Raoni Metuktire: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:149372.jpeg|350px|right|thumb]]
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'''Raoni Metuktire''' é o líder dos [[caiapós]], é um dos índios mais conhecidos no [[Brasil]] e no exterior por sua campanha em defesa do [[povo indígena]] e da [[floresta Amazônica]]. Raoni nasce em [[Mato Grosso]], filho do [[cacique]] Umoro, do ramo dos caiapós conhecido como [[Metuktire]]. O sertanista [[Orlando Villas Boas]] é o responsável pela descoberta do grupo em 1954, quando conhece Raoni, então um jovem. O [[líder]] indígena não sabe sua idade, mas de acordo com estimativas de [[antropólogos]] deve ter hoje mais de 70 anos. Conhecido pelo [[botoque]] de 8 centímetros de diâmetro que ostenta no lábio inferior, marca registrada de seu povo, faz jus à tradição guerreira da [[tribo]] – a palavra caiapó significa "gente ruim da mata", segundo Villas Boas. Em 1984, ele aparece em público pela primeira vez armado e pintado para a [[guerra]] a fim de negociar com o ministro do Interior, Mário Andreazza, a demarcação de sua reserva. Durante a reunião com o ministro, dá-lhe um puxão na orelha e diz: "Aceito ser seu amigo. Mas você tem de ouvir índio". Em 1999, puxa as orelhas do presidente da [[Funai]], [[Márcio Lacerda]], para protestar contra a precariedade da [[assistência médica]] nos [[terras indígenas|territórios indígenas]]. Torna-se famoso internacionalmente a partir de 1989, quando acompanha o cantor inglês [[Sting (músico)|Sting]] numa viagem à [[Europa]], em campanha contra a invasão das áreas indígenas. Volta à Europa em maio de 2000, em busca de suporte financeiro para desenvolver um núcleo de alta tecnologia no Parque Nacional do [[Xingu]]. O projeto prevê a criação de um instituto com seu nome para abrigar um hospital, um centro de pesquisas da [[biodiversidade]] da [[floresta]], escolas e um núcleo de [[comunicação]] ligado à [[internet]].
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|legenda = Cacique Raoni
|nome_completo = Raoni Metuktire
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Nascido em 1930, Raoni Metuktire, é um dos grandes chefes do povo indigena [[kayapó]] vivendo no coração de uma réserva protégida no territorio du Brasil, é uma figura conhecida internacionalmente, emblématico por sua luta pela préservação da [[floresta amazonica]] e da cultura indigena.

==Primeiros anos, primeiros combates==
Raoni Metuktire veio ao mundo no Estado do [[Mato Grosso]], no coração de uma parte brasileira da floresta amazonica, em uma vila chamada Krajmopyjakare (Lugar que hoje se chama Kapôt). Ele é o filho do cacique Umoro, do ramo dos kayapós conhecido como Metuktire. O povo kayapo que são tambem conhecidos como botocudos, são nomades e sua infancia foi marcada por muitas mudanças de lugar e de numerosas guerras tribais. Guiado por seu irmão Motibau, Raoni começou com a idade de 15 anos à instalar seu famoso labret, um disco de madeira pintado de forma cérémonial que os guerreiros de sua tribo nomeiam botoque – a palavra kayapó significa "gente ruim da mata" – e portam sobre o labio inférior.

Foi em 1954 que Raoni e os Indios Kayapos encontram pela primeira vez os ocidentais. Aprendeu a lingua portuguesa pelos [[Irmãos Villas-Bôas]], famosos indigenistas brasileiros, ele cruzou o caminho do antigo rei [[Leopoldo III da Bélgica]] em 1964, quando ele estava em expedição dentro das réservas indigenas protegidas do Mato Grosso. Em 1978 ele foi tema de um filme documentario. O ator [[Marlon Brando]], que estava no auge de sua gloria, aceitou ser filmado na sequencia de abertura e [[Raoni (filme)]] é nomeado aos [[Oscars]]. O subito interesse dos meios de comunicação brésileiros fez dele um porta-bandeira natural da luta pela preservação da floresta amazonica, gravemente posta em perigo pelo desmatamento anarquico, o avanço das culturas de soja e as barragens hidroélectricas.

