Eleição municipal de Macapá em 2012

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2008 Brasil 2016
Eleição municipal de Macapá em 2012
28 de outubro de 2012
(Segundo turno)
Candidato Clécio Luis Roberto Góes
Partido PSOL PDT
Natural de Belém, PA Porto Grande
Vice Alan Salles Telma Gurgel
Votos 101 261 98 892
Porcentagem 50,59% 49,41%
Resultado por zona eleitoral

Titular
Roberto Góes
PDT

A eleição municipal da cidade brasileira de Macapá, assim como nas demais cidades brasileiras, ocorreu em 7 de outubro de 2012 para que fosse eleito um prefeito, um vice-prefeito e 23 vereadores para a administração da cidade. Estavam aptos a votar 253.038 eleitores.

O prefeito em gestão no ano de 2012, Roberto Góes (PDT), concorreu à reeleição contra outros cinco nomes.[1] Como nenhum dos candidatos conseguiu a maioria absoluta dos votos, um segundo turno foi realizado em 28 de Outubro de 2012, quando o candidato Clécio Luis (PSOL) foi eleito com 50,59% dos votos válidos, se tornando o primeiro prefeito do Partido Socialismo e Liberdade em uma capital.[2][3]

Candidatos[editar | editar código-fonte]

Cor de campanha Candidato[4] Partido Vice Coligação Tempo de horário eleitoral
50 Clécio Luis PSOL Alan Salles (PPS) Unidade Popular
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
Partido Popular Socialista (PPS)

Partido Verde (PV)
Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB)
Partido da Mobilização Nacional (PMN)
Partido Trabalhista Cristão (PTC)
Partido Comunista Brasileiro (PCB)

2 minutos e 40 segundos
40 Cristina Almeida PSB Van Vilhena (PT) Frente Popular
Partido Socialista Brasileiro (PSB)
Partido dos Trabalhadores (PT)
Partido Trabalhista Nacional (PTN)
Partido Pátria Livre (PPL)
6 minutos e 20 segundos
12 Roberto Góes PDT Telma Gurgel (PSD) Construindo e Gerando Emprego
Partido Democrático Trabalhista (PDT)
Partido Progressista (PP)
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
Partido Social Liberal (PSL)
Partido Social Cristão (PSC)
Partido da República (PR)
Partido Social Democrata Cristão (PSDC)
Partido Humanista da Solidariedade (PHS)
Partido Social Democrático (PSD)
Partido Trabalhista do Brasil (PT do B)
11 minutos e 20 segundos
25 Davi Alcolumbre DEM Jurema Nascimento (PTB) Macapá Melhor
Democratas (DEM)
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
Partido Republicano Progressista (PRP)
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)
5 minutos e 26 segundos
16 Genival Cruz de Araújo PSTU Ane Melo (PSTU) Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado 1 minuto e 40 segundos
65 Evandro Costa Milhomen PCdoB Patriciana Guimarães (PRB) A Macapá que Queremos
Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Partido Republicano Brasileiro (PRB)
2 minutos e 31 segundos


Coligações proporcionais[editar | editar código-fonte]

Coligação Partidos
Democrata e Trabalhista PTB, DEM e PRP.
Para Macapá seguir mudando PDT, PMDB, PSDC e PSD.
Macapá mais Forte PP, PSC, PHS e PTdoB.
União Popular PPS, PRTB, PMN, PTC e PV.
Unidade por Macapá PSOL e PCB.
A Macapá que Queremos PCdoB e PRB.
Amor por Macapá PTN e PSB.
Pra Melhorar Macapá PT e PPL
Sem coligação PR, PSTU e PSDB

Campanha[editar | editar código-fonte]

A campanha oficial começou em 6 de julho de 2012, onde de acordo com as diretrizes do TSE, uma vez que a campanha oficial teve início, os candidatos estavam autorizados a participar de passeatas, carreatas, a utilização caminhões de som para pedir votos e distribuir panfletos de sua campanha eleitoral. Entretanto, estavam proibidos em distribuir camisetas, bonés, e brindes como chaveiros e canetas. Os candidatos não estavam autorizados a fazer propagandas em postes, pontes, clubes, e outros locais de uso comum. Anúncios de outdoors eram/são proibidos, bem como participação na inauguração de instalações públicas.

