Ernest Hemingway
Ernest Hemingway | |
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Ernest Hemingway trabalhando no livro Por Quem os Sinos Dobram em Sun Valley, Idaho, em dezembro de 1939 | |
Nome completo | Ernest Miller Hemingway |
Nascimento | 21 de julho de 1899 Oak Park, em Illinois, Estados Unidos |
Morte | 2 de julho de 1961 (61 anos) Ketchum, em Idaho, Estados Unidos |
Parentesco | Mariel Hemingway (neta), Margaux Hemingway (neta) |
Cônjuge | Elizabeth Hadley Richardson (1921 - 1927) Pauline Pfeiffer (1927 - 1940) |
Ocupação | escritor |
Principais trabalhos | The Sun Also Rises For Whom the Bell Tolls The Old Man and the Sea |
Prêmios | Prémio Pulitzer de Ficção (1953) |
Gênero literário | romance, contos |
Magnum opus | Por Quem os Sinos Dobram |
Causa da morte | Suicídio com arma de fogo |
Assinatura | |
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Ernest Miller Hemingway (Oak Park, 21 de julho de 1899 — Ketchum, 2 de julho de 1961) foi um escritor norte-americano. Trabalhou como correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola (1936–1939). Esta experiência inspirou uma de suas maiores obras, Por Quem os Sinos Dobram. Ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), se instalou em Cuba. Em 1953, ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção, e, em 1954, ganhou o prêmio Nobel de Literatura.[1][2] [3] Suicidou-se em Ketchum, em Idaho, em 1961.[2]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Ainda muito jovem, quando a Grande Guerra (1914-1918) assombrava o mundo, decidiu ir à Europa pela primeira vez. Hemingway havia terminado o segundo grau em Oak Park e trabalhado como jornalista no jornal The Kansas City Star. Tentou alistar-se no exército, mas foi preterido por ter um problema na visão. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na Cruz Vermelha. Na Itália, apaixonou-se pela enfermeira Agnes Von Kurowsky, que viria a ser sua inspiração para a criação da heroína de Adeus às Armas (1929) – a inglesa Catherine Barkley. Atingido por uma bomba, retornou para Oak Park, que, no entanto, depois do que havia visto na Itália, tornara-se monótona demais para ele.[2]
Voltou então à Europa (Paris) em 1921, recém-casado com Elizabeth Hadley Richardson, seu primeiro casamento, com quem teve um filho. Na ocasião, trabalhava para a revista canadense Toronto Star Weekly e, em início de carreira, se aproximou de outros principiantes: Ezra Pound (1885–1972), F. Scott Fitzgerald (1896–1940) e Gertrude Stein (1874–1946).[2] Hemingway era parte da comunidade de escritores expatriados em Paris conhecida como "Geração Perdida", nome inventado e popularizado por Gertrude Stein.
A vida e a obra de Hemingway têm intensa relação com a Espanha, país onde viveu por quatro anos. Uma breve mas marcante passagem para o escritor americano, que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os espanhóis. Em Pamplona, em meados do século XX, fascinou-se pela tauromaquia, chegando a tourear como amador, experiência que abordaria no seu livro O Sol Também Se Levanta (1926).
O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer, com quem viria a ter dois filhos. Em 1928, o casal decidiu morar em Key West, na Flórida. Em Key West, no entanto, o escritor sentiu falta da vida de jornalista e correspondente internacional. Ao mesmo tempo, o casamento com Pauline se tornou instável. Nessa época, conheceu Joe Russell, dono do Sloppy Joe's Bar e companheiro de farra.
