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A '''Mouraria''' é um bairro da cidade de [[Lisboa]] que deve o seu nome ao facto de [[Afonso I de Portugal|D. Afonso Henriques]], após a [[Cerco de Lisboa (1147)|conquista de Lisboa]], ter confinado uma zona da cidade para os [[muçulmanos]]. Foi neste bairro que permaneceram os mouros após a [[Reconquista|Reconquista Cristã]]. A dolência e a melancolia dos seus cânticos podem estar na origem do [[Fado]].
A '''Mouraria''' é um [[bairro]] da [[cidade]] de [[Lisboa]], [[Portugal]], que deve o seu nome ao facto de [[Afonso I de Portugal|D. Afonso Henriques]], após a [[Cerco de Lisboa (1147)|conquista de Lisboa]], ter confinado uma zona da cidade para os [[muçulmanos]]. Foi neste bairro que permaneceram os mouros após a [[Reconquista|Reconquista Cristã]], assim como os judeus, que também foram confinados aos bairros do [[Castelo de São Jorge|Castelo]].


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A dolência e a melancolia dos seus cânticos estão na origem do [[Fado]]. Durante o [[século XIX]], proliferou nas tabernas do bairro a [[prostituição]] e a [[violência]], o que tornou o local quase impenetrável. Filha de uma prostituta, nasceu na [[Rua do Capelão]], junto ao Beco dos Três Lagares, [[Maria Severa Onofriana]], primeira [[fado|fadista]] feminina e expressão máxima do fado à época.

Na casa em frente, nasceu já no [[século XX]], aquele que foi considerado o "rei do [[fado da Mouraria]]", [[Fernando Maurício]]. A Rua do Capelão faz hoje parte da iconografia do [[Fado]]. Mais acima, numa casa cor-de-rosa da Travessa dos Lagares, cresceu [[Mariza]], a mais internacional fadista portuguesa. Junto à casa, agora fechado ao público, localizava-se o restaurante Zalala, onde Mariza aprendeu a cantar [[fado]].

Depois da abertura ao público do [[Centro Comercial da Mouraria]] no [[Martim Moniz]]<ref>[http://www.fcsh.unl.pt/cadeiras/plataforma/foralinha/atelier/b/www/view.asp?edicao=07&artigo=369 Negócios do Martim Moniz]</ref>, o consumo de [[droga]]s propagou-se pelo bairro, que hoje é palco de um abandono geral da população, que deu lugar ao tráfico de estupefacientes e à ruína dos [[edifício]]s<ref>[http://dn.sapo.pt/2008/04/09/cidades/derrocadas_e_chuvas_torrenciais_prov.html Derrocadas e chuvas torrenciais na Mouraria]</ref>, assim como o estabelecimento de emigrantes dos vários [[continente]]s<ref>[http://dn.sapo.pt/2008/04/09/cidades/tres_continentes_cada_da_mouraria.html Três continentes em cada rua da Mouraria]</ref>.

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[[Categoria:Bairros de Lisboa|Mouraria]]
[[Categoria:Bairros de Lisboa|Mouraria]]

Revisão das 11h57min de 27 de abril de 2008

 Nota: Se procura a mouraria no conselho de Moura, veja Mouraria de Moura.
Beco dos Três Engenhos, junto à Rua do Capelão, Mouraria.

A Mouraria é um bairro da cidade de Lisboa, Portugal, que deve o seu nome ao facto de D. Afonso Henriques, após a conquista de Lisboa, ter confinado uma zona da cidade para os muçulmanos. Foi neste bairro que permaneceram os mouros após a Reconquista Cristã, assim como os judeus, que também foram confinados aos bairros do Castelo.

Neste e nos bairros circundantes, tiveram origem as primeiras produções de arte mudéjar portuguesa, que viriam a dar alas para o surgimento do Manuelino.

Casa onde cresceu Mariza, Mouraria.

A dolência e a melancolia dos seus cânticos estão na origem do Fado. Durante o século XIX, proliferou nas tabernas do bairro a prostituição e a violência, o que tornou o local quase impenetrável. Filha de uma prostituta, nasceu na Rua do Capelão, junto ao Beco dos Três Lagares, Maria Severa Onofriana, primeira fadista feminina e expressão máxima do fado à época.

Na casa em frente, nasceu já no século XX, aquele que foi considerado o "rei do fado da Mouraria", Fernando Maurício. A Rua do Capelão faz hoje parte da iconografia do Fado. Mais acima, numa casa cor-de-rosa da Travessa dos Lagares, cresceu Mariza, a mais internacional fadista portuguesa. Junto à casa, agora fechado ao público, localizava-se o restaurante Zalala, onde Mariza aprendeu a cantar fado.

Depois da abertura ao público do Centro Comercial da Mouraria no Martim Moniz[1], o consumo de drogas propagou-se pelo bairro, que hoje é palco de um abandono geral da população, que deu lugar ao tráfico de estupefacientes e à ruína dos edifícios[2], assim como o estabelecimento de emigrantes dos vários continentes[3].

Referências