Financiamento público das campanhas[editar | editar código-fonte]

Segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, quem mais arrecadou fundos para a campanha eleitoral foi o candidato Roberto Góes, com cerca de R$ 1,7 milhão, grande parte doada por empresas. O segundo candidato com maior valor arrecadado foi Davi Alcolumbre, com R$ 1,63 milhão. O terceiro maior valor foi o de Clécio Luís com R$ 723,8 mil. O candidato Evandro Milhomen conseguiu arrecadar R$ 157,5 mil.

Um levantamento feito junto ao sistema de Prestação de Contas finais das eleições deste ano, disponível no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostrou que quatro dos seis candidatos que disputaram as eleições municipais daquele ano optaram massivamente pelo depósito de suas arrecadações em contas de comitê municipal único. As doações "ocultas" passaram de R$ 3 milhões nessas eleições.

Operação Mãos Limpas[editar | editar código-fonte]

Durante a campanha, especialmente no primeiro turno, o embate entre os candidatos se concentrou principalmente na Operação Mãos Limpas, deflagrada no Amapá pela Polícia Federal em 10 de setembro de 2010. Foram presos os ex-governadores Waldez Góes, Pedro Paulo, o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Júlio Miranda, o prefeito de Macapá Roberto Góes e a deputada estadual Marília Góes. Todos estes acusados de integrarem uma organização criminosa que realizava desvios de recursos públicos da educação do Estado. As propagandas eleitorais dos outros candidatos exploraram exaustivamente as imagens de Roberto Góes algemado sendo levado para a Penitenciária da Papuda, em Brasília. A candidata Cristina Almeida chegou a afirmar em sua propaganda que o prefeito ainda cumpria restrições devido a operação, sendo uma delas a proibição de sair e de permanecer em certos lugares públicos após as 22 horas. No programa eleitoral do candidato Clécio Luis, uma cena inusitada marcou a memória do eleitorado: um homem e sua filha assistindo televisão e as imagens de Roberto preso aparecem. A filha, após assistir à cena, fez um discurso de moralidade e proibiu o pai de votar no candidato.[5]

Promessas não cumpridas[editar | editar código-fonte]

O programa eleitoral da candidata Cristina Almeida passou a exibir flashes de Roberto (em 2008) prometendo melhorias para áreas da educação, saúde, emprego e renda. Em seguida, um fantoche (segurando um pedaço de madeira) cantava: toc-toc-toc bate na madeira. Roberto outra vez, nem de brincadeira. Em seguida, o boneco quebrava a tela da televisão com o rosto de Roberto Góes. Mais uma vez, houve polêmica em torno da propaganda.

Legalização das drogas[editar | editar código-fonte]

Ao chegar ao segundo turno, a campanha de Roberto Góes adotou um tom mais moralista. Foram exibidos flashes de uma entrevista do então candidato a presidência Plínio de Arruda Sampaio, na qual ele defendia a legalização da indústria da maconha no Brasil. Em seguida, jovens apareciam afirmando não concordar com essa medida. Com isso, nas redes sociais, o tema dividiu opiniões: de um lado, os que eram contra a legalização, do outro, os que criticavam a propaganda, pois esta foi editada cortando partes importantes do discurso de Plínio.

Presença de Luiz Inácio Lula da Silva[editar | editar código-fonte]

No segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou um vídeo apoiando a candidatura de Roberto Góes. Lula fazia um discurso pedindo um novo Brasil e ao fim afirmava: Em Macapá, dia 28, o voto certo é Roberto 12. A declaração ganhou repercussão nacional: revistas como Veja, Exame e IstoÉ registraram o fato em suas páginas.[6] Em resposta, a propaganda de Clécio Luis exibiu um vídeo no qual Lula (em 2010) chama os presos pela Operação Mãos Limpas de ladrões:

A declaração foi feita três dias após as prisões do então governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), do ex-governador Waldez de Góes (PDT), do presidente do Tribunal de Contas José Júlio de Miranda Coelho e do presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Amanajás (PSDB). Na ocasião, Lula estava entregando a duplicação da BR 101, em Criciúma, Santa Catarina.

