Taifa de Albarracín: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Maañón (discussão | contribs)
de wiki.es
 
Nuno Tavares (discussão | contribs)
m ++cat
Linha 48: Linha 48:
[[Categoria:Taifas]]
[[Categoria:Taifas]]
[[Categoria:História de Aragão]]
[[Categoria:História de Aragão]]
[[Categoria:Albarracín]]


[[an:Taifa d'Albarrazín]]
[[an:Taifa d'Albarrazín]]

Revisão das 02h14min de 15 de agosto de 2009

Reis taifas de Albarracín

Dinastia Banu Razin (1012-1069)

Localização da Taifa de Albarracín.

A taifa de Albarracín ou de Sahla foi um pequeno reino de taifa estabelecido em torno do município de Albarracín (Aragão) e da sua serra pela dinastia berbere dos Banu Razin —pertencente à tribo de Hawwara— chegados à península Ibérica com a conquista de Tariq e estabelecidos em Córdova no século VIII.

Século XI

Originalmente, a linhagem berbere dos Banu Razin, assentaram-se na corte do Emirado de Córdova, para posteriormente assentar-se entre a serra de Albarracín os Montes Universales. Nesta região estabeleceram um senhorio que, nem sempre submetidos ao domínio de Córdova, afiançou-se como taifa independente com a chegada ao poder de Abu Muhammad Hudayl ibn al-'Asla ibn Razin ao redor de 1010, por causa da decomposição do Califado de Córdova; se bem que nominalmente reconheciam-se súditos dos efêmeros califas durante a fitna de Al-Andalus Hisam II e Sulayman al-Mustain, quem reconheceu os domínios de Hudayl ibn Razin.

Vista de Albarracín desde o castelo, antigo alcácer muçulmano

A taifa de Albarracín ocupava aproximadamente a parte de sudoeste da atual província de Teruel, e os seus domínios estenderam-se até Calamocha e Pancrudo a norte, Gúdar e Jarque a leste, Camarena de la Sierra e Teruel ao sudeste, e Castielfabib a sul; ocupando as bacias do rio Alfambra, o Guadalaviar e o alto Jiloca para norte até Monreal del Campo e Poyo del Cid.

Hudayl e os seus descentes, os Banu Razin, dominaram a taifa até a sua extinção, embora o primeiro monarca de Albarracín devesse de se enfrentar com as ambições dos Tuyibidas e Hudidas de Saragoça, que pretenderam anexar o pequeno reino. Apesar da prosperidade e firmeza de Hudayl para estender a sua taifa na primeira metade do século XI, certas fontes aludem à sua excessiva dureza e até mesmo crueldade. O certo é que a Taifa de Albarracín assentou-se durante trinta anos numa encruzilhada política muito complicada, entre as poderosas taifas de Saragoça e Toledo e próxima e relacionada à desejada taifa de Valência.

Hudayl I foi sucedido por Abd al-Malik em 1045, que se viu obrigado a pagar párias a Afonso VI de Leão e Castela para manter a sua autonomia até 1086, ano em que, com a derrota do rei castelhano-leonês na Batalha de Zalaca, Abd al-Malik deixou de lhe pagar párias. Contudo, em 1090 chegaria El Cid a estas terras, às que fez tributárias. Frente da negativa de Abd al-Malik a pagar as párias ao Campeador, este decidiu conquistar Albarracín e unir a sua mesnada as tropas de Abd al-Malik com o objeto de aunar forças para assediar Valência em 1094.

Mas sem finalizar o seu apoio ao Cid no assédio de Valência, Abd al-Malik passou a unir-se aos almorávidas com objeto de reconquistá-la para o islão, somando-se à iniciativa de outros aliados, como os reis taifas de Lérida, Tortosa ou Alpuente. Por esta razão Abd al-Malik foi atacado e derrotado pelo Cid em Quart.

Vista da medina murada (chamada atualmente castelo) de Albarracín.

Abd al-Malik foi sucedido por Yahya Husam ad-Dawla[1] em 1103, derrocado pelo governador almorávida de Valência Abū Abd Allāh Muhammad ibn Fātima em abril de 1104,[3] com o que a Taifa de Albarracín perdia a sua independência no contexto do período das primeiras taifas. A partir de então, os Banu Razin mudaram-se para Valência.

Século XII

Uns sessenta anos depois, por volta de 1170, Muhammad ibn 'Abd Ajoāh ibn Sano'd ibn Mardāniš, conhecido pela alcunha de Rei Lobo, traspassou o território ao Senhor de Estella, Pedro Ruiz de Azagra, possivelmente fruto do pagamento pelos serviços prestados pelo rei de Navarra.

Deste jeito foi estabelecido o senhorio de Santa María de Aben Razin (Senhorio de Albarracín), um território soberano encravado entre o Reino de Castela e o Reino de Aragão em mãos de um feudatário do Reino de Navarra.

  • BOSCH VILÁ, Jacinto (1959), Albarracín musulmán. El reino de Taifas de los Beni Razín, hasta la constitución del señorío cristiano, Em: Almagro, Martín, Historia de Albarracín y su sierra, Tomo II, Parte Primera, Teruel, IET Consejo Superior de Investigaciones Científicas ISBN 978-84-00-00985-4 e ISBN 84-00-00985-1
  • MARTOS QUESADA, Juan, «Los reinos de Taifas en el siglo XI», em Ana I. Carrasco, Juan Martos e Juan A. Souto, Al-Andalus, Madrid, Istmo (Historia de España. Historia medieval, VI), 2009, pp. 147-272. ISBN 978-84-7090-431-8

Referências

  1. a b Biografia de Yahya
  2. Juan Martos Quesada, "Los reinos de Taifas en el siglo XI", op. cit., 2009, pág. 191.
  3. Jacinto Bosch Vilá. Los almorávides. Granada Universidade, 1990 ISBN 84-338-1069-3 pág. 166.

Ligações externas