Içara (palmeira): diferenças entre revisões

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Revisão das 09h29min de 15 de julho de 2008

Içara
Classificação científica
Reino:
Divisão:
Classe:
Subclasse:
Superordem:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Gênero:
Espécies:
E. edulis
Nome binomial
Euterpe edulis
Martius

Içara (do Tupi, "jyssara": esteio, tronco de árvore) é o nome de uma espécie de palmeira (Euterpe edulis Martius), também conhecida por "açaí-do-sul", "inçara", "ensarova", "ençarova", "jussara", "juçara", "palmito-juçara", "palmito-doce" "palmiteiro" e "ripeira". É uma palmeira nativa da região da Mata Atlântica, com distribuição preferencial ao longo do litoral brasileiro, desde o sul da Bahia (15ºS) até o norte do Rio Grande do Sul (30°S).


Caracterização botânica

Raízes

O sistema radicular do palmito jussara é do tipo fasciculado, com 58% das raízes desenvolvidas nos primeiros 20 cm de profundidade. Nessa camada de maior fertilidade do solo encontram-se as raízes mais finas, com geotropismo negativo, responsáveis pela absorção de água e nutrientes. Os outros 42% distribuem-se nas demais camadas, sendo que abaixo de um metro de profundidade é encontrado apenas 2%, em peso, do total de raízes. Trata-se, em sua maioria, de raízes primárias, grossas, de geotropismo positivo e poucas ramificações, responsáveis pela sustentação da palmeira.

Caule

O caule, denominado de estirpe, é reto, cilíndrico, solitário, de cor gris claro, e pode alcançar até 18 m de altura, com um diâmetro de 15 cm na idade adulta. Entre o término do tronco e a parte onde nascem as folhas, há uma bainha verde tubular de 1 a 1,5 m de comprimento, mais grossa que o tronco, formada pela base do conjunto de folhas, chamado de capitel. Dentro deste capitel encontra-se o palmito, que possui elevada importância na alimentação humana.

Folhas

As folhas são alternas, pinadas, e em número de 8 a 15, compostas de 38 a 62 pares de folíolos, em geral dispostas em um único plano, raramente divergente, estando regularmente sub-opostas na raque agrupadas em feixes, lanceoladas, caracteristicamente pêndulas.

Flores

A inflorescência em forma de panícula é composta por uma raque central da qual parte com ramificações de primeira ordem chamadas de ráquilas, as quais sustentam as flores. Nelas estão dispostas flores unissexuadas, onde se encontra uma flor feminina no meio de duas flores masculinas, em geral para os primeiros ¾ da ráquila, sendo que o ¼ da extremidade final só apresenta flores masculinas apresentando protandria acentuada, em que a abertura de flores femininas ocorre em torno de sete dias após o final da floração masculina; pode-se também encontrar inflorescências que apresentem apenas flores masculinas.

Frutos

O fruto é uma drupa subglobosa, de 1 a 1,4 cm de diâmetro, composta por um epicarpo pouco espesso, liso, violáceo-escura, com polpa escassa encerrando uma semente.

Semente

A semente é quase esférica, parda-grisácea a parda-amarelada, envolta por uma cobertura fibrosa, com até 10 mm de diâmetro. As sementes desta espécie possuem endosperma muito abundante, com alto teor de reservas, as quais se constituem de carboidratos (88%), proteínas (10%) e lipídeos (2%).

Mecanismo de dispersão de sementes

A dispersão dos frutos e sementes é feita a curtas distâncias, ocorrendo predominantemente em um raio de 5 m da planta mãe, ocasionando um acúmulo de sementes em pequenas áreas. Como conseqüência, a regeneração natural ocorre em "manchas de alta densidade" com até 400 plântulas por m², sendo a taxa de sobrevivência de plântulas baixa, em torno de 0,3%; a longas distâncias, é realizada por vários mamíferos, entre os quais, morcegos, porcos-do-mato, serelepes; e aves: sabiás (Turdus spp.), jacus, tucanos (Família Ramphastidae), macucos, jacutingas. Os dispersores, principalmente vertebrados, apresentam um papel importante, pois ao removerem a polpa que envolve a semente, podem estar aumentando a probabilidade de germinação das sementes.


Potencial agroeconômico

Apresenta elevado potencial de manejo devido a sua ampla distribuição geográfica, alta densidade de indivíduos na área de ocorrência, posicionamento no estrato médio da floresta e forte interação com a fauna. Caracteriza-se por produzir palmito de excelente qualidade, com valor econômico elevado e amplamente consumido na alimentação humana, no entanto é monocaule e o corte implica na sua morte. Com a morte da palmeira, seus múltiplos produtos são disponibilizados: fibras para fabricação de vassouras, caibros e ripas para construções civis, folhas para cobertura temporária e forrageio. Recentemente, o processamento de seu fruto, o uso em projetos de paisagismo, e o reconhecimento das propriedades terapêuticas de suas raízes vêm sendo difundidos, sendo fundamental, entretanto, que se tenha um manejo adequado para a espécie.

Ver também

Links

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