Emblema de Angola

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Insígnia da República de Angola
Insígnia da República de Angola
Insígnia da República de Angola
Detalhes
Lema REPÚBLICA DE ANGOLA

O Emblema de Angola, nomeado na constituição como Insignia da República, é um dos símbolos nacionais de Angola. O emblema foi usado pela primeira vez em 1975 com a independência da nação, e sofreu alterações mínimas desde então.

Composição[editar | editar código-fonte]

De acordo com a constituição, a insígnia “é formada por uma secção de uma roda dentada e por uma ramagem de milho, café e algodão”, os elementos representando operários industriais e camponeses respectivamente.[1] O livro aberto simboliza a educação e cultura, e o sol nascente na base representa “o novo País”. Ao centro figuram uma enxada e catana cruzadas, “simbolizando o trabalho e o início da luta armada.” Por fim, a estrela dourada representa solidariedade e progresso. Em uma faixa dourada na base da insígnia está a inscrição “República de Angola”.

História[editar | editar código-fonte]

Período Colonial[editar | editar código-fonte]

O primeiro brasão representativo de Angola foi um escudo de campo roxo/púrpura, com um pelicano dourado em um ninho com filhotes, proposto por Affonso Dornellas em 1932 e nunca adotado oficialmente.[2] Em 1935, o Ministério das Colónias sob o Estado Novo estabeleceu um padrão a ser seguido no brasonamento de cada colónia, de forma a manter o desenho de cada brasão de armas consistente.[3] No caso de Angola, o brasonamento era:

"Terciado em mantel, tendo: No primeiro, em campo de prata, as cinco quinas de Portugal, de azul, carregadas cada uma de cinco besantes de prata em aspa; No segundo, em campo de púrpura um elefante e uma zebra de ouro realçados de negro; No terceiro, a representação do mar, sendo o campo de prata carregado de cinco faixas ondadas de verde."

Em que o primeiro campo representava Portugal, o segundo a fauna de Angola e o terceiro a condição de território ultramarino. Esta versão mantinha as tinturas usadas na proposta de 1932. O brasão ficava sobre a esfera armilar, com uma coroa mural no topo e uma faixa com a inscrição “Colónia Portuguesa de Angola” na base. Em 11 de Junho de 1951, com a elevação de Angola à condição de província ultramarina, a inscrição foi alterada para “Provín. Portuguesa de Angola”.

Após a Independência[editar | editar código-fonte]

O emblema da República Popular de Angola foi criado em 10 de Novembro de 1975 com a aprovação da primeira constituição da nação.[4] Abandonando a heráldica tradicional europeia do brasão anterior, o governo dirigido pelo MPLA preferiu adotar o estilo dos emblemas socialistas preferido por países como a União Soviética e o Vietname. Em comum com outros emblemas deste estilo a insígnia de Angola tinha a estrela de cinco pontas e a presença de ferramentas cruzadas e símbolos como a roda dentada.[5] A adoção do simbolismo socialista no emblema e na bandeira, bem como no hino de Angola, visavam difundir os valores do projeto do MPLA para o país independente.[6]

O emblema adotado atualmente tem base na versão de 1975, e Angola é um dos poucos países do mundo a usar um emblema de estilo socialista sem que seja uma nação socialista. Diferente da bandeira e hino de Angola, a oposição liderada pelo UNITA não faz campanha pela modificação da insígnia.[7]

Entre 1990 e 1992, a insígnia sofre algumas modificações. Primeiramente, conforme o MPLA se distanciava do Marxismo-Leninismo, a descrição do emblema deixou de empregar os termos "Classe Operária" e "Classe Camponesa" típicos da analise marxista, substituindo-os por somente "Trabalhadores" e "Camponeses."[8] Em seguida, a inscrição na faixa passou a ser "República de Angola", e não "República Popular de Angola".

Brasões históricos[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Assembleia Constituinte (2010). «CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA» (PDF). Orgãos de Apoio ao Vice Presidente da República. p. 89. Consultado em 6 de maio de 2022 
  2. «Heráldica da Província Ultramarina de Angola». heraldicacivica.pt. Consultado em 10 de maio de 2022 
  3. Ministério das Colónias (5 de agosto de 1935). «Portaria n.º 8098, de 8 de maio». Diário da República. Consultado em 6 de maio de 2022 
  4. Development Workshop (1975). «LEI CONSTITUCIONAL DA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA DE 1975» (PDF). Orgãos de Apoio ao Vice Presidente da República. Consultado em 6 de maio de 2022 
  5. Schenck, Marcia C. (28 de fevereiro de 2018). «Between Hammer, Machete, and Kalashnikov: Contract Labor Migration from Angola and Mozambique to East Germany, 1979-1990». Europe Now Journal (em inglês). Consultado em 10 de maio de 2022 
  6. Alves, Amanda Palomo (7 de julho de 2020). «O "Agrupamento Kissanguela" e a canção no pós-independência em Angola (1975-1979)». Afro-Ásia (60). ISSN 1981-1411. doi:10.9771/aa.v0i60.25750. Consultado em 10 de maio de 2022 
  7. «UNITA insiste na mudança da bandeira e símbolo de Angola». VOA. 13 de janeiro de 2015. Consultado em 7 de maio de 2022 
  8. «Lei de Revisão Constitucional da República Popular de Angola» (PDF). 1992. Consultado em 6 de maio de 2022 
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