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Revisão das 01h02min de 2 de maio de 2009
Fausto Wolff | |
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Nascimento | 8 de julho de 1940 Brasil Santo Ângelo, RS |
Morte | 5 de setembro de 2008 Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | jornalista, escritor |
Fausto Wolff, pseudônimo de Faustin von Wolffenbüttel[1] (Santo Ângelo, 8 de julho de 1940 — Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2008) foi um jornalista e escritor brasileiro.
Biografia
Fausto Wolff começou a trabalhar aos catorze anos de idade como repórter policial e contínuo do jornal Diário de Porto Alegre. De família humilde, mudou-se para o Rio de Janeiro aos dezoito anos.[1]
No Rio, chegou a manter três colunas simultâneas, escrevendo sobre televisão no Jornal do Brasil, sobre teatro na Tribuna da Imprensa e sobre política no Diário da Noite. Suas opiniões polêmicas e independentes também começaram a aparecer na TV, com o Jornal de Vanguarda de Fernando Barbosa Lima a partir de 1963.
Em 1968, atingido pela censura do governo militar, Fausto Wollf exilou-se na Europa, onde passou 10 anos, na Dinamarca e na Itália. Ainda no exílio, foi um dos editores de O Pasquim, além de diretor de teatro e professor de literatura nas universidades de Copenhague e Nápoles.[1]
Na volta ao Brasil, com a Anistia de 1978, trabalhou em jornais como O Globo e Jornal do Brasil[2] , mas em seguida passou a dedicar-se apenas à imprensa independente, em especial a O Pasquim. Apoiou Brizola em sua eleição para o governo do estado do Rio de Janeiro em 1982 e, a partir dessa experiência, organizou o volume "Rio de Janeiro, um Retrato: a Cidade Contada por seus Habitantes" (1985), considerado um dos mais completos retratos sociológicos da cidade.
A partir daí, longe do cotidiano das redações de jornais, dedicou-se à literatura, também se responsabilizando pela tradução de algumas obras. Voltou a colaborar para o Pasquim através da reedição do periódico, lançada em 1 de abril de 2002 e rebatizada de Pasquim 21.[3] Em 1999, participou da revista de humor e política Bundas, onde assinava uma irônica coluna com o pseudônimo de Nataniel Jebão, um colunista social direitista e defensor da corrupção do poder.
Em seus últimos anos, manteve uma coluna diária no "Caderno B" do Jornal do Brasil.[4]
Internado em 31 de agosto de 2008 com hemorragia digestiva, morreu por disfunção de múltiplos órgãos, no Rio de Janeiro, em 5 de setembro de 2008.[1]
Prêmios
Fausto Wolff ganhou em 1997 o Prêmio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileiro do Livro, por seu romance À Mão Esquerda [5]. Voltou a ficar entre os dez finalistas do Jabuti em mais duas oportunidades: em 2004 na categoria Poesia [6] e em 2006 na categoria Contos, com A Milésima Segunda Noite.[7]. Em 2008 foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura.[8]
Cinema
Fausto Wolff teve também algumas participações no cinema [9]. Em 1977 foi co-roteirista do filme dinamarquês Jorden er flad, no qual igualmente foi ator. Fez ainda pequenos papéis em filmes dirigidos por amigos seus - como Tanga (Deu no New York Times?) (1987), do cartunista Henfil; Natal da Portela (1988) e O Viajante (1999), ambos de Paulo César Saraceni.
Obras publicadas
- 2008: Olympia (Editora Leitura)
- 2007: Branca de neve e outras Histórias (Tradução, original dos Irmãos Grimm)
- 2005: A Milésima Segunda Noite (Bertrand Brasil)
- 2004: A Imprensa Livre de Fausto Wolff (L&PM)
- 2003: Gaiteiro Velho (Bertrand Brasil)
- 2002: O Ogre e o Passarinho (Atica)
- 2001: O Pacto de Wolffenbüttel e a Recriação do Homem (Bertrand Brasil)
- 2000: O Lobo Atrás do Espelho: (o romance do século) (Bertrand Brasil)
- 2000: Cem poemas de amor: e uma canção despreocupada (Bertrand Brasil)
- 1998: O Nome de Deus: 10 Histórias (Bertrand Brasil)
- 1997: O Homem e Seu Algoz: 15 histórias (Bertrand Brasil)
- 1997: Detonando a Notícia: como a Mídia Corrói a Democracia Americana (Tradução, original de James Fallow)
- 1996: À Mão Esquerda (Civilização Brasileira)
- 1988: ABC do Fausto Wolff (L&PM)
- 1984: Carta (com pretensão de conto) de um autor aos estudantes (Companhia Editora Nacional)
- 1984: Tristana: a maior gota d'água do mundo (Companhia Editora Nacional)
- 1982: Os Palestinos: Judeus da 3ª Guerra Mundial (Alfa-Omega)
- 1982: O Dia em que Comeram o Ministro (Codecri)
- 1979: Sandra na Terra do Antes (Codecri) (reeditado pela Civilização Brasileira, 1996)
- 1978: Matem o cantor e chamem o garçom (Codecri)
- ????: O Sorriso Distante (co-autor Anita Brookner) (Bertrand Brasil)
- 1966: O Acrobata Pede Desculpas e Cai (José Alvaro Editores) (rreditado pela Codecri, 1980)
Sobre o autor
O interesse sobre o autor se estende também à área acadêmica, onde existem três dissertações de mestrado defendidas sobre a obra de Fausto Wolff:
Carlos José Pinheiro Teixeira. Escrita liminar em tempos de neblina: uma leitura de À mão esquerda, de Fausto Wolff. UFRN, 01/04/2004.
Eunice Esteves. Vozes e imagens na escrita de Fausto Wolff: relações intertextuais com Shakespeare, Poe, Stevenson e Conan Doyle. PUC Minas, 01/03/2004.
Fabio Eduardo G. Soares. Forma Literária e forma Social: fragmentação e totalidade em À Mão Esquerda, de Fausto Wolf. UFSC, 01/07/2005.
Ligações externas
- Sítio oficial do autor
- "A última crônica" (publicada originalmente em 21 de agosto e republicada em 7 de setembro de 2008)
Referências
- ↑ a b c d «Morre Fausto Wolff, ex-editor de "O Pasquim"». Consultado em 6 de setembro de 2008
- ↑ «Morre o jornalista Fausto Wolff, ex-editor de 'O Pasquim'». Consultado em 8 de setembro de 2008
- ↑ «"Pasquim 21" será lançado em São Paulo no dia 1º de abril». Consultado em 7 de setembro de 2008
- ↑ «Obituário: Fausto Wolff, escritor e colunista do Jornal do Brasil». Consultado em 7 de setembro de 2008
- ↑ http://www.cbl.org.br/modules/jabuti.php?ano=1997
- ↑ http://www.cbl.org.br/news.php?recid=1098&hl=wolff
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u62369.shtml
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u413437.shtml
- ↑ Filmografia no IMDb