Em 1984, ele aparece em público armado e pintado para a guerra a fim de negociar com o ministro do Interior, [[Mário Andreazza]], a demarcação de sua reserva. Durante a reunião com o ministro, dá-lhe um puxão na orelha e diz: "Aceito ser seu amigo. Mas você tem de ouvir índio".

==1989, uma campanha internacional em dezessete paises==
[[Ficheiro:Raoni and singer Sting.jpg|thumb|O cacique Raoni em companhia do cantor ingles Sting em Paris, em abril 1989]]
Mas foi depois da visita e do encontro com o cantor [[Sting]], que o visitou no [[Xingu]] em 1987, que ele acedeu à uma notoriedade internacional. Em 12 de outubro de 1988, ele participa com Sting, em [[Sao Paulo]] (Brasil), à uma conférencia de imprensa da Tourné Human Rights Now! De uma ONG chamada [[Amnesty International]]. Depois do impacto deste evento, Sting, sua esposa Trudie Styler]] eo cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux]] vem a serem os co-fundadores da Rainforest Foundation]], criada para sustentar os projetos de Raoni, que como maior prioridade daquele momento era a démarcação dos territorios kayapos ameaçados pelas invasões de terras dos colonos.

Em févereiro 1989, Raoni é um dos mais feroz opositor ao projeto de barragem de Kararaô. As emissoras de televisão do mundo inteiro estavam presentes para recolher suas propostas em [[Altamira]] , no momento de uma gigantesca assembléia de chefes que ficou registrada nos anais daquela cidade. O projeto de barragem seria finalemente abandonado...

A grande tourné que Raoni empreendeu com Sting em dezessete paises, de abril à junho de 1989, permitiu a ele de divulgar sua mensagem em escala planetaria. Doze Fundações Floresta Verde são logo criadas no mundo com o objetivo de recoltar fundos para ajudar à criação de um parque nacional, na régião do Rio Xingu na Amazonia, com uma superficie de mais ou menos 180 000 km² (tem mais ou menos do tamanho do estado da Flórida (EUA)).

==Os résultados da campanha de 1989==
[[Ficheiro:149368.jpeg|thumb|Raoni durante uma conferência no Brasil em abril de 2006]]
Foi em 1993, depois de um grande interesse criado pela sua volta ao mundo que o parque foi homologado, situado no território dos Estados do Mato Grosso e do Pará.. Ele constitui hoje a maior réserva de florestas tropicais do planeta.

Outro résultado concreto desta primeira campanha internacional de Raoni, foi o desbloqueamento pelo G7 de fundos para a démarcaçao de todas as réservas indigenas do Brasil, mesmo se esses projetos ainda não foram realizados hoje.

Longe desses resultados, um dos sucessos mais marcantes da campanha de 1989 foi uma tomada de consciencia pelo grande publico da necessidade de proteger a floresta amazonica e suas populações nativas. O presidente francês [[François Mitterrand]] foi o primeiro à apoiar a iniciativa de Raoni, logo seguida por [[Jacques Chirac]], [[Juan Carlos da Espanha]], [[Carlos, Príncipe de Gales]] e o [[Papa João Paulo II]], dentre muitos outros.

Quanto ao desmatamento, muito longe de ser riscado do mapa, ele se intensificar ainda mais nas zonas não protegidas, ameaçando de novo aquelas que ja são.

==Embaixador internacional da luta pela préservaçao da floresta e dos povos amazonicos ==
[[Ficheiro:Raoni & former french president Jacques Chirac.jpg|thumb|Raoni eo antigo presidente françes Jacques Chirac em maio de 2000, no palácio do Elysée ]]
Transformando-se no embaixador do combate pela proteção da floresta amazonica e ainda mais, da proteção do meio ambiente de todo povo indigena, Raoni Metuktire depois do ano de 1989 efetuou numerosas outras viajens através do mundo, como por exemplo com os esquimos da Costa-Norte do [[Québec]] em agosto de 2001 ou ao [[Japão]], em maio 2007. Mas é durante suas passagens principalmente na Europa que sua mensagem mostra receber uma maior difusão. Ele voltou tambem na França em 2000, 2001 e 2003, onde ele recebe o apoio ativo do presidente Jacques Chirac.

