Xalimego: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
D'ohBot (discussão | contribs)
m Bot: Adicionando: it:Lingua fala
Maañón (discussão | contribs)
Linha 33: Linha 33:
A '''fala da Extremadura''' ou '''fala de Xálima''' é uma variedade lingüística do [[galego-português]] usada por cerca de 10 500 pessoas na parte mais ocidental da [[província de Cáceres]], na [[Espanha]], junto à [[A Raia|fronteira]] [[portugal|portuguesa]].
A '''fala da Extremadura''' ou '''fala de Xálima''' é uma variedade lingüística do [[galego-português]] usada por cerca de 10 500 pessoas na parte mais ocidental da [[província de Cáceres]], na [[Espanha]], junto à [[A Raia|fronteira]] [[portugal|portuguesa]].


É utilizada numa área conhecida por vale de Xálima (ou Jálama) ou vale do rio Ellas (o Eljas), no noroeste da província de [[Cáceres]], na região espanhola da [[Extremadura]]. Foi declarada bem de interesse cultural pela administração da [[Extremadura]] em [[20 de março]] de [[2001]].
É utilizada numa área conhecida por vale de Xálima (ou Jálama) ou vale do rio Ellas (o Eljas), no noroeste da província de [[Cáceres]], na região espanhola da [[Extremadura]]. Foi declarada [[Bem de Interesse Cultural (Espanha)|Bem de Interesse Cultural]] pela administração da [[Extremadura]] em [[20 de março]] de [[2001]].


É também conhecida por '''galego da Extremadura'''.
É também conhecida por '''galego da Extremadura'''.

Revisão das 18h05min de 2 de agosto de 2009

Fala de Xálima
Falado(a) em: Espanha
Região: Província de Cáceres, região de Vale de Xálima, nas povoações de Valverdi du Fresnu, Ellas e Sa Martín de Trebellu
Total de falantes: 10500
Família: Indo-europeia
 Itálica
  Românica
   Italo-ocidental
    Ocidental
     Galo-ibérica
      Ibero-românica
       Ibero-ocidental
        Galaico-Português
         Fala de Xálima
Códigos de língua
ISO 639-1: fax
ISO 639-2: ---
Placa toponímica em Eljas
Placa escrita em castelhano e na fala, em baixo, em São Martinho de Trebelho

A fala da Extremadura ou fala de Xálima é uma variedade lingüística do galego-português usada por cerca de 10 500 pessoas na parte mais ocidental da província de Cáceres, na Espanha, junto à fronteira portuguesa.

É utilizada numa área conhecida por vale de Xálima (ou Jálama) ou vale do rio Ellas (o Eljas), no noroeste da província de Cáceres, na região espanhola da Extremadura. Foi declarada Bem de Interesse Cultural pela administração da Extremadura em 20 de março de 2001.

É também conhecida por galego da Extremadura.

Tradicionalmente, não existe um nome único que abranja as três variantes que se falam em cada um dos três concelhos do vale. Os nomes populares são:

Segundo alguns filólogos, existe uma forte relação entre estas falas e os dialectos portugueses falados no Concelho do Sabugal, em Portugal.

Falantes

No vale, existem cerca de 5000 falantes destas três variantes. Como consequência da emigração, existem à volta de 3000 naturais da região que vivem fora e que mantêm o uso familiar da língua. Regressam no verão, reforçando a utilização do idioma.

A fala é a língua habitual da população, com a excepção dos funcionários do estado, da polícia e de outras pessoas vindas de fora do vale. Não há perda linguística com as gerações mais novas, ainda que Valverde se possa dizer ser o concelho mais castelhanizado. A partir de 1960, o número de castelhanismos na língua falada aumentou progressivamente, devido à escola, ao serviço militar e aos meios de comunicação.

Estudos

As primeiras referências filológicas conhecidas sobre a fala foram realizadas por Fritz Krüger, em 1925, e por Otto Fink, em 1929, ao estudarem o castelhano dialectal da zona. José Leite de Vasconcelos realizou uma outra investigação entre 1929 e 1933, ainda mostrando fenómenos que nunca voltaram a registar-se nos estudos seguintes, que a aproximava do Português, sendo então a opinião de se tratar de um dialecto do Português unânime.

O primeiro investigador a referir-se a esta fala como de origem galega, comparando-a com os forais de Castelo-Rodrigo (1209) e relacionando-a com a possível chegada de povoadores galegos à zona nos séculos XII e XIII foi Lindley Cintra, em 1959: "O falar fundamentalmente galego, mas com leonesismos, de Castelo Rodrigo e Riba-Coa no séc. XIII, o falar também essencialmente galego da região de Xalma, outra coisa não são, segundo creio, do que falares destes núcleos de repovoadores galegos tão frequentemente recordados pela toponímia". Clarinda de Azevedo também se refere a esta repovoação, afirmando a sua relação com um galaico-português arcaico e portanto maior proximidade com o Galego actual. José Luis Martín Galindo crê que as falas são anteriores a uma possível repovoação galega, mas esta tese não conquistou muitos partidários.

Xosé Henrique Costas González nos seus estudos afirma a galeguidade destas falas estabelecendo a sua origem na repovoação por galegos nos séculos XII e XIII e a interferência de leonesismos como consequência dum longo contacto com o leonês. A existência de palavras galegas na Serra de Gata e no sudoeste de Salamanca poderia indicar que a extensão da fala na Idade Média tivesse sido maior do que na actualidade. Frías Conde também se mostra partidário da galeguidade destas falas. José Enrique Gargallo Gil fala de um galego-português fronteiriço e arcaizante, admitindo uma maior vinculação com o galego de que com o português. Juan Manuel Carrasco González classifica a fala como a terceira variedade do galego-português.

No ano de 1999, celebrou-se un congresso sobre a Fala, com a intervenção dos principais investigadores.

Sondagens sociolinguísticas

Em 1992, uma sondagem realizada por José Enrique Gargallo Gil (professor da Universidade de Barcelona) a alunos falantes da fala revelou os seguintes dados, relativamento ao uso do Castelhano no seio familiar:

  • 4 dos 29 entrevistados de São Martinho de Trebelho usam o Castelhano quando falam com a família
  • em Elas, o número desce para apenas 3, em 54 entrevistados
  • em Valverde, 25 de 125 entrevistados usa o Castelhano neste contexto

Em 1993, foi publicada uma sondagem no número 30 da Revista Alcántara, realizada por José Luis Martín Galindo, que mostrava as seguintes percentegens de auto-identificação, em São Martinho de Trebelho:

  • Dialecto do Castelhano: 13%
  • Dialecto do Português: 20%
  • Língua autónoma: 67%

Deve salientar-se que na referida sondagem participaram apenas 20 pessoas, num total de 960 habitantes, não existindo a hipótese de responder "Galego" ou "variante do Galego". A ausência destas opções era lógica na altura, dado que as teorias da possível relação com o Galego eram recentes.

Em 1994, um novo estudo indica que 80% dos entrevistados aprendeu a falar Castelhano na escola, sendo a percentagem do uso da fala na família como se segue:

Ligações externas

Predefinição:Portal-lingüística