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Revisão das 23h14min de 9 de julho de 2009

Tijolos maciços empilhados.

O tijolo (do espanhol tejuelo, diminutivo de tejo - caco de telha) é um produto cerâmico, avermelhado, geralmente em forma de paralelepípedo e amplamente usado na construção civil, seja em empreendimentos populares ou de alto padrão (especialmente no Brasil, onde a racionalização da construção não se encontra em estado avançado). É considerado um dos principais materiais construtivos, assim como a alvenaria de tijolos é uma das técnicas mais difundidas na construção popular. O tijolo é originalmente fabricado com argila, de cor avermelhada, podendo ser maciço ou furado. Atualmente, por motivos ecológicos, está se voltando a atenção para o adobe e Bloco de Terra Comprimida, por não precisarem de cozimento e poderem ser feitas no local.

História

Painel decorativo num palácio sumério, em Susa.

Os vestígios mais antigos de tijolos datam de 7500 a.C.; foram encontrados em Çayönü, no sudeste da Anatólia, na Turquia. Em descobertas mais recentes, foram encontrados tijolos de 7000 e 6395 a.C., em Jericó e em Çatalhüyük, respectivamente. A partir de dados recolhidos nestas e outras descobertas arqueológicas, foi concluído que os tijolos cozidos (em detrimento dos tijolos secos ao sol - adobe) foram inventados no terceiro milénio antes do nascimento de Cristo, no Médio Oriente. Os tijolos foram uma inovação tecnológica importante, pois permitiram erguer edifício resistentes à temperatura e à humidade, numa altura em que o Homem deixou de ser nómada, passando a ter a necessidade de possuir construções resistentes e duráveis. Por volta do ano de 1200 a.C., o fabrico de tijolos generalizou-se na Europa e na Ásia.

Mohenjo-daro, no Paquistão.

Na região dos rios Tigre e Eufrates, os tijolos começaram a ser utilizados há mais de cinco mil anos. Isto deve-se sobretudo à grande escassez de rocha e madeira nessa região, o que fez com que as populações aderissem a outros materiais construtivos, como por exemplo o tijolo. Também na Suméria o material de eleição foi o tijolo; tinham uma forma arredondada e não eram unidos com argamassa, nem com cimento. Para tornar os edifícios mais seguros e resistentes os espaços vazios eram preenchidos com betume, palha e ervas.

Também no Antigo Egipto e na civilização do Vale do Indo o tijolo era um material muito utilizado. Esse facto pode ser observado nas ruínas de Buhen, Mohenjo-daro e Harappa, por exemplo. As dimensões dos tijolos encontrados tinham uma razão de 4:2:1; estas são as dimensões ideais para este tipo de elemento construtivo.

Túmulo romano na Via Apia, em Roma, onde é utilizado o tijolo romano.

Os romanos adoptaram também o tijolo e desenvolveram um novo tipo - tijolo romano. Este foi um dos principais elementos de construção dos edifícios do Império. Tinham uma forma um pouco fora do habitual, pois eram bastante compridos (6:2:1). Frank Lloyd Wright, arquitecto americano do século XX, utilizou este tipo de tijolo em muitas das suas obras.

Catedral de Roskilde, na Dinamarca, é um exemplo de gótico báltico.

No século XII, os tijolos produzidos no norte de Itália foram levados para a Alemanha, onde se adquiriram um importante papel na arquitectura. O chamado Gótico Báltico foi uma variação do estilo gótico onde o tijolo era o principal elemento construtivo. Teve um grande impacto nos países nórdicos devido à falta de pedra. Podem-se encontrar exemplos destes edifícios na Dinamarca, Alemanha, Polónia ou Rússia.

Durante o Renascimento e o Barroco, as paredes de alvenaria de tijolo não eram apreciadas. Porém, não foi razão para se deixar de utilizar este material; as paredes eram revestidas a gesso, no interior e exterior do edifício, de maneira a que não se percebesse a natureza do material utilizado. Já no século XVIII, as paredes de tijolo voltaram a ser aceites esteticamente.

A Revolução Industrial trouxe a produção em massa de tijolos. As pequenas oficinas que produziam tijolos desapareceram para dar lugar a grandes fábricas, com fornos enormes, que tornavam a produção de tijolos mais rápida e barata. O uso do tijolo foi generalizado; por toda a Europa apareciam novas fábricas que precisavam de ser erguidas e a indústria dos tijolos expandiu-se largamente.