Os diferentes povos indigenas da régiao do Xingu, que Raoni é sem alguma sombra de duvida o mais célebre representante, lutam com bravura para préservar sua cultura velha de muitas centenas de geraçoes. Alguns milenarios separam seus usos e costumes de nossa civilisação ocidental. Raoni atravessou esse imenso abismo durante a sua unica existencia, conseguindo conservar e conciliar estoïcismo e dignidade. Ele encontra régularmente os grandes deste mundo mais vive dentro de uma simples maloca e não possui nada material. Os presentes que são ofertados a ele são sistematicamente redistribuidos com a comunidade.

Durante suas intervenções médiaticas, os vemos quase sempre com uma coroa de penas amarelas e com brincos e colares Kayapos. O cacique Raoni é imediatamente reconhecivel com seu botoque tradicional que estica o seu labio inférior e que ele porta com grande orgulho. As futuras gerações nao conservaram este habito, Raoni é um dos três ultimos homens de botoque conhecidos no mundo.

==Raoni contra o complexo de barragens de Belo Monte==
[[Ficheiro:RAONI et sa pétition internationale contre le barrage de Belo Monte.jpeg|thumb|left|350px|Raoni na praça dos direitos humanos no Trocadéro em Paris, segurando a pétição internacional contra a barragem de Belo Monte, que ele lançou com o apoio de outros chefes indigenas kayapos.]]
Em uma entrevista dada à TF1 e divulgada na ocasião de uma tourné européia ([[França]], [[Belgica]], [[Suiça]], [[Monaco]], [[Luxemburgo]]) em maio 2010, Raoni déclara guerra ao projeto de [[Usina Hidrelétrica de Belo Monte]], que ameaça os territorios indigènas situados nas beiras dos rios Xingú no Estado do Pará no Brasil e réafirma sua déterminação à protéger a floresta amazonica de um desastre maior: « eu pedi aos meus guerreiros para se préparar para a guerra, eu tambem falei com as tribos do Xingu. Nos nao deixaremos isso acontecer. Nos iremos matar todos os brancos que se atreverem a construir essa barragem »<ref>[http://www.france24.com/fr/20100502-le-chef-indien-raoni-pret-a-guerre-contre-le-barrage-belo-monte-bresil AFP expedição de 02 de maio de 2010 assumiu pela france24.com site]</ref>.

Durante essa mesma viagem, ao mesmo tempo que ele assegura igualmente a promoção de seu livro "Raoni, mémoires d'un chef indien" ("Raoni, mémorias de um chefe Indigena")<ref>[http://www.culturclub.com/klecteur/booking/booking-0110_raoni-memoires-d-un-chef-indien_raoni-et-jean-pierre-dutilleux.html artigo na www.culturclub.com]</ref>, Raoni é recebido pelo antigo présidente frances Jacques Chirac que lhe aporta de novo o seu apoio (atraves da Fondation Chirac) pelo seu projeto, no coração da Amazonia brasileira, de um instituto <ref>[http://raoni.fr/institut-raoni-projet.php O projeto do Instituto Raoni, como descrito em francês no website www.raoni.fr]</ref> que porta seu nome e destinado à preservar a cultura de seu povo e a biodiversidade da floresta. O projeto prevê a criação de um hospital, um centro de pesquisas da biodiversidade da floresta, escolas e um núcleo de comunicação ligado à internet. Raoni sera igualmente recebido durante esta viagem pelo Principe [[Alberto II de Mónaco]], muito engajado na proteção da natureza, mas não pelo présidente francês [[Nicolas Sarkozy]], que portanto o convidou formalmente em setembro 2009 durante sua visita oficial ao Brasil <ref>[http://www.elysee.fr/president/mediatheque/videos/2009/septembre/rencontre-avec-raoni-grand-chef-du-peuple-des.5043.html?search=raoni&xtmc=raoni&xcr= vídeo online no site oficial da Presidência da República Francesa]</ref>.

