Eleição municipal de Santo André em 2016

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2012 Brasil 2020
Eleição municipal de Santo André em 2016
2 de outubro(Primeiro turno)
30 de outubro (Segundo turno)
Candidato Paulo Serra Carlos Grana
Partido PSDB PT
Natural de Santo André, SP São Bernardo, SP
Vice Luiz Zacarias
(PTB)
Oswana Fameli
(PMB)
Votos 276.575 77.069
Porcentagem 78,21% 21,79%

Eleito
Paulo Serra
PSDB

A eleição municipal de Santo André em 2016 foi realizada em dois turnos nos dias 2 e 30 de outubro de 2016, com o objetivo de eleger um prefeito, um vice-prefeito e 21 vereadores que seriam responsáveis pela administração da cidade paulista. O titular do executivo municipal era Carlos Grana, do Partido dos Trabalhadores (PT) e que concorreu à reeleição. A eleição ocorreu em um contexto marcado por uma crise econômica e política, que, alguns meses antes, havia levado à cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff.

O candidato Paulo Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) consagrou-se prefeito no segundo turno, com 78,21% dos votos válidos, derrotando o candidato à reeleição, que recebeu 21,79% dos votos. As 21 vagas na Câmara Municipal de Santo André foram disputadas por 506 candidatos. O candidato a vereador mais votado foi Rautenberg Protetor (PRB), com 2,31% dos votos.[1],

Santo André possuía na época da eleição 712 749 habitantes, dos quais 569 662 eram eleitores aptos a votar.

Contexto político local[editar | editar código-fonte]

Na última eleição municipal, em 2012, Santo André também decidiu seu prefeito no segundo turno. Elegendo Carlos Grana (PT) com 42,85% dos votos válidos, derrotando o então prefeito Aidan Ravin (à época filiado ao PTB) com 37,23% e 53,92% dos votos válidos no primeiro e segundo turno, respectivamente.

Eleitorado[editar | editar código-fonte]

Em 2016, 712.749[2] pessoas habitavam São André, onde 569 666 eram aptas para votar nas eleições municipais, o que equivale a aproximadamente 79,92% da população total da cidade.[3] O índice de abstenções no município chegou a 23,35% do eleitorado, o que equivale 144.474 pessoas, e os índices de votos nulos e brancos chegaram, respectivamente, a 12,93% (ou 54.980 pessoas) e 3,90% do eleitorado (ou 16.564 pessoas).[4]

Candidatos[editar | editar código-fonte]

Candidato(a) a prefeito(a)[5][6] Candidato(a) a vice-prefeito(a) Coligação Tempo de
horário eleitoral[7]
Carlos Grana
PT
Oswana Fameli
PMB
13 Amo Santo André, Quero Prosseguir
(PT/PMB/PDT/PSD/PROS/PSC/PR/PCdoB/PTdoB/PSL/PTN)
3 min e 22 s
Ricardo Alvarez
PSOL
Tatiana Landi
PSOL
50 Partido Socialismo e Liberdade
PSOL
14 segundos
Sales
PPS
Dr.Wilson Ponce
PPS
23 Partido Popular Socialista
PPS
20 segundos
Rafael Daniel
PMDB
Dennis Ferrão
PMDB
15 Pra Frente Santo André
PMDB, PPL
1 min e 24 s
Ailton Lima
Solidariedade
Gilberto Primavera
Solidariedade
77 Solidariedade
Solidariedade
25 segundos
Paulo Serra
PSDB
Luiz Zacarias
PTB
45 Projeto Forte, Mudança Certa
PSDB, PTB, REDE, PV, PHS
1 min e 58 s
Aidan Ravin
PSB
Dra. Ana Gloria
PSDC
40 Todos por Santo André
PSB, PRB, PSDC, PRP, PMN, PEN, PP, PRTB
2 min e 4 s

Perfil dos candidatos à Prefeitura classificados para o segundo turno[editar | editar código-fonte]

Carlos Alberto Grana nasceu em São Bernardo do Campo e viveu a maior parte da vida em Santo André. Iniciou sua vida política como integrante da Juventude Operária Católica de Santo André[8] e em 1984, foi eleito diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, onde ainda foi diretor executivo, 2º secretário e secretário-geral. Ele também foi 2º tesoureiro da CUT Estadual. De 1993 a 1999, foi secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e logo depois, foi vice-presidente da entidade.No começo dos anos 2000, foi secretário geral da CUT Nacional e depois, durante 6 anos foi o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos. Já em 2010, elegeu-se o deputado estadual mais bem votado pelo PT, com 126.973 votos.[8] Em 2012, candidatou-se a Prefeitura de Santo André e venceu o então prefeito Aidan Ravin no 2º turno, com 53,92%[8] dos votos válidos.

