Eduardo Sued

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Eduardo Sued (Rio de Janeiro, 1925) é um pintor, gravador e desenhista brasileiro.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

O artista não se vincula a nenhum movimento específico. Sua carreira teve uma breve etapa pautada no figurativismo, mas logo se encaminha para abstração geométrica. Tende a ser classificado atualmente como "concretista" ou "construtivista".

Cursou a Escola Nacional de Engenharia, no Rio de Janeiro, de 1946 a 1948, não concluindo o curso. No ano seguinte estudou desenho e pintura com Henrique Boese, também no Rio. Entre 1950 e 1951, trabalhou como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer (1907).

Em 1951 recebe, através da embaixada francesa, a bolsa Étudiant Patronné e viaja para Paris, onde frequenta as academias La Grande Chaumière e Julian. Em sua estada na capital francesa, entra em contato com as obras de Pablo Picasso, Joan Miró, Henri Matisse e Georges Braque.

Retorna ao Rio de Janeiro em 1953. Para estudar gravura em metal, frequenta o ateliê de Iberê Camargo, de quem, mais tarde, se torna assistente. Leciona desenho e pintura na Escolinha de Arte do Brasil, em 1956, e na Escola Hebraica do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, transfere-se para São Paulo, onde ministra aulas de desenho, pintura e gravura na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), de 1958 a 1963.

Em 1964, volta a morar no Rio de Janeiro e publica o álbum 25 Gravuras, que se constitui de águas-fortes - processo químico de gravação sobre chapa metálica.

Nos anos 1970, aproxima-se das vertentes construtivistas, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet Mondrian e da Bauhaus. Nessa época (de 1974) até 1980, ministra aulas de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.

Dos trabalhos figurativos do início da carreira, passa às colagens e pinturas, cujo rigor e requinte na construção cromática apareceriam principalmente nos anos 1980.

Na década de 1990, a pincelada, antes imperceptível, torna-se marcada, descontínua, demonstrando que o caráter construtivo parte da forma, passa pela cor e atinge a realização pelo gesto.

Realizou diversas exposições individuais: no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1982), Paço Imperial (1992), Museu Nacional de Belas Artes (1994) e no Centro de Arte Hélio Oiticica (1998). Participou de coletivas no Brasil e no exterior, incluindo a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza.

Segundo Ronaldo Brito, a pintura de Sued se constrói "rigorosa e articulada. Espaço e cor resultam de um pensamento cerrado - variações mínimas, cálculos e compatibilidades quase infinitesimais garantem a identidade indiscutível de cada tela."

Referências

  1. Verbete na Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais, acessado em 29 de setembro de 2014

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Eduardo Sued - Ligia Canongia (org.) Editora: Cosac & Naify Ano: 2005
  • A criação plástica em questão (Vozes, 1970), de Walmir Ayala;
  • História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini;
  • "Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand"(JB, 1987), de Roberto Pontual;
  • Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994);
  • Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995) e Monumentos urbanos: obras de arte na cidade do Rio de Janeiro (Prêmio, 1999), de Frederico Morais;
  • Eduardo Sued: entrevista a Lúcia Carneiro e Ileana Pradilla (Lacerda, 1998);
  • Gravura: arte brasileira do século XX (Itaú Cultural/Cosac & Naify, 2000), de Leon Kossovitch, Mayra Laudanna e Ricardo Resende.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]