No dia 1° de  junho 2011, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente ([[IBAMA]]), ultimo entrave a réalisação da barragem de Belo Monte, délivra a licença ao consortium de empresas brasileiras [[Consórcio Norte Energia|Norte Energia]]. Esta informaçao é divulgada pelos meios de comunicaçao e redes sociais do mundo inteiro e acompanhado de uma foto de Raoni chorando, dizendo que suas lagrimas foram provocadas pelo anuncio da validação définitiva da barragem de Belo Monte. Indignado, o chefe desmentiu formalmente em seu site oficial : « eu nao chorei por causa da autorisaçao de construcao eo começo dos trabalhos no canteiro de obras de Belo Monte. O Tanto que eu viverei, eu continuarei à me bater contra esta construção (...) sera a Présidente [[Dilma Rousseff]] que chorara, eu não. Eu quero saber quem deu esta foto e propagou esta falsa informação (...) sera preciso que a Presidente Dilma me mate em frente ao Palacio do Planalto. Là, somente, voces poderão construir a barragem de Belo Monte<ref>[http://raoni.fr/actualites-78.php extrai uma mensagem de Raoni publicado 06 de junho de 2011 em seu site oficial]</ref>."

Em résposta a todos aqueles qui pretendem o desencorajar, o chefe Raoni, que recentemente recebeu o apoio de personalidades internacionais tais como [[James Cameron]], [[Sigourney Weaver]] e [[Arnold Schwarzenegger]] <ref>[http://amazonwatch.org/news/2011/0326-broll-of-james-cameron-and-arnold-schwarzenegger-in-the-amazon vídeo HD produzido pelo site www.amazonwatch.org]</ref>, lançou ume petição internacional em 5 linguas <ref>[http://raoni.fr/actualites-57.php link para a versão Português da petição www.raoni.fr site internacional Raoni]</ref> contra a barragem de Belo Monte no seu site oficial.

{{Referências}}

== {{Ver também}} ==
* [[Kayapó]]
* [[Amazônia]] y [[Selva Amazônica]]

== {{Ligações externas}} ==
{{wikiquote|Raoni}}
*{{fr}} [http://www.raoni.fr/ oficial website em francês]
*{{en}} [http://www.rainforestfoundationuk.org/ Rainforest Foundation website]


[[Categoria:Índios do Brasil]]
[[Categoria:Índios do Brasil]]

Revisão das 02h17min de 21 de junho de 2011

Raoni
Raoni Metuktire
Cacique Raoni
Nome completo Raoni Metuktire
Nascimento 1930
Kapot, Mato Grosso
 Brasil
Ocupação ativista ambiental
Página oficial
website oficial em francês

Nascido em 1930, Raoni Metuktire, é um dos grandes chefes do povo indigena kayapó vivendo no coração de uma réserva protégida no territorio du Brasil, é uma figura conhecida internacionalmente, emblématico por sua luta pela préservação da floresta amazonica e da cultura indigena.

Primeiros anos, primeiros combates

Raoni Metuktire veio ao mundo no Estado do Mato Grosso, no coração de uma parte brasileira da floresta amazonica, em uma vila chamada Krajmopyjakare (Lugar que hoje se chama Kapôt). Ele é o filho do cacique Umoro, do ramo dos kayapós conhecido como Metuktire. O povo kayapo que são tambem conhecidos como botocudos, são nomades e sua infancia foi marcada por muitas mudanças de lugar e de numerosas guerras tribais. Guiado por seu irmão Motibau, Raoni começou com a idade de 15 anos à instalar seu famoso labret, um disco de madeira pintado de forma cérémonial que os guerreiros de sua tribo nomeiam botoque – a palavra kayapó significa "gente ruim da mata" – e portam sobre o labio inférior.

Foi em 1954 que Raoni e os Indios Kayapos encontram pela primeira vez os ocidentais. Aprendeu a lingua portuguesa pelos Irmãos Villas-Bôas, famosos indigenistas brasileiros, ele cruzou o caminho do antigo rei Leopoldo III da Bélgica em 1964, quando ele estava em expedição dentro das réservas indigenas protegidas do Mato Grosso. Em 1978 ele foi tema de um filme documentario. O ator Marlon Brando, que estava no auge de sua gloria, aceitou ser filmado na sequencia de abertura e Raoni (filme) é nomeado aos Oscars. O subito interesse dos meios de comunicação brésileiros fez dele um porta-bandeira natural da luta pela preservação da floresta amazonica, gravemente posta em perigo pelo desmatamento anarquico, o avanço das culturas de soja e as barragens hidroélectricas.