Paulo Serra nasceu e viveu sua vida em Santo André. Em 1993 começou o curso de economia da FEA-USP (Universidade de São Paulo), onde foi estagiário do Departamento Econômico e Financeiro da Prefeito de Santo André,[9] iniciando assim sua vida política. Paulo ainda graduou Direito na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, onde no meio do curso virou integrante do corpo Técnico do Departamento de Assistência Judiciária e Defesa do Consumidor (PROCON) de Santo André. Em 2004 foi candidato a Vereador sendo eleito o mais jovem Parlamentar da legislatura andreense.[9]

Resultados[editar | editar código-fonte]

Prefeito[editar | editar código-fonte]

Prefeito(a)[10] Vice 1º turno
2 de outubro de 2016
2º turno
30 de outubro de 2016
Total Percentagem Total Percentagem
Paulo Serra (PSDB) Luiz Zacarias (PTB) 119.540 35.85% 276.575 78.21%
Carlos Grana (PT) Oswana Famelli (PMB) 67.628 20,28% 77.069 21.79%
Aidan Ravin (PSB) Dra. Ana Glória (PSB) 56.804 17.04% Não participaram
Ailton Lima (SD) Gilberto Lima (SD) 49.959 14,98%
Raimundo Salles (PPS) Wilson Ponce (PPS) 17.676 5,30%
Ricardo Alvarez (PSOL) Tatiana Landi (PSOL) 11.099 3,33%
Rafael Daniel (PMDB) Dennis Ferrão (PMDB) 10.716 3,21%
Total de votos válidos 333.422 75,27% 353.644
→ Votos em branco 29.775 6,72% 16.564
→ Votos nulos 79.744 18% 54.980
Total 442.941 77,76%
Abstenções 126.721 22,24
Total de inscritos 569.662 100% 569.662 100%
  Segundo Turno
  Eleito(a)

Vereadores eleitos[editar | editar código-fonte]

Foram eleitos 21 vereadores no município, sendo quatro do PSDM do candidato Paulo Serra a prefeito e cinco do PT do partido do candidato Carlos Grana. O candidato mais bem votado foi Rautenberg Protetor (PRB), que obteve 7.863 votos (2,31% dos votos válidos).

Candidato Partido Votação
Porcentagem Votos
Rautenberg Protetor PRB 2.31% 7.863
Edson Sardano PTB 1.8% 6.132
Pedrinho Botaro PSDB 1.52% 5.163
Eduardo Leite PT 1.48% 5.026
Sargento Lobo SD 1.42% 4.838
Willians Bezerra PT 1.36% 4.637
Ronaldo de Castro PRB 1.36% 4.611
Elian Santana SD 1.35% 4.581
Cicote PSB 1.32% 4.493
Lucas Zacarias PTB 1.25% 4.252
Fumassa PSDB 1.20% 4.081
Montorinho PT 1.16% 3.956
José de Araújo PSD 1.09% 3.696
Toninho de Jesus PMN 1.04% 3.519
Prof. Bete Tonobohn Siraque PT 1.02% 3.456
Luiz Alberto PT 1.02% 3.451
Tonho Lagoa PMB 0.98% 3.325
Dr. Marcelo PSDB 0.98% 3.319
Rodolfo Donetti PPS 0.87% 2.969
Dr. Fábio Lopes PPS 0.72% 2.440
Professor Minhoca PSDB 0.66% 2.245

Debates televisionados[editar | editar código-fonte]

Foram realizados debates entre os candidatos ao posto de prefeito pelas emissoras Record News[11] e a TV+ do ABC.[12] Ambos os debates seguiram de acordo com a determinação do Tribunal Superior Eleitoral. Segundo essa determinação, autorizada pelo ministro Dias Toffoli, todos os partidos com mais de nove deputados federais eleitos deveriam ser convidados ao debate obrigatoriamente, seguindo artigo 46 da Lei das Eleições (Lei n° 9.504/97).[13] Portanto, os participantes deste primeiro debate foram: Aidan Ravin (PSB), Ailton Lima (SD), Carlos Grana (PT), Paulinho Serra (PSDB), Rafael Daniel (PMDB), Raimundo Salles (PPS) e Ricardo Alvarez (PSOL). Além das duas emissoras, o portal G1 promoveu no dia 26 de outubro de 2016 o debate entre os candidatos que chegaram ao segundo turno, Carlos Grana do PT e Paulo Serra do PSDB.[14]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Na véspera da eleição, moradores do município de Santo André receberam ligações de telemarketing com críticas ao ex-prefeito e candidato, Aidan Ravin (PSB).[15] Em 2012, ocorreu um caso semelhante, no qual, as vésperas da eleição, moradores receberam ligações durante a madrugada com uma mensagem gravada de Aidan pedindo votos. Ravin acusou o PT de ser responsável pelas ligações e, segundo ele, afetou o resultado das eleições que foi vencida por Carlos Grana, do PT, com 53,92% dos votos. Em abril de 2016, o Ministério Públic encerrou suas investigações sobre o caso e concluiu que o Partido dos Trabalhadores foi o responsável pelas ligações, que acabaram beneficiando o então candidato Carlos Grana (PT). O promotor Roberto Wider Filho considerou haver provas suficientes e recomendou à Justiça Eleitoral que Grana e sua vice, Oswana Fameli (PMB), tivessem os diplomas cassados.[15]

