Eleições estaduais na Paraíba em 1965

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1962 Brasil 1966
Eleições estaduais na  Paraíba em 1965
3 de outubro de 1965
(Turno único)
Candidato João Agripino Rui Carneiro
Partido UDN PSD
Natural de Brejo do Cruz, PB Pombal, PB
Vice Severino Cabral Argemiro de Figueiredo
Votos 168.712 165.785
Porcentagem 50,44% 49,56%
Resultado por município:
  Sem Informação (110)

Titular
Pedro Gondim
PDC

As eleições estaduais na Paraíba em 1965 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em onze estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos, embora o pleito em Alagoas tenha sido anulado por razões legais.[nota 1][nota 2][nota 3][1][2]

Nascido em Brejo do Cruz, o advogado João Agripino formou-se em 1937 na Universidade Federal de Pernambuco e ainda estudante foi procurador em sua cidade natal e promotor de justiça adjunto. Durante o Estado Novo dedicou-se tão somente à advocacia até que o enfraquecimento do regime levou à criação de novos partidos políticos e assim João Agripino ingressou na UDN e foi escolhido presidente do diretório paraibano. Eleito deputado federal em 1945, 1950, 1954 e 1958, foi signatário da Constituição de 1946 e ministro das Minas e Energia durante o governo Jânio Quadros. Eleito senador em 1962, renunciou ao mandato em prol do suplente a fim de assumir o governo da Paraíba após a vitória nas eleições de 1965.[3][4][5]

Inicialmente a coligação que elegeu João Agripino escolheu Sílvio Porto como vice-governador, todavia o PDC o substituiu por Severino Cabral, que se elegera prefeito de Campina Grande em 1959. Empresário nascido em Umbuzeiro, foi eleito vice-governador mas teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral sete meses após assumir sob a alegação de que não se afastara em tempo hábil do cargo que ocupava no Banco Auxiliar do Povo. Por questão constitucional a substituição do governador ocorria através de Clóvis Cavalcanti, presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba. Entretanto como este queria disputar as eleições de 1970, os deputados estaduais elegeram o economista Antônio Juarez Farias para vice-governador de modo a completar o período institucional em vigência.[6][7][8][9][nota 4]

Para que pudesse assumir o governo estadual João Agripino renunciou ao seu mandato de senador e nisso foi efetivado Domício Gondim Barreto. Sobrinho do político Pedro Gondim, o novo senador nasceu em Areia e formou-se engenheiro civil pela New York University e administrador de voo pelo Spartan College of Aeronautics and Technology em Tulsa, Oklahoma. Passou grande parte da vida entre as cidades de Niterói e Rio de Janeiro onde estava a sede da Companhia Mercantil e Industrial Ingá, empresa de sua propriedade.[10] Sua estreia política aconteceu em 1958, ano em que foi eleito suplente de deputado federal pelo PSD da Paraíba. Convocado a exercer o mandato, foi eleito suplente de senador em 1962 quando já havia mudado de partido e a partir de 1966 assumiria o mandato efetivo após a renúncia do titular.[11][12]

Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral houve 334.497 votos nominais, 4.110 votos em branco (1,19%) e 6.390 votos nulos (1,85%), resultando no comparecimento de 344.997 eleitores.[1]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
João Agripino
UDN
Severino Cabral
PDC
-
UDN, PDC
168.712
50,44%
Rui Carneiro
PSD
Argemiro de Figueiredo
PTB
-
PSD, PTB, PSB
165.785
49,56%
  Eleito

Bancada federal após o bipartidarismo[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. A Emenda Constitucional nº 13 promulgada à 8 de abril de 1965 exigia a maioria absoluta de votos para homologar o resultado, quórum inexistente no caso alagoano.
  2. Alagoas, Goiás, Guanabara, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
  3. Os governadores eleitos em 1947 terminariam seus mandatos no mesmo dia que o presidente Eurico Gaspar Dutra e a partir de então alguns estados fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores na ausência de uma vedação constitucional, e assim os estados acima faziam eleições a cada lustro. Goiás aderiu à regra do quinquênio em 1960, bem como a Guanabara, criada no referido ano.
  4. Por ironia do destino, Clóvis Cavalcanti foi eleito vice-governador da Paraíba por via indireta na chapa de Ernani Sátiro em 1970 e na de Tarcísio Burity em 1978.

Referências

  1. a b BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 11 de julho de 2017 
  2. «BRASIL. Presidência da República: Emenda Constitucional n.º 13 de 08/04/1965». Consultado em 11 de julho de 2017 
  3. BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1946». Consultado em 12 de julho de 2017 
  4. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador João Agripino». Consultado em 12 de julho de 2017 
  5. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado João Agripino». Consultado em 12 de julho de 2017 
  6. Vice de Agripino vai ser substituído logo (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 30/07/1965. Primeiro caderno, pág. 04. Página visitada em 12 de julho de 2017.
  7. TRE da Paraíba vai marcar amanhã a diplomação dos eleitos em outubro (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 14/11/1965. Primeiro caderno, pág. 03. Página visitada em 12 de julho de 2017.
  8. Agripino teme perda do seu mandato com decisão do TSE anulando diploma de Cabral (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 01/09/1966. Primeiro caderno, pág. 04. Página visitada em 12 de julho de 2017.
  9. Vice-governador da Paraíba toma posse (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 12/09/1970. Geral, pág. 05. Página visitada em 12 de julho de 2017.
  10. Senador é sepultado em Niterói (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 06/06/1978. Política e Governo, p. 09. Página visitada em 17 de julho de 2017.
  11. «Senado Federal do Brasil: senador Domício Gondim Barreto». Consultado em 12 de julho de 2017 
  12. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Domício Gondim Barreto». Consultado em 12 de julho de 2017