Esmalte (heráldica)

Um esmalte, em heráldica, é o termo usado para designar uma cor em brasões.

Tipos

Os esmaltes são divididos em três tipos: metais, cores e peles, além da cor natural da pele clara (designada por carnação).

Metais

• Or (Ouro), também conhecido como sol (em brasões reais), ou topázio (em brasões da nobreza), representado em desenhos coloridos pela cor amarela, e em desenho não-colorido por ponteado miúdo.
• Argent (Prata), também conhecido como lua (em brasões reais), representada em desenhos coloridos pela cor branca, e em não-coloridos vazio. Ainda conhecido como prata, argante ou arjante.

Cores

Tradicionais

• Azure (Azul), também chamado de júpiter (armas reais) ou safira (nobres titulados), celeste ou blau. Pode ser representado pela cor azul (em desenhos coloridos), ou por várias linhas horizontais, em desenho não-colorido).
• Vert (Verde), conhecido como sinople, ou ainda vênus (príncipes e reis), ou esmeralda (nobres titulados). Pode ser representado pela cor verde (em desenhos coloridos), ou por várias linhas diagonais, da direita para a esquerda, em desenho não-colorido).
• Gules ou goles (Vermelho), também chamado de marte (brasões de príncipes) ou rubi (brasões de nobres titulados). Pode ser representado pela cor vermelha (em desenhos coloridos), ou por várias linhas verticais, em desenho não-colorido).
• Sable (Preto), também conhecido como saturno (armas reais) ou diamantes (brasões de nobreza titulada). Pode ser representado pela cor preta (em desenhos coloridos), ou por várias linhas verticais e horizontais sobrepostas, formando pequenos quadrados, em desenho não-colorido).
• Purpure (Púrpura), ainda conhecido como ametista ou jacinto. Pode ser representado pela cor púrpura (em desenhos coloridos), ou por várias linhas diagonais, da esquerda para a direita, em desenho não-colorido).

Não-tradicionais

Três cores não tradicionais em heráldica foram introduzidas posteriormente especialmente na heráldica Britânica. Apelidadas de "manchas" (tradução literal da expressão Inglesa "stains"), são elas:

• Murrey
• Sanguinho
• Tenné

Outras cores pouco frequentes usadas principalmente na Europa são o Azul Celeste, Carnação, Cendrée e Laranja.

Peles

• Arminhos, um fundo branco com diversas cópias de um desenho, conhecido como mosqueta, que representa a pele do arminho em preto.
• Contra-arminhos, o inverso do Arminho
• Veiros, um padrão azul e prata (tiras brancas horizontais, com campânulas azuis) com leve semelhança a foguetes azuis desenhado por uma criança em tiras brancas. Podem ser usados outros esmaltes, sendo sempre um metal e uma cor. É importante visualizar esse desenho, que tem propriedades bem específicas.
• Contra-veiros, desenho semelhante ao anterior, onde os "foguetes" estão apontando em direção oposta. É importante visualizar esse desenho, que tem propriedades bem específicas.

Outro termo utilizado, normalmente para peças é da sua cor, que indica que as cores serão representadas de forma aproximada à natural.

Normas

Por norma não se devem sobrepôr metais sobre metais, nem cores sobre cores. No caso das peles, estas podem ser sobrepostas em metais e cores. Existem, porém, exceções, como ao aplicar uma peça sobre duas partições, cada uma de um tipo de esmalte.

Representação em preto e branco

Existem representações padronizadas em preto e branco para todas os esmaltes, o que possibilita o desenho correto dos brasões em preto e branco. Importante salientar que a direita e a esquerda de um escudo, é interpretada na perspectiva do utilizador do escudo, e não do observador do escudo.

• Gules, linhas verticais
• Azure, linhas horizontais
• Vert, linhas diagonais da direita superior para a esquerda inferior do desenho (sinistra para dextra).
• Sable, quadriculado
• Purpure, linhas diagonais da direita inferior para a esquerda superior do desenho.
• Argent, sem nada, branco
• Or, Pontilhado
• Para as peles, representações quase que diretas das suas padronagens.

Ligações externas

• Página do Armorial
• Página do Atelier Heráldico

Ver também

• Partes do escudo

Referências

• SOUSA, Manuel de, As Origens dos Apelidos das Famílias Portuguesas, Ed. SporPress, Mem Martins, 2003