Já na década de 1930, resolveu partir com o amigo para uma pescaria. Dois dias em alto-mar que terminaram em Havana, capital cubana, para onde passou a voltar anualmente na época da pesca ao marlim (entre os meses de maio e julho). Na cidade, hospedava-se no Hotel Ambos Mundos, em plena Habana Vieja, bairro mais antigo da cidade, que se tornou o lar do escritor e o cenário que comporia sua história e a da própria ilha pelos próximos 23 anos. Duas décadas de turbulências que teriam, como desfechos, a revolução socialista e o suicídio do escritor.[2]
Em Cuba, o escritor se apaixonou por Jane Mason, que era casada com o diretor de operações da Pan American Airways. Hemingway e Jane se tornaram amantes. Em 1936, novamente se apaixonou: desta feita pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do segundo divórcio, confirmando o que predissera seu amigo, Scott Fitzgerald, quando eles se conheceram em Paris: "Você vai precisar de uma mulher a cada livro". Assim, Hemingway partiu para a Espanha, onde Martha já estava, e, em meio à guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu terceiro casamento.[4] Ao cobrir a Guerra Civil Espanhola como jornalista do North American Newspaper Alliance, não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o fascismo,[2] o que viria a ser o tema do livro Por Quem os Sinos Dobram (1940), considerada sua obra-prima.[carece de fontes] Quando a república espanhola caiu e a Europa vivia o prenúncio de um conflito generalizado, Hemingway retornou para Cuba com Martha.[2]

Em Cuba, durante a Segunda Guerra Mundial, Hemingway montou uma rede de informantes com a finalidade de fornecer, ao governo dos Estados Unidos, informações sobre os espanhóis simpatizantes do fascismo na ilha. Também passou a patrulhar o litoral a bordo de seu iate Pilar na busca de possíveis submarinos alemães. Porém a Agência Federal de Investigação estadunidense via com desconfiança a colaboração de Hemingway, por considerá-lo um simpatizante do comunismo.[5]
Em 1946, o escritor casou-se pela quarta e última vez: desta vez com Mary Welsh, também jornalista mas tímida e disposta a viver ao lado de um Hemingway cada vez mais instável emocionalmente.[2] Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro vezes, além de ter tido vários relacionamentos românticos. Em 1952, publicou "O Velho e o Mar", com o qual ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção (1953).[4] Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1954[1][2] devido ao seu ""domínio da arte da narrativa, mais recentemente demonstrado em O Velho e o Mar, e pela influência que exerceu no estilo contemporâneo[6]".
Suicídio[editar | editar código-fonte]
Ao longo da vida do escritor, o tema suicídio aparece em escritos, cartas e conversas com muita frequência. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e financeiros. Sua mãe, Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, enviou-lhe, pelo correio, a pistola com a qual o seu pai havia se matado.[4]
Aos 61 anos e enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória,[2][7] na manhã de 2 de julho de 1961, em Ketchum, em Idaho, tomou um fuzil de caça e disparou contra si mesmo. Encontra-se sepultado no Cemitério de Ketchum, em Ketchum, no Condado de Blaine, em Idaho, nos Estados Unidos.[8]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
Romances de Ernest Hemingway[editar | editar código-fonte]
nº série | Título original | Título em Português | Tradução | Ano | Editora |
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01 | The Torrents of Spring | As Torrentes da Primavera | Maria Luísa Osório | 1925 | Livros do Brasil |
02 | The Sun Also Rises | (br: O Sol Também Se Levanta; pt: O Sol Nasce Sempre (Fiesta)) | Berenice Xavier | 1926 | Gráfica O Cruzeiro, Civilização Brasileira, Abril Cultural, Bertrand Brasil, Nova Cultural, |
03 | A Farewell to Arms | (br: Adeus às Armas; pt: O Adeus às Armas) | Monteiro Lobato | 1929 | Delta, Opera Mundi, Cia. Editora Nacional, Bertrand Brasil |
04 | To Have and Have Not | (br/pt: Ter e Não Ter) | Luís Peazê, Monteiro Lobato | 1937 | Cia. Editora Nacional, Civilização Brasileira, Bertrand Brasil |
