Eliane Cantanhêde
| Eliane Cantanhêde | |
|---|---|
| Nascimento | 5 de junho de 1952 (73 anos) |
| Nacionalidade | brasileira |
| Cônjuge | Gilnei Rampazzo (desde 1977) |
| Ocupação | jornalista e comentarista |
| Principais trabalhos | Estadão GloboNews Folha de S. Paulo O Globo Gazeta Mercantil VEJA Jornal do Brasil |
Eliane Cristina Cantanhêde Rampazzo (Rio de Janeiro, 5 de junho de 1952) é uma jornalista brasileira.[1][2][3] Trabalhou em periódicos como O Globo, Veja, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e Folha de S.Paulo. Atualmente é colunista de O Estado de S. Paulo; ex-comentarista do programa Em Pauta, da GloboNews; [2][4] e faz análises diárias no Jornal Eldorado, da Rádio Estadão, onde mantém o podcast Eliane Cantanhêde Responde.
Biografia
[editar | editar código]Eliane Cantanhêde nasceu em 5 de junho de 1952, no Rio de Janeiro. O seu sobrenome, Cantanhêde, é de origem portuguesa.[1] Seu pai era funcionário do Banco do Brasil e sua mãe funcionária da IAPFESP (atual INSS). O seu avô, Raimundo Brandão Cantanhede, foi usineiro de algodão no Estado do Maranhão e faliu depois da chegada das multinacionais do setor no Estado. Um tio-avô, Crepory Franco, foi deputado para a Constituinte de 1946.[1][5]
Aos nove anos, mudou-se com sua família para Brasília. Na capital federal, estudou no Colégio Maria Auxiliadora, no Salesiano, e aos catorze anos decidiu que seria jornalista. Em 1971, entrou no curso de Comunicação social com habilitação em jornalismo na Universidade de Brasília (UnB).[1] Formou-se em 1974, mas já era jornalista profissional, com carteira assinada, desde 1972 (na época, o diploma não era obrigatório).
É casada com o também jornalista Gilnei Rampazzo desde 1977, com quem tem duas filhas.[6][7][8]
Carreira
[editar | editar código]É bacharel em Jornalismo pela UNB e iniciou sua profissão aos dezenove anos como estagiária no Jornal do Brasil, na sucursal da capital federal, quando estava no segundo ano da graduação, indicada por um professor. No jornal, era repórter e cobria os assuntos relativos à educação. Lá permaneceu por um ano, até ser contratada pela revista Veja para atuar em Brasília, onde permaneceu por oito anos.[1][2][6][9]
Retornou ao Jornal do Brasil em 1982, onde foi repórter, coordenadora de Política e chefe de Redação, além de ter estreado como colunista às segundas-feiras, substituindo um dos ícones do jornalismo, Carlos Castello Branco, o "Castelinho". Mais tarde, foi pela primeira vez para o jornal O Estado de S. Paulo como colunista, e depois para os jornais O Globo e Gazeta Mercantil, onde atuou em ambos como diretora de redação das sucursais.[1][2][6]
Em 1997, foi contratada pela Folha de S.Paulo, dirigindo a sucursal entre 1997 e 2003. De 1997 a 2014, escreveu a coluna Brasília na página A2, quatro vezes por semana.[1][2][6] Começou a participar às terças, quartas e sextas-feiras do programa Em Pauta, da GloboNews, apresentado por Sérgio Aguiar, alternando em Brasília com o jornalista político Gerson Camarotti.
Ao fim de 2014, deixou a Folha de S.Paulo e no primeiro dia do ano seguinte estreou no jornal O Estado de S. Paulo, no qual publica uma coluna aos domingos, terças e sextas-feiras, e passou a fazer comentários sobre política na rádio Estadão, depois englobada pela Rádio Eldorado, onde Eliane divide um programa diário, de 9h às 9h30, com Haisem Abaki e Carolina Ercolin. Também é comentarista na Rádio Jornal, de Pernambuco, onde fala às segundas-feiras, às 9h40, sobre política brasileira, política externa, defesa e comportamento.[2][10][11]
Em sua trajetória como jornalista, Cantanhêde cobriu e analisou importantes episódios políticos do Brasil, como o fim da Ditadura militar, as "Diretas Já", a Constituinte 1987-1988 e os governos Ernesto Geisel, João Figueiredo, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff.[2][12] Também fez viagens internacionais a países dos diferentes continentes, para coberturas, seminários e programas de estudo. Realizou entrevistas com presidentes e primeiros-ministros, destacando-se a primeira entrevista exclusiva do então presidente Hugo Chávez, da Venezuela, após sua primeira eleição, em 1999.