No século XX, no pré guerra, o tijolo foi posto de parte, passando o aço e o betão a serem os elementos construtivos de eleição. Hoje me dia, a utilização de tijolos está cada vez mais em desuso, mas não abandonada; passou a ter uma função meramente decorativa, em detrimento da função estrutural de outrora.

Fabrico

Os tijolos podem ser fabricados ou feitos a partir de argila, argila xistosa, silicato de cálcio ou cimento;a argila é a matéria mais comum. Em 2007, foi inventada uma nova forma de fazer tijolos tendo como base cinzas volantes[1].

Depois da argila ser extraída, normalmente do fundo de um rio próximo ao local de fabricação, esta passa por uma fase de apodrecimento ou purificação; nesta fase, o objectivo é livrar a argila de impurezas e substâncias estranhas.

Logo após, a argila é preparada, amassada com agua e triturada em uma maquina conhecida como picador, ou, ainda, é amassada e aglutinada por tração animal.

Segue a argila por uma esteira ou transportada por tração animal/humana a fase de modelação, em que a argila é moldada em paralelepípedos, através de cilindros e ferramentas de corte.

Depois da argila ser moldada, ela é posta para secar no sol por um periodo de 1 a 2 dias, e, para finalizar, os blocos de argila são cozidos em fornos que usam como combustivel lenha, pó de serragem, lixo corporativo, lixo de gráficas, tendo seu tempo médio de cosimento em torno de 3 dias.

Após o cosimento, os tijolos são postos para secar por ação do tempo ou por ventiladores industriais e, logo após, lançados ao comercio e uso.

Tipos de tijolo

Tijolo furado.

Segundo a massa, os tijolos estão divididos nas seguintes tipologias:

Segundo o material utilizado, os tijolos estão divididos nas seguintes tipologias:

Nas olarias brasileiras, os tipos mais comuns de fabricação de tijolos são os tijolos com furos, podendo variar de 4, 6 ou 8 furos, ou ainda, usando o tijolo sem furos, conhecido popularmente como tijolinho.

Também nas olarias brasileiras, os tijolos são classificados por sua cor, sendo os mais claros os cosidos, o qual se atribui um valor financeiro mais alto, os mais escuros de recosidos, o qual se atribui um valor financieiro mais baixo, e, logo após, vem os tijolos defeituosos, o qual, cabe ao dono da olaria julgar se podem ser aproveitados ou não e, caso apareça um comprador disposto a levar as sobras, atribuir um preço por elas.

Geometria

A forma de um tijolo é, normalmente, um prisma rectangular. Os dois planos maiores são chamados base, os dois planos laterais são os lados, e os outros dois, os mais pequenos, são as faces. Geralmente o comprimento da base é duas vezes maior que o comprimento da face (na prática é duas vezes o comprimento da face mais o espaço ocupado pelas juntas). Este tipo de tijolo é chamado tijolo Burro[2]. As suas dimensões típicas são 0,25 x 0,23 x 0,20 x 0,11 x 0,10 x 0,09 x 0,07 m (a altura pode variar).

Aparelho

Aparelho francês.
Aparelho à meia vez "esquerda-direita".
Aparelho ao alto ou ao cutelo.
Aparelho à meia vez "frente-trás".
Ver artigo principal: Aparelho

O chamado tijolo burro, divido às suas dimensões regulares, presta-se a uma vasta gama de aparelhos:

  • Aparelho à meia vez - consiste em colocar uma fila de tijolos, e a fila superior fica deslocada "meio tijolo" para o lado; a fila que se sucede vai ter a mesma configuração da primeira.
  • Aparelho francês - consiste em colocar pares de tijolos alternadamente (em filas) "esquerda-direita" / "frente-trás".
  • Aparelho inglês - igual ao aparelho francês, mas a posição também se altera nas próprias filas.
  • Aparelho ao alto ou ao cutelo - semelhante ao aparelho à meia vez, mas o tijolo encontra-se na vertical
  • etc.

Tijolos inteligentes

Cientistas da Universidade de Illinois[3], nos EUA, criaram um tipo de tijolo que tem a capacidade de monitorizar de perto, ou melhor, faz parte do elemento monitorizado. O objectivo principal destes tijolos é assegurar a resistência de uma parede, por exemplo. O método de utilização é bastante simples: são colocados vários tijolos, em pontos distintos de um edifício, no meio de tijolos normais; esses tijolos estão ligados a uma rede que depois faz medições de oscilações e possíveis deslocamentos da estrutura. Desta forma pode-se prevenir grandes desastres e prevenir dos efeitos de catástrofes naturais, como por exemplo sismos ou tornados.

Ligações externas

Ver também

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Referências