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'''Daniel de La Touche''', sob o título de Senhor de La Ravardière, foi um experiente capitão da Marinha Francesa do século XVII. Nobre, de religião protestante, liderou a expedição francesa que, em 1612, deu início as pretensões de colonização no Norte do Brasil. Denominada de [[França Equinocial]], teve seu marco na fundação do "Fort Saint Louis" (Forte de São Luís), que atualmente chama-se "Palácio dos Leões" e abriga a sede do governo estadual em [[São Luís]], atual capital do [[Maranhão]]. La Touche oriundo de Poitou, na região do Loire, viveu grande parte de sua vida em [[Cancale]] com sua esposa, cidade portuária próxima de Saint-Mailo, no Norte da [[França]], na região da [[Bretanha]].
'''Daniel de La Touche''', sob o título de Senhor de La Ravardière, foi um experiente capitão da Marinha Francesa do século XVII. Nobre, de religião protestante, liderou a expedição francesa que, em 1612, deu início as pretensões de colonização no Norte do Brasil. Denominada de [[França Equinocial]], teve seu marco na fundação do "Fort Saint Louis" (Forte de São Luís), que atualmente chama-se "Palácio dos Leões" e abriga a sede do governo estadual em [[São Luís]], atual capital do [[Maranhão]]. La Touche oriundo de Poitou, na região do Loire, viveu grande parte de sua vida em [[Cancale]] com sua esposa, cidade portuária próxima de Saint-Mailo, no Norte da [[França]], na região da [[Bretanha]].


==A expedição==
== A expedição ==
Na época o rei da França era [[Henrique IV de França|Henrique IV]], a quem La Touche teria convencido sobre a importância de tomar posse das regiões não ocupadas pelos portugueses. La Touche conhecia bem a região pois em 1604 havia explorado as costas da Guiana com o navegador Jean Mocquet. Porém Henrique faleceu, deixando como sucessor seu filho [[Luis XIII]], ainda criança. A viúva de Henrique, Maria de Médici, assumiu a regência, de religião católica, impediu a expedição pelas diferenças religiosas com La Touche. Depois de algumas barganhas na corte, tendo angariado fundos com o almirante François de Rossilly, Senhor Almers (líder católico), e o senhor de Sancy, Nicolau de Herley, La Touche partiu de Cancale, em Março de 1612, com uma caravela e duas naus: "Saint-Anne", "Régente" e "Charlote", tripuladas por 500 homens, entre eles frades capucinhos, viajando por cinco meses completos, enfrentando os dissabores do mal tempo, talvez por não ter conseguido a benção do bispo, já que era protestante. Chegou em Setembro do mesmo ano, à "Montanha dos Canibais", um ponto elevado na Ilha Grande, domínio dos Tupinanbás.
Na época o rei da França era [[Henrique IV de França|Henrique IV]], a quem La Touche teria convencido sobre a importância de tomar posse das regiões não ocupadas pelos portugueses. La Touche conhecia bem a região pois em 1604 havia explorado as costas da Guiana com o navegador Jean Mocquet. Porém Henrique faleceu, deixando como sucessor seu filho [[Luis XIII]], ainda criança. A viúva de Henrique, Maria de Médici, assumiu a regência, de religião católica, impediu a expedição pelas diferenças religiosas com La Touche. Depois de algumas barganhas na corte, tendo angariado fundos com o almirante François de Rossilly, Senhor Almers (líder católico), e o senhor de Sancy, Nicolau de Herley, La Touche partiu de Cancale, em Março de 1612, com uma caravela e duas naus: "Saint-Anne", "Régente" e "Charlote", tripuladas por 500 homens, entre eles frades capucinhos, viajando por cinco meses completos, enfrentando os dissabores do mal tempo, talvez por não ter conseguido a benção do bispo, já que era protestante. Chegou em Setembro do mesmo ano, à "Montanha dos Canibais", um ponto elevado na Ilha Grande, domínio dos Tupinanbás.


==Papagaios Amarelos==
== Papagaios Amarelos ==
A saga é contada em detalhes no livro de Maurice Pianzola, "Les Perroquets Jaunes" (Os Papagaios Amarelos, traduzido em português), subtítulo de "Franceses à Conquista do Brasil / XVII Século", que foi adaptado ao cinema, em 2002 e assim produzido filme e documentário, sob a direção da suiça Emmanuelle de Riedmatten. Os índios tupinambás chamavam os franceses de papagaios amarelos, por serem loiros/ruivos e tagarelas diferentemente dos portugueses.
A saga é contada em detalhes no livro de Maurice Pianzola, "Les Perroquets Jaunes" (Os Papagaios Amarelos, traduzido em português), subtítulo de "Franceses à Conquista do Brasil / XVII Século", que foi adaptado ao cinema, em 2002 e assim produzido filme e documentário, sob a direção da suiça Emmanuelle de Riedmatten. Os índios tupinambás chamavam os franceses de papagaios amarelos, por serem loiros/ruivos e tagarelas diferentemente dos portugueses.


