Eleitor infiel

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Estados que impõem sanções em alguma medida a eleitores infiéis

Nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, um eleitor infiel (em inglês: faithless elector) é uma pessoa que é apontada para o Colégio Eleitoral sob a promessa de votar em um determinado candidato, mas que vota em um candidato diferente. Diferencia-se, portanto, do eleitor descomprometido, uma figura mais rara e obscura que é apontada sem fazer qualquer promessa de voto.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, os membros do Colégio Eleitoral não necessariamente recebiam a obrigação de votarem em candidatos específicos. As eleições de 1789 e 1792 escolheram George Washington unanimemente, não deixando espaço para controvérsia, mas a escolha de Washington em não buscar um terceiro turno resultou em eleições mais concorridas em 1796, já com alguns compromissos de voto dentro de partidos individuais.[2] Neste contexto, as eleições já viram seus primeiros 19 eleitores infiéis que se recusaram a votar no candidato vice-presidencial federalista Thomas Pinckney, com um deles, Samuel Miles, recusando-se também a votar no candidato presidencial John Adams, preferindo votar no Democrata-Republicano Thomas Jefferson.[3]

Ao todo, historicamente, até as eleições de 2016 houve 165 eleitores presidenciais na história estadunidense não votaram no candidato previamente jurado. Destes 165, contudo, 71 o fizeram após a morte do candidato jurado (63 em 1872 após a morte do candidato presidencial liberal-republicano Horace Greeley e 8 em 1912 após a morte do candidato vice-presidencial republicano James S. Sherman) e uma não votou em qualquer candidato (Barbara Lett-Simmons, que havia jurado votar em Al Gore e Joe Lieberman em 2000). Apenas o supracitado Samuel Miles votou no principal oponente do candidato jurado. Nas eleições de 1988, uma eleitora buscou expor o risco dos eleitores infiéis votando no candidato que havia jurado para a presidência para a vice-presidência e vice-versa (invertendo, assim, os votos em Lloyd Bentsen e Michael Dukakis). Em 2004, enfim, um eleitor anônimo, jurado para votar em John Kerry para a presidência e John Edwards para a vice-presidência, votou em "John Ewards", o que se presume ter sido um erro.[4]

Hoje, boa parte dos estados têm leis compelindo a fidelidade eleitoral em diferentes medidas, geralmente se invalidando votos infiéis, e podendo impor sanções a eleitores infiéis. Na Carolina do Sul e no Novo México, particularmente, o voto infiel é criminalizado.[5]

Referências

  1. Bloom 1987, p. 7.
  2. Meyer 1964, pp. 561-2.
  3. Chernow 2004, p. 514.
  4. «Faithless electors». Fair vote (em inglês) 
  5. «The Electoral College». National Conference of State Legislatures (em inglês) 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bloom, Jack M. (1987). Class, Race, and the Civil Rights Movement. [S.l.]: Indiana University Press. ISBN 0253204070 
  • Chernow, Ron (2004). Alexander Hamilton. Nova Iorque: Penguin 
  • Meyer, Donald A. (1964). «The Demise of the Independent Elector». American Bar Association Journal. 50 (6). pp. 561–4