Acusação de antissemitismo
[editar | editar código]No dia 20 de junho de 2025, durante comentário sobre os conflitos no Oriente Médio, na Guerra Irã-Israel, no programa da GloboNews, demonstrou-se inconformada porque poucos israelenses estariam morrendo nos ataques de mísseis pelo Irã. "Por que os mísseis do Irã caem em Israel e não matam ninguém?" "Tem uma mortezinha aqui, outra ali. Uns 23 feridos aqui, 40 ali. Feridos!" "Eu não consigo entender por que o Irã atinge o alvo e não mata ninguém." (risos).[13] A fala da jornalista gerou revolta nas redes socais.[14][15] A fala foi considerada antissemita.[16][17] No dia 22 de junho, Eliane e a GloboNews se retrataram num pedido de desculpas.[18] O pedido foi lido ao vivo na programação do canal na manhã.[19][20] No mesmo dia, o major Rafael Rozenszajn, porta-voz das Forças de Defesa de Israel nascido no Brasil, respondeu Cantanhêde em vídeo em rede social, sobre a razão de morrerem poucos civis israelenses.[21]
Saída da GloboNews
[editar | editar código]Em primeiro de agosto de 2025, após 15 anos como comentarista da GloboNews, Eliane Cantanhêde pediu demissão do canal. A jornalista declarou que estava "cansada" e que sentia necessidade de "dar um tempo" após décadas cobrindo política. A decisão veio semanas após uma polêmica envolvendo declarações suas sobre o Conflito Irã-Israel, consideradas antissemitas por parte do público e amplamente repercutidas nas redes sociais. Cantanhêde e a GloboNews chegaram a se retratar publicamente, mas ela não comentou se a saída teve relação com o episódio.[22]
Segundo o portal O Antagonista a jornalista foi demitida por uma série de polêmicas nos últimos meses.[23] O jornalista Ricardo Feltrin, afirmou que saída de Eliane foi motivada por declarações polêmicas e posicionamentos considerados insustentáveis pela direção da emissora.[24]
Prêmios, homenagens e citações
[editar | editar código]Seu nome consta no Top 50 dos Os +Admirados Jornalistas Brasileiros de 2014 e de 2015, segundo levantamento feito pelo J&Cia e a Maxpress.[2][25]
Em 2016, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres, foi eleita entre "As +Admiradas Jornalistas Brasileiras". No mesmo ano, foi agraciada com o "Prêmio Jornalista Roberto Marinho de Mérito Jornalístico".[26][27][28][29]
Em 2016 e 2017, foi vencedora do Troféu Mulher Imprensa, na categoria colunista de jornalismo impresso, no voto popular.[30]
Publicações
[editar | editar código]- Cantanhêde, Eliane (2010). José Alencar: Amor à Vida. Rio de Janeiro: Sextante. ISBN 9788575426340[ligação inativa]
- Cantanhêde, Eliane (2009). O PFL. São Paulo: Publifolha. ISBN 9788574022864, coleção "Folha Explica"
- Cantanhêde e Seligman (2005). As cidades do Brasil: Brasília. São Paulo: Publifolha. ISBN 9788574026350
Ver também
[editar | editar código]Referências
- ↑ a b c d e f g Abreu & Rocha (2005). Elas ocuparam as redações: depoimentos ao CPDOC. Rio de Janeiro: FGV. pp. 51–78
- ↑ a b c d e f g h «Eliane Cantanhêde - Portal dos Jornalistas». www.portaldosjornalistas.com.br. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «Eliane Cristina Cantanhede Rampazzo». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «Folha demite Eliane Cantanhêde». Portal dos Jornalistas. 7 de novembro de 2014. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «Conheça os Deputados — Portal da Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ a b c d «Folha de S.Paulo - Revista Família Brasileira - A família arruma a cama - 07/10/2007». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «Marido de Cantanhêde era da GW quando Odebrechet diz ter pago propina ao PSDB pela agência - Blog do Rovai». Blog do Rovai. 25 de abril de 2017. Consultado em 21 de julho de 2017. Cópia arquivada em 10 de setembro de 2017
