionar)» 
  2. a b c d e Plows, A., Wall, D. & Doherty, B., (2004) ‘Covert Repertoires: ecotage in the UK’ in Social Movement Studies, vol. 3, iss. 2, pp. 199 – 219
  3. a b c d Long, Douglas. Ecoterrorism (Library in a Book). New York: Facts on File, 2004. Print. Page 19-22, 5, 5, 6, 6, 7, 154, 154, 48, 49-55.
  4. a b c d e http://www.pacinst.org/reports/environment_and_terrorism/environmental_terrorism_final.pdf Arquivado em 14 de maio de 2012, no Wayback Machine. vistiado em 28 de dezembro de 2009
  5. «verificado em 28 de dezembro de 2009». Arquivado do original em 12 de outubro de 2008 
  6. «verificado em 28 de dezembro de 2009». Arquivado do original em 15 de junho de 2009 
  7. «Will the REAL Eco-Terrorists Please Stand Up?» 
  8. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Arquivado do original em 23 de agosto de 2009 
  9. «Título ainda não informado (favor adicionar)» 
  10. «Título ainda não informado (favor adicionar)» [ligação inativa]
  11. a b http://www.adl.org/Learn/Ext_US/Ecoterrorism.asp Arquivado em 21 de dezembro de 2006, no Wayback Machine. "it is unlikely that this rapidly growing movement will disappear soon." verificado em 28 de dezembro de 2009
  12. Livre Imprensa Arquivado em 2 de outubro de 2015, no Wayback Machine. - Ecoterrorismo Made In Brazil. Visitado em 1 de outubro de 2015.
  13. «ALF Credo/Guide» 
  14. «Earth Liberation Front News>» 
  15. a b http://www.absoluteastronomy.com/topics/Eco-terrorism
  16. «Título ainda não informado (favor adicionar)» [ligação inativa]
  17. «Título ainda não informado (favor adicionar)»