Movimento antiaborto: diferenças entre revisões

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==Movimento de oposição (pró-escolha)==
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Os movimentos que defendem a legalização do [[aborto]] (ou a "despenalização da prática da interrupção voluntária da gravidez", como preferem chamar) se designam como [[pró-escolha]], e às vezes costumam usar expressões como ''pró-prisão'' e ''antiescolha'' para se referir pejorativamente aos movimentos pró-vida. Alegam que o direito de escolha da mãe é superior ao direito à vida do filho.
Os movimentos que defendem a legalização do [[aborto]] (ou a "despenalização da prática da interrupção voluntária da gravidez", como preferem chamar) se designam como [[pró-escolha]], e às vezes costumam usar expressões como ''pró-prisão'' e ''antiescolha'' para se referir pejorativamente aos movimentos pró-vida. Uma das linhas de argumentação deste movimento é que o direito de escolha da mãe é superior ao direito à vida do filho.


==Ex-ativistas "pró-escolha"==
==Ex-ativistas "pró-escolha"==

Revisão das 19h57min de 13 de fevereiro de 2009

 Nota: Se procura uma instituição mística/filosófica, veja Pró-Vida.
Cartaz contra o aborto durante a visita do papa Bento XVI ao Brasil.

São denominados pró-vida movimentos que se declaram em defesa da dignidade da vida humana, conhecidos principalmente por sua oposição à prática do aborto induzido (consideram que o termo "interrupção voluntária da gravidez" trata-se de eufemismo por não remeter à morte fetal). Diversos grupos e indivíduos atuam em campanhas pró-vida, de religiosos a laicos, incluindo médicos, cientistas, advogados, e pessoas das mais diversas ocupações e ideologias.

O movimento é conhecido internacionalmente como pro-life, termo utilizado em países de língua inglesa para defender o direito fundamental à vida, incluindo a vida intra-uterina, como valor universal. Sua principal argumentação contra o aborto baseia-se nas descobertas científicas, sobretudo da Embriologia e da Genética[1], de que a vida humana começa na fecundação, e na filosofia do "respeito à vida inocente".

Originalmente referia-se principalmente a campanhas de antiaborto, mas agora cobre outros aspectos bioéticos tais como eutanásia, clonagem humana, pesquisas de células-tronco, e pena de morte.

A grande maioria das ações de movimentos pró-vida é pacífica, realizando manifestações, campanhas de oração, esclarecimento e todo tipo de auxílio a mães que pensam em abortar. Em casos extremos, no entanto, alguns indivíduos de movimentos autodesignados "pró-vida" levam a cabo ataques a clínicas onde se pratica aborto, e a profissionais que nelas trabalham. Esses ataques algumas vezes incluíram, por parte de radicais, o uso de bombas e armas mortíferas (designadamente nos Estados Unidos da América, em França e no Canadá).

Movimento de oposição (pró-escolha)

Os movimentos que defendem a legalização do aborto (ou a "despenalização da prática da interrupção voluntária da gravidez", como preferem chamar) se designam como pró-escolha, e às vezes costumam usar expressões como pró-prisão e antiescolha para se referir pejorativamente aos movimentos pró-vida. Uma das linhas de argumentação deste movimento é que o direito de escolha da mãe é superior ao direito à vida do filho.

Ex-ativistas "pró-escolha"

Alguns dos maiores ativistas pró-vida são, na verdade, ex-militantes pró-escolha que, ao se depararem em algum momento com fortes questões relacionadas ao aborto ou outras situações, mudaram radicalmente sua opinião.

Como principais exemplos, tem-se:

Bernard Nathanson

Bernard Nathanson (1926 - ) foi um dos três fundadores da NARAL, organização que teve grande importância no movimento de legalização do aborto nos Estados Unidos, no começo da década de 1970. Especialista em ginecologia e obstetrícia, dirigiu, por 2 anos, a "Center for Reproductive and Sexual Health", considerada na época a maior clínica de abortos do mundo ocidental. Segundo seus cálculos, foi responsável, direta ou indiretamente, por mais de 60 mil abortos, tendo feito diretamente 5000, incluindo de um filho seu. [2]

Segundo seus relatos, no final da década de 1970 passou por um profundo momento de crise profissional/existencial ao começar a estudar embriologia, e ter acesso à então nova tecnologia da ultra-sonografia, que dava acesso à visualização da vida do feto no útero materno. Passou, então, a atuar publicamente contra o aborto, tendo produzido um famoso documentário utilizado em todo o mundo em campanhas pró-vida, "O Grito Silencioso", no qual mostra, em ultrassom, um aborto "pelo ponto de vista de um feto de doze semanas".

Nathanson declarava-se um "pró-vida ateu" até meados dos anos 90, quando converteu-se ao catolicismo [3].

Norma Maccorvey

Norma Maccorvey (1947 - ) foi uma personagem central na famosa decisão judicial "Roe vs. Wade", que legalizou o aborto nos Estados Unidos, em 1973. Na época com 21 anos, Norma, sob o pseudônimo de Roe, recorreu à Suprema Corte americana para exigir o direito de abortar uma filha, alegando ter sido vítima de estupro (anos mais tarde, ela admitiria que não havia sido estuprada, mas foi induzida pelos advogados a "inventar" uma história de estupro para causar mais comoção pela causa).

Em 1980, Norma revelou sua verdadeira identidade publicamente. Passou a trabalhar em clínicas de aborto e, em 1994, escreveu um livro em que assumiu ser lésbica e descreveu a jogada jurídica pela qual foi levada na decisão de 1973. Após alguns anos de desilusão com os rumos que a permissão ao aborto havia tomado, com o abortamento em massa de milhões de fetos no país, resolver rever suas idéias. Após alguns períodos de crise, converteu-se ao cristianismo em 1995, passando a lutar veementemente contra o aborto[4].

Nos anos 2000, Norma passou a empenhar-se por reverter a situação judicial da qual foi pivô em 1973. Nesta época, divulgou um pequeno vídeo no site "Youtube", na qual fala um pouco sobre aquela decisão e divulga a campanha de orações "40 days for life" ("40 dias pela vida"). Constantemente, protagonisa também comerciais pró-vida na TV americana.

Sandra Cano

Sandra Cano foi a protagonista do caso "Doe vs. Bolton", semelhante e contemporâneo ao "Roe vs. Wade", porém com menor repercussão. Também foi levado à Suprema Corte dos EUA, colaborando para a legalização do aborto em 1973.

Assim como hoje é Norma Maccorvey, Sandra Cano ("Mary Doe") é ativista pró-vida e apresentou uma moção à Suprema Corte em 2003, tentando reverter o caso de 1973, no qual ela alega ter sido usada inapropriadamente[5].

Referências

  1. Ferreira, A. T. (2005). A origem da vida e do ser humano e o aborto.
  2. Nathanson, B. N. "Eu fiz 5000 mil abortos" (Conferência proferida no Colégio Médico de Madrid).
  3. Nathanson M.D., Bernard. The Hand of God. Regnery Publishing, Inc.: Washington D.C., 1996
  4. Norma McCorvey - Wikipedia
  5. Doe v. Bolton - Wikipedia

Ligações externas

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