- ↑ «GILNEI RAMPAZZO». memoriaglobo.globo.com. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ Sanson, Cesar. «Instituto Humanitas Unisinos - IHU - As estradas e os índios». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «Eliane Cantanhêde é demitida da Folha de S.Paulo». Pragmatismo Político. 7 de novembro de 2014
- ↑ «Eliane Cantanhêde -». Estadão. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «Eliane Cantanhêde: cenário político é de absoluta indefinição». Blog do Prisco. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «Jornalista surge 'inconformada' e questiona porque "mísseis do Irã não mαtαm ninguém em Israel"; Assista». Jair Sampaio. 21 de junho de 2025. Consultado em 21 de junho de 2025
- ↑ «Cantanhêde diz não entender por que Irã atinge alvo e "não mata"». Pleno News. 22 de junho de 2025. Consultado em 22 de junho de 2025
- ↑ «VEJA: "Uma mortezinha daqui, outra dali": Fala de jornalista sobre conflito no Oriente Médio gera revolta». Portal Tucuma. 22 de junho de 2025. Consultado em 22 de junho de 2025
- ↑ «Após repercussão negativa, Eliane Cantanhêde pede desculpas por comentário sobre ataques do Irã a Israel». Bahia Noticias. 22 de junho de 2025. Consultado em 22 de junho de 2025
- ↑ Paulo Polzonoff Jr. (22 de junho de 2025). «Eliane Cantanhêde: "Não sou um monstro"». Gazeta do Povo. Consultado em 22 de junho de 2025
- ↑ «Cantanhêde e GloboNews se retratam por fala sobre guerra de Irã e Israel». Uol. 22 de junho de 2025. Consultado em 22 de junho de 2025
- ↑ Ranyelle Andrade (22 de junho de 2025). «Eliane Cantanhêde pede desculpas após fala polêmica sobre guerra: veja». Metrópoles. Consultado em 23 de junho de 2025
- ↑ «Jornalista da Globo pede desculpa por fala sobre guerra no Oriente Médio: 'Me expressei mal'». Terra. 22 de junho de 2025. Consultado em 22 de junho de 2025
- ↑ «Major de Israel responde a Globonews por que morrem menos israelenses». O Antagonista. 22 de junho de 2025. Consultado em 22 de junho de 2025
- ↑ Vinícius Nader (31 de julho de 2025). «Após 15 anos, Eliane Cantanhêde pede demissão da Globo: 'Cansei'». Metrópoles. Consultado em 1 de agosto de 2025
- ↑ «Eliane Cantanhêde é demitida da GloboNews». O Antagonista. 1 de agosto de 2025. Consultado em 6 de agosto de 2025
- ↑ «O que está por trás da demissão de Daniela Lima e Eliane Cantanhêde». Metrópoles. 4 de agosto de 2025. Consultado em 6 de agosto de 2025
- ↑ «Os cem mais admirados jornalistas brasileiros ? Top 50 - Portal dos Jornalistas». portaldosjornalistas.com.br. Consultado em 21 de julho de 2017. Arquivado do original em 21 de março de 2017
- ↑ «Conselho do Prêmio Jornalista Roberto Marinho de Mérito Jornalístico - Agraciados em 2016 - Órgãos do Parlamento - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «Homenagem às +Admiradas Jornalistas Brasileiras | ABI». www.abi.org.br. Consultado em 21 de julho de 2017
- ↑ «Escolhidos os jornalistas que receberão Prêmio Roberto Marinho». Senado Federal. 29 de junho de 2016
- ↑ «Boechat, Caco e Cantanhêde receberão prêmio do Senado Federal». Mais Premiados. 1 de julho de 2016. Consultado em 21 de julho de 2017. Cópia arquivada em 29 de setembro de 2017
- ↑ «Troféu Mulher IMPRENSA». Troféu Mulher IMPRENSA. 22 de agosto de 2017