Pesquisas IBOPE[editar | editar código-fonte]

1° Turno[editar | editar código-fonte]

Data Roberto Góes
(PDT)
Clécio Luis
(PSOL)
Cristina Almeida
(PSB)
Davi Alcolumbre
(DEM)
Evandro Milhomen
(PC do B)
Genival Cruz
(PSTU)
16/08/2012 29% 13% 16% 7% 1% 1%
22/09/2012 33% 23% 13% 12% 2% 2%
06/10/2012 35% 25% 14% 10% 2% 3%

2° Turno[editar | editar código-fonte]

Data Roberto Góes
(PDT)
Clécio Luis
(PSOL)
22/10/2012 45% 41%
26/10/2012 44% 44%

1° Turno[editar | editar código-fonte]

Eleição para prefeito de Macapá em 2012
Primeiro turno
Partido Candidato Votos Votos (%)
  PDT Roberto Góes 82 039
 
40,18%
  PSOL Clécio Luis 56 947
 
27,89%
  PSB Cristina Almeida 33 777
 
16,54%
  DEM Davi Alcolumbre 21 796
 
10,68%
  PSTU Genival Cruz 6 451
 
3,16%
  PCdoB Evandro Costa Milhomen 3 154
 
1,54%
Totais 204 164  

2° Turno[editar | editar código-fonte]

Eleição para prefeito de Macapá em 2012
Segundo turno
Partido Candidato Votos Votos (%)
  PSOL Clécio Luis 101 261
 
50,59%
  PDT Roberto Góes 98 892
 
49,41%
Totais 200 153  

Vereadores eleitos[editar | editar código-fonte]

Candidato Partido Número Resultado
Aline Gurgel PR 22123 2,34%
Acácio Favacho PMDB 15699 2,26%
Rocha do Sucatão PT 13801 2,16%
Lucas Barreto PTB 14456 1,91%
Washington PSB 40123 1,88%
Diego Duarte PP 11111 1,82%
Ruzivan PDT 12112 1,82%
Telma Nery PP 11000 1,81%
Neuzinha PSB 40789 1,75%
Edna Auzier [nota 1] PDT 12369 1,74%
Carlos Murilo PSC 20123 1,70%
Allan Ramalho PSB 40111 1,64%
Augusto Aguiar [nota 2] PMDB 15123 1,41%
João Henrique PR 22000 1,40%
Jaime Perez [nota 3] DEM 25633 1,33%
Marcelo Dias PSDB 45123 1,33%
Adriana Ramos PTC 36789 1,32%
Eddy Clay PR 22580 1,19%
André Lima PSOL 50700 1,17%
Grilo PV 43123 1,13%
Nelson Souza PCB 21122 1,13%
Professor Madeira PSOL 50000 1,10%
Ulysses Parente PSDB 45678 1,09%

Notas

  1. Eleita deputada estadual em 2014.O suplente Gian do NAE (PMDB) assumiu a vaga.
  2. Eleito deputado estadual em 2014.O suplente Aldrin (PDT) assumiu a vaga.
  3. Eleito deputado estadual em 2014.O suplente Auciney Maciel (PTB) assumiu a vaga.

Notas de rodapé[editar | editar código-fonte]

^ Apesar de ser natural de Belém, capital do Pará, Clécio Luis construiu sua carreira política em Macapá.

Referências

  1. «Seis candidatos disputam a prefeitura em Macapá». Agência Brasil. 7 de outubro de 2012. Consultado em 11 de outubro de 2012 
  2. Psol elege dois prefeitos e mira 2016 'sem fazer concessões'[ligação inativa] 31 de outubro de 2012 acessdado em 31 de outubro de 2012. autor:Terra
  3. «Prefeitos eleitos tomam posse em todo o Brasil». UOL. 1 de janeiro de 2013. Consultado em 1 de janeiro de 2013 
  4. «Candidatos de Macapá». Consultado em 13 de setembro de 2012 
  5. «Operação 'Mãos Limpas' completa 3 anos sem concluir inquérito». G1 Amapá. 10 de setembro de 2013. Consultado em 1 de janeiro de 2014 
  6. «Lula pede voto a prefeito que já foi preso pela PF». Exame. 19 de outubro de 2012. Consultado em 1 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 13 de janeiro de 2014 
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