Edda em prosa
Edda em prosa | |
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Livro de | |
Snorri Sturluson | |
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Edda em prosa, Edda jovem ou Edda de Snorri é um manual islandês de poesia escáldica e um compêndio de mitologia nórdica.[1][2] O trabalho foi escrito por Snorri Sturluson, um poeta, historiador e político islandês, por volta do ano 1220.[3][4] É uma fonte fundamental para a nossa compreensão da mitologia e da arte poética nórdica antiga.[5][6][7]
Nos nossos dias, existem 7 manuscritos sobreviventes com passagens do texto da Edda em prosa, dos quais, os 4 mais importantes são o Codex Upsaliensis (U), o mais antigo, o Codex Wormianus (W), o Codex Trajectinus (T) e sobretudo o Codex Regius (R).[8][9][10]
O Codex Upsaliensis está guardado na Biblioteca da Universidade de Upsália em Upsália na Suécia.[2][5]
A Edda em prosa está dividido em três partes:[5][9][11]
- Gylfaginning - Gylfe, um rei mitológico sueco, visita os deuses asses (Aesir) e faz perguntas sobre o começo do mundo, sobre o cavalo Sleipnir, entre outros.
- Skáldskaparmál - Abordagem da língua figurada da poesia nórdica e das suas associações ocultas, com numerosas referências à Edda em verso.
- Háttatal - Compêndio de poesia para os poetas escaldos.
Sete manuscritos da Edda em Prosa sobreviveram até aos dias de hoje: seis cópias do período medieval e outra datada de 1600. Nenhum manuscrito está completo e cada um tem variações. Para além dos três fragmentos, os quatro manuscritos principais são o Codex Regius, o Codex Wormianus, o Codex Trajectinus e o Codex Upsaliensis:[12]
Nome | Localização atual | Data | Notas |
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Codex Upsaliensis (DG 11) | Biblioteca da Universidade de Uppsala, Suécia | Primeiro trimestre do século XIV.[13] | Fornece algumas variantes que não se encontram em nenhum dos outros três manuscritos principais, como o nome Gylfaginning. |
Códice Regius (GKS 2367 4°) | Instituto Árni Magnússon de Estudos Islandeses, Reykjavík, Islândia | Primeira metade do século XIV. [13] | É o mais abrangente dos quatro manuscritos e é considerado pelos estudiosos como o mais próximo dum manuscrito original. É por isso que é a base para as edições e traduções da Edda em Prosa. O seu nome deriva da sua conservação na Biblioteca Real da Dinamarca durante vários séculos. De 1973 a 1997, centenas de manuscritos islandeses antigos foram devolvidos da Dinamarca à Islândia, incluindo, em 1985, o Codex Regius, que é hoje preservado pelo Instituto Árni Magnússon de Estudos Islandeses. |
Codex Wormianus (AM 242 fol) | Colecção de Manuscritos Arnamagnæan, Copenhaga, Dinamarca | Meados do século XIV. [13] | Nenhum |
Codex Trajectinus (MSS 1374) | Biblioteca da Universidade de Utrecht, Holanda | Escrito c. 1600. [13] | Uma cópia de um manuscrito realizado na segunda metade do século XIII. |

Os outros três manuscritos são AM 748; AM 757 a 4to; e AM 738 II 4to, AM le ß fol. Embora alguns estudiosos tenham duvidado que um stemma sólido dos manuscritos possa ser criado, devido à possibilidade de os escribas se basearem em múltiplos exemplares ou redigirem com base em memória, trabalhos recentes descobriram que as principais fontes de cada manuscrito podem ser facilmente determinadas.[15] A Edda em prosa, fora da Islândia, era desconhecida até à publicação da Edda Islandorum em 1665.[16]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Patricia Pires Boulhosa (2004). «Breves Observações sobre a Edda em Prosa». Brathair – Revista de Estudos Celtas e Germânicos. 4 (1). 14 páginas. ISSN 1519-9053. Consultado em 10 de outubro de 2024.
A Edda Menor é um prosimetrum de caráter didático. Muito comum na literatura medieval, é artes poeticae, um manual de técnicas de composição da poesia escandinava.
- ↑ a b «Snorres Edda» (em norueguês). Store Norske Leksikon - Grande Enciclopédia Norueguesa. Consultado em 6 de agosto de 2015
- ↑ Patricia Pires Boulhosa (2004). «Breves Observações sobre a Edda em Prosa». Brathair – Revista de Estudos Celtas e Germânicos. 4 (1). 15 páginas. ISSN 1519-9053. Consultado em 10 de outubro de 2024.
A Edda em prosa é comumente chamada de Snorra Edda, “Edda de Snorri”, em referência ao político islandês do século XIII, Snorri Sturluson, a quem a obra é atribuída.
- ↑ «The Prose Edda». Sacred Texts. Consultado em 27 de março de 2013
- ↑ a b c Peter Hallberg. «Den prosaiska Eddan» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 6 de agosto de 2015
- ↑ Finn Stefánsson. «Snorres Edda» (em dinamarquês). Den Store Danske Encyklopædi - Grande Encicliopédia Dinamarquesa. Consultado em 6 de agosto de 2015
- ↑ Branston, Brian; Giovanni Caselli (ilustrador) (2015). «Inledning av Lars Lönnroth». Gudar och hjältar i nordisk mytologi (em sueco). Bromma: Ordalaget. p. 7-9. 167 páginas. ISBN 9789174691375
- ↑ Peter Hallberg. «Den prosaiska Eddan» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 11 de janeiro de 2016
- ↑ a b «Snorres Edda» (em norueguês). Store Norske Leksikon - Grande Enciclopédia Norueguesa. Consultado em 11 de janeiro de 2016
- ↑ Maja Marsling Bäckvall. «Vôluspá i Uppsalaeddan: En nyfilologisk undersökning» (PDF) (em sueco). Universidade de Upsália. Consultado em 12 de janeiro de 2016
- ↑ Palamin, Flávio Guadagnucci (21–23 de Setembro de 2011). Breves Considerações sobre a Edda Poética e a Edda em Prosa (pdf). V Congresso Internacional de História. Universidade Estadual de Maringá. p. 2362. Consultado em 12 de fevereiro de 2019
- ↑ Wanner (2008: 97).
- ↑ a b c d Ross (2011:151).
- ↑ Baseado em Haukur (2017: 49–70, esp. p.58)
- ↑ Haukur (2017:49–70).
- ↑ Gylfi (2019: 73-86).
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- «Snorres Edda» (em norueguês). Store Norske Leksikon - Grande Enciclopédia Norueguesa. Consultado em 12 de maio de 2015
- Peter Hallberg. «Den prosaiska Eddan» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 6 de agosto de 2015
- Finn Stefánsson. «Snorres Edda» (em dinamarquês). Den Store Danske Encyklopædi - Grande Encicliopédia Dinamarquesa. Consultado em 6 de agosto de 2015