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Os franceses se coligaram aos tupinambás, o que os ajudaram a erguer a fortificação e uma pequena aglomeração de residências, já na expedição de La Touche, porém não foi o bastante para fazer frente a ofensiva portuguesa, liderada por [[Jerônimo de Albuquerque Maranhão]] e [[Alexandre Moura]], que expulsou os franceses da região no final do ano de 1615.
Os franceses se coligaram aos tupinambás, o que os ajudaram a erguer a fortificação e uma pequena aglomeração de residências, já na expedição de La Touche, porém não foi o bastante para fazer frente a ofensiva portuguesa, liderada por [[Jerônimo de Albuquerque Maranhão]] e [[Alexandre Moura]], que expulsou os franceses da região no final do ano de 1615.


==Carta Patente==
== Carta Patente ==
Pode-se observar um trecho de documento oficial da corte francesa delegando a La Touche poderes de colonização ao sul da Guiana: ''"de La Ravardière de La Touche, seu lugar-tenente-geral na terra da América, desde o rio das Amazonas até a ilha da Trindade, que teria feito duas viagens diversas às Índias para descobrir portos e rios próprios para abordar e estabelecer colônias, o que teria tão felizmente sucedido que, tendo chegado naquelas bandas, tinha facilmente disposto os habitantes das ilhas do Maranhão e da terra
Pode-se observar um trecho de documento oficial da corte francesa delegando a La Touche poderes de colonização ao sul da Guiana: ''"de La Ravardière de La Touche, seu lugar-tenente-geral na terra da América, desde o rio das Amazonas até a ilha da Trindade, que teria feito duas viagens diversas às Índias para descobrir portos e rios próprios para abordar e estabelecer colônias, o que teria tão felizmente sucedido que, tendo chegado naquelas bandas, tinha facilmente disposto os habitantes das ilhas do Maranhão e da terra
firme adjacente vista por ele tupinambás, tabajaras e outros a buscar nossa proteção"''
firme adjacente vista por ele tupinambás, tabajaras e outros a buscar nossa proteção"''


==Marcas deixadas no Maranhão==
== Marcas deixadas no Maranhão ==
O sonho de uma colônia francesa no Brasil, deixou algumas marcas na sociedade maranhense, em São Luís existem logradouros e estabelecimentos comerciais com o nome dos conquistadores, bustos, um Colégio Batista com o nome de La Touche e ainda uma marca de café, bastante conhecida. Existe atualmente, uma pretensão de fortalecer os laços entre a região e a França, incentivando inclusive o intercâmbio cultural.
O sonho de uma colônia francesa no Brasil, deixou algumas marcas na sociedade maranhense, em São Luís existem logradouros e estabelecimentos comerciais com o nome dos conquistadores, bustos, um Colégio Batista com o nome de La Touche e ainda uma marca de café, bastante conhecida. Existe atualmente, uma pretensão de fortalecer os laços entre a região e a França, incentivando inclusive o intercâmbio cultural.


==Referências==
== Referências ==
Sarney, José e Costa, Pedro. Amapá: terra onde o Brasil começa.
Sarney, José e Costa, Pedro. Amapá: terra onde o Brasil começa.


==Ligações Externas==
== Ligações Externas ==
*[http://www.jornalcazumba.com.br/index.php?Itemid=2&id=51&option=com_content&task=view] Editorial do Jornal Cazumbá do Maranhão sobre a veracidade e o potencial turístico da influência francesa na região.
*[http://www.jornalcazumba.com.br/index.php?Itemid=2&id=51&option=com_content&task=view] Editorial do Jornal Cazumbá do Maranhão sobre a veracidade e o potencial turístico da influência francesa na região.
*[http://www.portugalweb.net/portugalnomundo/america/maranhao/slouis.asp O que a história se esqueceu sobre o Maranhão] (visitado em 20Jan09)
*[http://www.portugalweb.net/portugalnomundo/america/maranhao/slouis.asp O que a história se esqueceu sobre o Maranhão] (visitado em 20Jan09)
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[[Categoria:Pessoas do Brasil Colonial]]
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[[Categoria:História do Maranhão]]
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[[fr:Daniel de la Touche]]