Em 1984, ele aparece em público armado e pintado para a guerra a fim de negociar com o ministro do Interior, Mário Andreazza, a demarcação de sua reserva. Durante a reunião com o ministro, dá-lhe um puxão na orelha e diz: "Aceito ser seu amigo. Mas você tem de ouvir índio".

1989, uma campanha internacional em dezessete paises

O cacique Raoni em companhia do cantor ingles Sting em Paris, em abril 1989

Mas foi depois da visita e do encontro com o cantor Sting, que o visitou no Xingu em 1987, que ele acedeu à uma notoriedade internacional. Em 12 de outubro de 1988, ele participa com Sting, em Sao Paulo (Brasil), à uma conférencia de imprensa da Tourné Human Rights Now! De uma ONG chamada Amnesty International. Depois do impacto deste evento, Sting, sua esposa Trudie Styler]] eo cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux]] vem a serem os co-fundadores da Rainforest Foundation]], criada para sustentar os projetos de Raoni, que como maior prioridade daquele momento era a démarcação dos territorios kayapos ameaçados pelas invasões de terras dos colonos.

Em févereiro 1989, Raoni é um dos mais feroz opositor ao projeto de barragem de Kararaô. As emissoras de televisão do mundo inteiro estavam presentes para recolher suas propostas em Altamira , no momento de uma gigantesca assembléia de chefes que ficou registrada nos anais daquela cidade. O projeto de barragem seria finalemente abandonado...

A grande tourné que Raoni empreendeu com Sting em dezessete paises, de abril à junho de 1989, permitiu a ele de divulgar sua mensagem em escala planetaria. Doze Fundações Floresta Verde são logo criadas no mundo com o objetivo de recoltar fundos para ajudar à criação de um parque nacional, na régião do Rio Xingu na Amazonia, com uma superficie de mais ou menos 180 000 km² (tem mais ou menos do tamanho do estado da Flórida (EUA)).

Os résultados da campanha de 1989

Raoni durante uma conferência no Brasil em abril de 2006

Foi em 1993, depois de um grande interesse criado pela sua volta ao mundo que o parque foi homologado, situado no território dos Estados do Mato Grosso e do Pará.. Ele constitui hoje a maior réserva de florestas tropicais do planeta.

Outro résultado concreto desta primeira campanha internacional de Raoni, foi o desbloqueamento pelo G7 de fundos para a démarcaçao de todas as réservas indigenas do Brasil, mesmo se esses projetos ainda não foram realizados hoje.

Longe desses resultados, um dos sucessos mais marcantes da campanha de 1989 foi uma tomada de consciencia pelo grande publico da necessidade de proteger a floresta amazonica e suas populações nativas. O presidente francês François Mitterrand foi o primeiro à apoiar a iniciativa de Raoni, logo seguida por Jacques Chirac, Juan Carlos da Espanha, Carlos, Príncipe de Gales e o Papa João Paulo II, dentre muitos outros.

Quanto ao desmatamento, muito longe de ser riscado do mapa, ele se intensificar ainda mais nas zonas não protegidas, ameaçando de novo aquelas que ja são.

Embaixador internacional da luta pela préservaçao da floresta e dos povos amazonicos

Raoni eo antigo presidente françes Jacques Chirac em maio de 2000, no palácio do Elysée

Transformando-se no embaixador do combate pela proteção da floresta amazonica e ainda mais, da proteção do meio ambiente de todo povo indigena, Raoni Metuktire depois do ano de 1989 efetuou numerosas outras viajens através do mundo, como por exemplo com os esquimos da Costa-Norte do Québec em agosto de 2001 ou ao Japão, em maio 2007. Mas é durante suas passagens principalmente na Europa que sua mensagem mostra receber uma maior difusão. Ele voltou tambem na França em 2000, 2001 e 2003, onde ele recebe o apoio ativo do presidente Jacques Chirac.