05 | For Whom the Bell Tolls | (br/pt: Por Quem os Sinos Dobram) | Monteiro Lobato, Luís Peazê | 1940 | Cia. Editora Nacional, Bertrand Brasil, |
06 | Across the River and Into the Trees | (br: Do Outro Lado do Rio e Entre as Árvores; pt: Na Outra Margem, Entre as Árvores) | José Geraldo Vieira; Joao Palma-Ferreira | 1950 | Civilização Brasileira, Bertrand Brasil, Livros do Brasil |
07 | The Old Man and the Sea | (br/pt: O Velho e o Mar) | André Telles, Fernando de Castro Ferro | 1952 | Civilização Brasileira, Círculo do livro, Bertrand Brasil, Folha de São Paulo, |
08 | Islands in the Stream | (br: As Ilhas da Corrente; pt: Ilhas na Corrente) | Milton Persson | 1970 | Abril Cultural, Círculo do livro, Nova Fronteira, Bertrand Brasil |
09 | The Garden of Eden | O Jardim do Éden | Wilma Freitas Ronald de Carvalho | 1986 - | Nova Fronteira, Círculo do livro, |
Não ficção de Ernest Hemingway[editar | editar código-fonte]
nº série | Título original | Título em Português | Tradução | Ano | Editora |
---|---|---|---|---|---|
01 | Death in the Afternoon | Morte à tarde | Maxi Sanchez | 1932 | Independently Published |
02 | Green Hills of Africa | As Verdes Colinas de África | Guilherme de Castilho | 1935 | Livros do Brasil |
03 | The Dangerous Summer | O Verão Perigoso | Ana Zelma Campos | 1960 | Civilização Brasileira, Círculo do livro, Bertrand Brasil |
04 | A Moveable Feast | Paris é uma Festa | Ênio Silveira | 1964 | Civilização Brasileira, Círculo do Livro, Bertrand Brasil |
05 | True at First Light | Verdade ao Amanhecer: memória ficcional | Mario Pontes | 1999 | Bertrand Brasil |
06 | Ernest Hemingway Selected Letters 1917-1961 | 2003 | |||
07 | Under Kilimanjaro | As Neves do Kilimanjaro e outros contos | José J. Veiga e Ênio Silveira | 2005 | BestBolso |
Contos e pequenas estórias de Ernest Hemingway[editar | editar código-fonte]
nº série | Título original | Título em Português | Tradução | Ano | Editora |
---|---|---|---|---|---|
01 | Three Stories and Ten Poems | 1923 | |||
02 | In Our Time | 1925 | |||
03 | Men Without Women | 1927 | |||
04 | The Snows of Kilimanjaro | 1932 | |||
05 | Winner Take Nothing | 1933 | |||
07 | The Fifth Column and the First Forty-Nine Stories | A quinta coluna | Enio Silveira | 1938 | Civilização Brasileira, Bertrand Brasil |
08 | The Essential Hemingway | 1947 | |||
09 | The Hemingway Reader | 1953 | |||
10 | The Nick Adams Stories | 1972 | |||
11 | The Complete Short Stories of Ernest Hemingway | Contos de Ernest Hemingway, 03 volumes | José J. Veiga | 1976 | Bertrand Brasil |
12 | Collected Stories | 1995 | |||
13 | Hills like White Elephants | Sem data |
Referências
- ↑ a b Lynn (1987), 574
- ↑ a b c d e f g h i j Revista História Viva, nº 46, pp. 28-33, Editora Duetto (2006).
- ↑ «122º aniversário de nascimento de Ernest Hemingway: o gênio deprimido que viveu intensamente». Revista Bula. 21 de julho de 2021. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
- ↑ a b c «Ernest Hemingway - Biografia». Banco de Dados da Folha. UOL - Educação. Consultado em 21 de julho de 2012
- ↑ Veja. Disponível em http://veja.abril.com.br/260700/p_086.html. Acesso em 22 de junho de 2014.
- ↑ «Facts on the Nobel Prize in Literature». www.nobelprize.org. Consultado em 8 de agosto de 2018
- ↑ A morte de Hemingway e a consciência sobre a hemocromatose
- ↑ Ernest Hemingway (em inglês) no Find a Grave
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «Perfil no sítio oficial do Nobel de Literatura 1954» (em inglês)
- «Timeless Hemingway» (em inglês)
- «Hemingway Society» (em inglês)
- Obras de Ernest Hemingway, em inglês
- Museu e Centro Educativo Hemingway-Pfeiffer
- Museu Finca La Vigía (Casa Hemingway) em Havana
Precedido por Winston Churchill |
Nobel de Literatura 1954 |
Sucedido por Halldór Laxness |
- Nascidos em 1899
- Mortos em 1961
- Ernest Hemingway
- Romancistas dos Estados Unidos
- Correspondentes de guerra
- Socialistas dos Estados Unidos
- Convertidos ao catolicismo romano
- Escritores minimalistas
- Nobel de Literatura
- Laureados dos Estados Unidos com o Nobel
- Suicídios por armas de fogo
- Suicidas dos Estados Unidos
- Escritores suicidas
- Naturais de Oak Park (Illinois)
- Ganhadores do prêmio Pulitzer