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[[fr:Daniel de La Touche]]

Revisão das 12h55min de 29 de agosto de 2009

Daniel de La Touche, sob o título de Senhor de La Ravardière, foi um experiente capitão da Marinha Francesa do século XVII. Nobre, de religião protestante, liderou a expedição francesa que, em 1612, deu início as pretensões de colonização no Norte do Brasil. Denominada de França Equinocial, teve seu marco na fundação do "Fort Saint Louis" (Forte de São Luís), que atualmente chama-se "Palácio dos Leões" e abriga a sede do governo estadual em São Luís, atual capital do Maranhão. La Touche oriundo de Poitou, na região do Loire, viveu grande parte de sua vida em Cancale com sua esposa, cidade portuária próxima de Saint-Mailo, no Norte da França, na região da Bretanha.

A expedição

Na época o rei da França era Henrique IV, a quem La Touche teria convencido sobre a importância de tomar posse das regiões não ocupadas pelos portugueses. La Touche conhecia bem a região pois em 1604 havia explorado as costas da Guiana com o navegador Jean Mocquet. Porém Henrique faleceu, deixando como sucessor seu filho Luis XIII, ainda criança. A viúva de Henrique, Maria de Médici, assumiu a regência, de religião católica, impediu a expedição pelas diferenças religiosas com La Touche. Depois de algumas barganhas na corte, tendo angariado fundos com o almirante François de Rossilly, Senhor Almers (líder católico), e o senhor de Sancy, Nicolau de Herley, La Touche partiu de Cancale, em Março de 1612, com uma caravela e duas naus: "Saint-Anne", "Régente" e "Charlote", tripuladas por 500 homens, entre eles frades capucinhos, viajando por cinco meses completos, enfrentando os dissabores do mal tempo, talvez por não ter conseguido a benção do bispo, já que era protestante. Chegou em Setembro do mesmo ano, à "Montanha dos Canibais", um ponto elevado na Ilha Grande, domínio dos Tupinanbás.

Papagaios Amarelos

A saga é contada em detalhes no livro de Maurice Pianzola, "Les Perroquets Jaunes" (Os Papagaios Amarelos, traduzido em português), subtítulo de "Franceses à Conquista do Brasil / XVII Século", que foi adaptado ao cinema, em 2002 e assim produzido filme e documentário, sob a direção da suiça Emmanuelle de Riedmatten. Os índios tupinambás chamavam os franceses de papagaios amarelos, por serem loiros/ruivos e tagarelas diferentemente dos portugueses.

Para os índios os franceses já não eram estranhos e as novas terras, já não eram tão novas assim para os franceses, pois anos antes Jacques Riffau havia comandado uma expedição que se fixou por um certo tempo na mesma ilha, da atual São Luís. Tendo voltado à França, deixou seu lugar-tenente, Charlex de Vaux, cuidando da feitoria instalada, quem aprendeu a linguagem dos nativos. Como seu comandante demorava para retornar, esse também partiu para a França. O próprio La Touche já havia passado por aquelas terras em duas oportunidades anteriores.

Os franceses se coligaram aos tupinambás, o que os ajudaram a erguer a fortificação e uma pequena aglomeração de residências, já na expedição de La Touche, porém não foi o bastante para fazer frente a ofensiva portuguesa, liderada por Jerônimo de Albuquerque Maranhão e Alexandre Moura, que expulsou os franceses da região no final do ano de 1615.

Carta Patente

Pode-se observar um trecho de documento oficial da corte francesa delegando a La Touche poderes de colonização ao sul da Guiana: "de La Ravardière de La Touche, seu lugar-tenente-geral na terra da América, desde o rio das Amazonas até a ilha da Trindade, que teria feito duas viagens diversas às Índias para descobrir portos e rios próprios para abordar e estabelecer colônias, o que teria tão felizmente sucedido que, tendo chegado naquelas bandas, tinha facilmente disposto os habitantes das ilhas do Maranhão e da terra firme adjacente vista por ele tupinambás, tabajaras e outros a buscar nossa proteção"

Marcas deixadas no Maranhão

O sonho de uma colônia francesa no Brasil, deixou algumas marcas na sociedade maranhense, em São Luís existem logradouros e estabelecimentos comerciais com o nome dos conquistadores, bustos, um Colégio Batista com o nome de La Touche e ainda uma marca de café, bastante conhecida. Existe atualmente, uma pretensão de fortalecer os laços entre a região e a França, incentivando inclusive o intercâmbio cultural.

Referências

Sarney, José e Costa, Pedro. Amapá: terra onde o Brasil começa.

Ligações Externas


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