Os diferentes povos indigenas da régiao do Xingu, que Raoni é sem alguma sombra de duvida o mais célebre representante, lutam com bravura para préservar sua cultura velha de muitas centenas de geraçoes. Alguns milenarios separam seus usos e costumes de nossa civilisação ocidental. Raoni atravessou esse imenso abismo durante a sua unica existencia, conseguindo conservar e conciliar estoïcismo e dignidade. Ele encontra régularmente os grandes deste mundo mais vive dentro de uma simples maloca e não possui nada material. Os presentes que são ofertados a ele são sistematicamente redistribuidos com a comunidade.

Durante suas intervenções médiaticas, os vemos quase sempre com uma coroa de penas amarelas e com brincos e colares Kayapos. O cacique Raoni é imediatamente reconhecivel com seu botoque tradicional que estica o seu labio inférior e que ele porta com grande orgulho. As futuras gerações nao conservaram este habito, Raoni é um dos três ultimos homens de botoque conhecidos no mundo.

Raoni contra o complexo de barragens de Belo Monte

Raoni na praça dos direitos humanos no Trocadéro em Paris, segurando a pétição internacional contra a barragem de Belo Monte, que ele lançou com o apoio de outros chefes indigenas kayapos.

Em uma entrevista dada à TF1 e divulgada na ocasião de uma tourné européia (França, Belgica, Suiça, Monaco, Luxemburgo) em maio 2010, Raoni déclara guerra ao projeto de Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que ameaça os territorios indigènas situados nas beiras dos rios Xingú no Estado do Pará no Brasil e réafirma sua déterminação à protéger a floresta amazonica de um desastre maior: « eu pedi aos meus guerreiros para se préparar para a guerra, eu tambem falei com as tribos do Xingu. Nos nao deixaremos isso acontecer. Nos iremos matar todos os brancos que se atreverem a construir essa barragem »[1].

Durante essa mesma viagem, ao mesmo tempo que ele assegura igualmente a promoção de seu livro "Raoni, mémoires d'un chef indien" ("Raoni, mémorias de um chefe Indigena")[2], Raoni é recebido pelo antigo présidente frances Jacques Chirac que lhe aporta de novo o seu apoio (atraves da Fondation Chirac) pelo seu projeto, no coração da Amazonia brasileira, de um instituto [3] que porta seu nome e destinado à preservar a cultura de seu povo e a biodiversidade da floresta. O projeto prevê a criação de um hospital, um centro de pesquisas da biodiversidade da floresta, escolas e um núcleo de comunicação ligado à internet. Raoni sera igualmente recebido durante esta viagem pelo Principe Alberto II de Mónaco, muito engajado na proteção da natureza, mas não pelo présidente francês Nicolas Sarkozy, que portanto o convidou formalmente em setembro 2009 durante sua visita oficial ao Brasil [4].

No dia 1° de  junho 2011, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), ultimo entrave a réalisação da barragem de Belo Monte, délivra a licença ao consortium de empresas brasileiras Norte Energia. Esta informaçao é divulgada pelos meios de comunicaçao e redes sociais do mundo inteiro e acompanhado de uma foto de Raoni chorando, dizendo que suas lagrimas foram provocadas pelo anuncio da validação définitiva da barragem de Belo Monte. Indignado, o chefe desmentiu formalmente em seu site oficial : « eu nao chorei por causa da autorisaçao de construcao eo começo dos trabalhos no canteiro de obras de Belo Monte. O Tanto que eu viverei, eu continuarei à me bater contra esta construção (...) sera a Présidente Dilma Rousseff que chorara, eu não. Eu quero saber quem deu esta foto e propagou esta falsa informação (...) sera preciso que a Presidente Dilma me mate em frente ao Palacio do Planalto. Là, somente, voces poderão construir a barragem de Belo Monte[5]."

Em résposta a todos aqueles qui pretendem o desencorajar, o chefe Raoni, que recentemente recebeu o apoio de personalidades internacionais tais como James Cameron, Sigourney Weaver e Arnold Schwarzenegger [6], lançou ume petição internacional em 5 linguas [7] contra a barragem de Belo Monte no seu site oficial.

Referências

Ver também

Ligações externas

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