Ainda em abril, o juiz eleitoral Márcio Bonett se posicionou sobre o caso. O magistrado discordou do Ministério Público e julgou improcedente a ação, alegando que não havia provas suficientes que justificassem a punição de Grana e Oswana. Em setembro, o Tribunal Regional Eleitoral também julgou improcedente a ação de Aidan e considerou que não há provas suficientes para concluir que o PT tenha sido responsável pela ligações.[15]

Em março de 2016, o nome dos ex-prefeitos e candidatos na época, Aidan Ravin e Carlos Grana, e a vereadora Professora Bete Siraque, apareceram na lista de repasse de dinheiro para campanha do grupo Odebrecht (atual Novonor) que foi aprendida pela Policia Federal na fase 23 da Operação Lava-Jato. Grana negou irregularidade, dizendo: "Todas as contribuições foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitora."[16]

Análise[editar | editar código-fonte]

A direita, de uma forma geral, venceu a esquerda nas eleições de 2016, ficando com apenas um cargo de prefeito de capitais em 2017, que foi a de Rio Branco, Acre.[17] No município de Santo André não foi diferente. O jornalista Leandro Colon escreveu em artigo para a Folha de S.Paulo que "O drama do PT pode ser simbolizado pelas derrotas no chamado "cinturão vermelho" na Grande São Paulo. O petista Carlos Grana perdeu a reeleição em Santo André para o tucano Paulo Serra com um resultado constrangedor: 78% a 21% dos votos. O PT já tinha ficado de fora do segundo turno em São Bernardo do Campo, depois de oito anos de gestão petista com Luiz Marinho, cria política de Lula. Na cidade do ABC, berço político do ex-presidente, venceu um candidato do PSDB, Orlando Morando."

O prefeito eleito de Santo André, Paulo Serra falou, para o jornal O Globo, sobre a grande quantidade de absentismo nas eleições e traçou uma meta para seu turno: "vamos recuperar essa confiança com uma boa gestão, um bom governo, recuperar o sentimento de esperança. Já conseguimos isso em grande parte da campanha. Tivemos uma votação que foi a maior da história de um prefeito eleito em Santo André." Grana comentou também que não se sentia derrotado, pois: "Eleições acontecem, fazem parte da vida. Temos de reconstruir as nossas relações. Já liguei para o candidato eleito e falei que estou à disposição para fazer a transição da forma mais respeitosa possível em que pese tudo que eu penso sobre ele.".[18]

Referências

  1. «Resultado da apuração das Eleições 2016 em Santo André para prefeito e vereador». g1. Consultado em 29 de maio de 2017 
  2. «IBGE | Cidades | São Paulo | Santo André». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 29 de maio de 2017 
  3. TSE (2016). «Estatísticas eleitorais de Santo André». Consultado em 28 de outubro de 2016 
  4. G1 (30 de outubro de 2016). «Paulo Serra é eleito prefeito de Santo André». Consultado em 28 de outubro de 2016 
  5. G1 (28 de outubro de 2012). «Apuração Santo André segundo turno». Consultado em 14 de junho de 2016 
  6. «Registro de candidatos». Secretaria Judiciária. Consultado em 28 de maio de 2017 
  7. https://www.reporterdiario.com.br/noticia/2227240/confira-o-primeiro-horario-eleitoral-gratuito-de-santo-andre/
  8. a b c «Carlos Alberto Grana». Wikipédia, a enciclopédia livre. 11 de abril de 2017 
  9. a b «Paulinho Serra». www.cmsandre.sp.gov.br. Consultado em 29 de maio de 2017 
  10. «Eleições em Santo André / SP». Eleições 2016. Consultado em 23 de maio de 2017 
  11. «Candidatos à Prefeitura de Santo André se enfrentam hoje em debate na Record News» 
  12. «Debate dos candidatos à prefeitura de Santo André acontece hoje na TV+» 
  13. http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2016/Marco/partidos-com-mais-de-nove-deputados-devem-ser-convidados-para-debates-eleitorais  Texto "titlePartidos com mais de nove deputados devem ser convidados para debates eleitorais" ignorado (ajuda); Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  14. «Candidatos de Santo André, SP, discutem propostas em debate no G1» 
  15. a b c «Moradores de Santo André recebem telemarketing contra Aidan Ravin». RD - Jornal Repórter Diário. 1 de outubro de 2016 
  16. «Onze políticos do ABC são citados em lista da Odebrecht». RD - Jornal Repórter Diário. 23 de março de 2016 
  17. «Segundo turno confirma guinada à direita e conservadora» 
  18. «Eleito, Paulo Serra diz que pretende recuperar esperança em Santo André». Eleições 2016 em São Paulo. 30 de outubro de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]